30 janeiro 2007

Fascismo tupiniquim

Acostumados a desprezar tudo de relevante neste mundo, vamos deixando as pequenas coisas passarem até que a situação chega num ponto onde não é mais possível perceber qualquer vestígio de liberdade no mundo que nos rodeia.


Acostumada a representar a raça negra, a cantora Margareth Menezes encara uma polêmica envolvendo a música Rasta Man. Duas entidades rastafaris da Bahia, Nova Flor e Aspiral do Reggae, protocolaram uma ação no Ministério Público pedindo para que a canção seja proibida de tocar nas rádios. Segundo o documento, que está na 2ª Promotoria de Justiça da Cidadania e Combate ao Racismo, a obra é "racista, discriminatória e incentivadora do preconceito".

O centro da polêmica seria o refrão, com versos como "esse cara dança reggae / reggae / meio maluco, mas um homem bom". A faixa foi composta por Augusto Conceição e Fábio Alcântara. A ação pede ainda que Margareth Menezes se retrate.

Reparem como o tal "centro da polêmica" não tem nenhuma menção à raça do tal sujeito que dança reggae. Mas nada disso interessa: se algo desagrada a um grupo qualquer, é logo tachado de racismo, como se apreciadores e dançarinos de reggae constituíssem uma etnia.

Pensando bem, por que meu espanto se até membros de patidos políticos já se consideram membros de uma raça?

Uma palhaçada.