26 abril 2011

E daí?

A ONU está dizendo que pessoas estão sendo desalojadas à força para as obras da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos.

E daí? É um pequeno scarifício para que o Brasil possa fazer bonito para o mundo. Aliás, muito me admira que estas pessoas não estejam cedendo suas casas alegremente.

Cambada de traidores da pátria!

24 abril 2011

Vendo um Prius

Tererê, tarará e nego se convenceu a comprar os carros elétricos (aquela conversa de mundo melhor, etc. e tal).

Tudo ia muito bem até que o governo, que já tá vendendo o almoço pra comprar a janta, percebeu que, com a diminuição do consumo da gasolina houve, a reboque, uma diminuição da arrecadação de impostos sobre o produto.

Nestas horas, meu filho, a gente fica sabendo que, verde por verde, os Democratas também preferem os dólares. Resultado:

"Electric vehicles put just as much wear and tear on our roads as gas vehicles," said Democratic state Sen. Mary Margaret Haugen, the bill's lead sponsor. "This simply ensures that they contribute their fair share to the upkeep of our roads."

Inevitável não dar aquele risinho imaginando a cara de um engajado - ou seria melhor dizer "engatado" - ao ler isso.

22 abril 2011

Paul Krugman

Acho que Paul Krugman deve ser a vergonha escondida dos Economistas.

Sério.

Ele está quase se tornando um caso onde a argumentação "ad hominem" é não apenas permitida como incentivada.

Na Folha tropecei com este aritgo dele (aliás, cá entre nós, traduzido aparentemente pelo Google). Geralmente eu ignoro seus artigos, mas desta vez fiz uma aposta comigo mesmo quando vi a chamada "Pacientes não são consumidores." Não deu outra:

A ideia de que tudo isso possa ser reduzido a dinheiro -de que os médicos são apenas "fornecedores" vendendo serviços aos "consumidores" de serviços de saúde... Bem, ela me deixa doente. E o fato de que esse tipo de linguagem se tenha tornado dominante é um sinal de que existe algo de muito errado não apenas nessa discussão mas sim nos valores de nossa sociedade.

A grande dificuldade dos sistemas de saúde públicos é que, embora os políticos e "intelequituais" afirmem o contrário, aqueles estão sujeitos às mesmas leis da Economia que os carros, etc. Um economista "conceituado" e ganhador do Prêmio Nobel deveria saber disso, mas seu alter ego, Capitão Esquerdinha, faz sempre questão de esquecer. "Para o ralo e avante!".

Ai, como eu sou moderno!

Feriados religiosos são o seguinte: ou você aproveita o "day off" e fica na sua ou você, religioso, segue os rituais e coisa e tal. Mas sempre tem um muderno querendo avaliar milênios com a sua perspectiva de "Revista Atrevida."

Vejamos trechos desta pérola de modernidade expelida por um intelequitual para o... Terra Magazine (que surpresa!):

"Mas, o que eu acho que seria uma excelente ideia é apenas remover do nosso calendário emocional uma data baseada no pior do catolicismo: a ideia de compartilhar do sofrimento de algo ou alguém que estava lá de propósito e para isso mesmo."

"Na paixão de Cristo, o coitado é sovado sem dó por romanos e por quem mais estiver assistindo, e a gente é convidado a compartilhar da pancadaria na condição de quem a sofre. No grande final, o sujeito que veio até aqui para salvar todo mundo dos seus pecados é solenemente crucificado. Essa não é a minha ideia de divertimento, estimados leitores."

"Eu gostaria muito, muito mais se a gente passasse a comemorar um feriado onde se praticasse o Mitgefühl, e a gente se dedicasse a sentir o outro, e, eventualmente, compreendê-lo, do que passar dias pensando no coitadinho do outro e o quanto ele se sacrificou por nós, sem que a gente pedisse."

"Para que celebrarmos hoje em dia o que existe de pior em uma religião tão preocupada com o sofrimento nesse mundo? Vamos para o outro lado, vamos curtir o feriado imersos em pensamentos mais felizes."

Esses foram os "pontos altos," mas o texto todo é da profundidade de uma poça d'água.

Acho que nem mesmo nos meus quinze anos eu fui ou convivi com gente tão tosca assim. Enfim, mais uma "pessoa maravilhosa".

17 abril 2011

Nossa bolha

Noticiaram que Aécio Neves foi pego dirigndo sem habilitação numa blitz da Lei Seca.

Bla-bla-bla... Indignação... Bla-bla-bla.

O detalhe interessante desta notícia, que passou meio que despercebido, é o trecho abaixo:

O parlamentar foi parado por volta das 3h, na esquina das ruas Bartolomeu Mitre e General San Martin, a três quarteirões da rua onde fica seu apartamento no Rio.

É grande a quantidade de políticos de todo o país que têm imóveis na zona sul do Rio, mais particularmente na faixa entre Copacabana e São Conrado.

Isso explica por que os imóveis naquela região estão avaliados com preços superiores aos das maiores cidades do mundo. Afinal de contas, para esta clientela, dinheiro não é problema.

11 abril 2011

Conversinha pra boi dormir

A mais nova conversinha fiada no Bananão é a "falta de mão de obra qualificada." Nove entre dezs empresários reclamam disso. Ora, que os bananenses estão se tornando estúpidos a ponto de um dia cairem de quatro e não mais levantarem, disso ninguém dúvida. Por outro lado a estória não é bem assim como as empresas reclamam.

Pelo menos no mercado onde eu atuo, o que eu vejo é que os profissionais qualificados existem mas as empresas simplemente estipulam patamares baixíssimos de salário. Ora, claro que isso faz com que (a) os profissionais existentes migrem para outras áreas ou se agarrem aos atuais empregos, se estes forem bem remunerados; (b) aqueles que ainda não embarcaram na vida profissional não tenham incentivos para ingressar em carreiras que demandem muito estudo e resultem em baixa remuneração.

Basta usar as boas e velhas curvas de oferta e demanda: se houvesse mesmo uma demanda por profissionais qualificados, o natural é que os salários dos cargos com este perfil subissem até um ponto de equilíbrio. No médio/longo prazo, as pessoas seriam atraídas para as profissões de melhor remuneração, aumentando a oferta de mão de obra e trazendo, posteriormente, o salário para um patamar mais baixo de equilíbrio. Se há realmente esta escassez e se esta escassez realmente prejudica a operação das empresas, por que mão há um aumento de salário nestas profissões?

Simples: as empresas querem comprar uma Ferrari mas não abrem mão de pagar, no máximo, o valor de um Fiat 147. Aí, meu filho, vai empurrar bêbado na ladeira que é mais fácil...

07 abril 2011

Reputação

Este post poderia ser chamado "Para quem só sabe usar um martelo, todo problema é um prego."

Refutar a censura imposta a publicações que de certa forma ferem a reputação de uma pessoa alegando que a reputação não é uma propriedade sua, mas das pessoas ao seu redor, é meio simplista. Nunca dediquei muito tempo a este assunto e, portanto não estou batendo martelo nem a favor nem contra, mas não se pode deixar fora da discussão o fato concreto de que as relações, pessoais e profissionais, são baseadas na nossa reputação e que esta pode ser deliberadamente arruinada, causando prejuízos irreparáveis. Perguntem aos donos da escola infantil em São Paulo cujas vidas foram arruinadas por uma denúncia falsa. Não estou dizendo "censura tudo!," apenas digo para não usarem um martelo para fazer uma neurocirurgia e dedicar ao assunto a seriedade que ele requer.

04 abril 2011

Agora sim!

Agora sim Obama, o afro-Lula, está fazendo o que sabe fazer melhor: campanha!

03 abril 2011

Sério?

Sério? Sério? Sério?

A pessoa paga 150 doletas para ver um cara que foi demitido de um seriado milionário onde ele era, de longe, o mais fraco do elenco de protagonistas e depois fica revoltadinha?

Eu teria até vergonha de ver meu nome publicado. Iria sair de fininho e disfarçado para ninguém saber que eu paguei um mico desses.

Ataque cirúrgico

Todo mundo sabe que carnificina quem fazia era o Jorgibuxi, certo? Provavelmente ele ordenava o assassinato de civis iraquianos e, se na confusão, morresse algum soldado inimigo, melhor ainda. Sabemos como Jorgibuxi era mau, mau, mau. A coalizão de agora nos dá exemplos de como as coisas devem ser feitas: os países mostram respeito ao direito internacional, obedecendo à determinação da ONU, esta filial do Céu na Terra; Obama, o afro-Lula, ataca primeiro, entre uma caipirinha e outra no Brasil, e comunica ao Congresso americano depois - notem que eu disse comunica e não pede permissão. E a coalizão, só faz ataques precisos, como o mostrado no vídeo abaixo:

02 abril 2011

Magoei

Este artigo (via twitter do FYI) vai magoar os Pachecos e Policarpos do Bananão.

Dois pontos a comentar:

1) Foi forte chamar Dilma de "lifelong government technocrat."
2) O autor deveria olhar com mais atenção o "unemployment at all-time lows" e analisar o impacto do Programa Bolsa-família nesta equação, já que o índice de desemprego mede o número de pessoas que estão procurando trabalho e não encontram. Podemos estar vivendo uma situação surreal de baixo índice de desemprego e baixo índice de emprego como o próprio artigo menciona: "the head of Sao Paulo's biggest civil construction unions says that 80 percent of building sites in the city are currently suffering delays because there aren't enough workers to go around."

Livros

Se você é fascinado pelo funcionamento do cérebro humano, recomendo a leitura de dois livros sobre o assunto:





O primeiro é uma leitura deliciosa, onde o autor discorre sobre o que é sabido da fisiologia do nosso cérebro, relata experiências e casos intrigantes de pessoas que tiveram lesões cerebrais. Humildemente ele não esconde: sabe-se muito sobre o cérebro humano mas ainda falta muito a descobrir.

O segundo é mais "técnico," mais profundo. Ele tenta estabelecer, dado o que se sabe sobre o cérebro até hoje, uma teoria para o funcionamento da consciência. Apesar de achar uma leitura mais pesada, traz também informações interessantíssimas sobre o nosso cérebro, esmiuçando o enorme trabalho que este faz quando desempenhamos as tarefas mais banais.

Os dois livros não farão de você um neurocientista, óbvio, mas para quem tem uma curiosidade generalizada como eu, é uma boa pedida.

Erros

Há as pessoas inteligentes, que aprendem com os erros dos outros.
Há as pessoas normais, que aprendem com os seus próprios erros.
E há os brasileiros, que não aprendem nem de um jeito nem de outro.