31 janeiro 2012

Coisa de louco

No pedra-papel-tesoura ideológico, parece que na disputa entre os trabalhadores dos sweatshops chineses e a dissonância cognitiva, esta levou a melhor:

Kristof é um personagem importante. É colunista do "New York Times", especializado em questões sociais no mundo. Um daqueles raros jornalistas que chegou a um ponto tal da carreira que não tem orçamento. Marca quando quer uma viagem para onde desejar e vai. Quase sempre são buracos do mundo. Ele é conhecido pela sensibilidade extrema, pela empatia. Quando diz que sweatshops não são tão ruins assim, a afirmação carrega um peso que choca.
Não diz à toa. Sua mulher é chinesa, de uma família que vivia tradicionalmente numa região próxima de Shenzhen. Trata-se da terceira maior cidade da China. São 14 milhões de habitantes. E, 31 anos atrás, era um vilarejo. Foi beatificada por Deng Xiaoping para se tornar uma zona econômica especial e receber as fábricas que se transformariam na locomotiva chinesa. Quem mora lá trabalha na indústria ou quer trabalhar. Antes, viviam no campo. Pode parecer cruel, mas a vida dessa gente toda melhorou muito com a migração do campo para a cidade. Eles têm teto e têm comida. Quando plantavam arroz, nem teto, nem comida eram garantidos. A vida no mundo lá fora é dura.
Devemos ter culpa? A vida é dura e bem mais complicada do que a fabricação de um iPad. Porque não basta abrirmos mão de tablets da Apple, celulares Samsung ou computadores Dell.

Nova palavra

Por não ter filhos, meu vocabulário no que diz respeito aos pimpolhos é bem limitado. Por exemplo, apenas recentemente aprendi que existe uma coisa chamada "folguista." Aparentemente, trata-se de uma profissional cujo propósito é cobrir a ausência da babá no final de semana. Quer dizer que os pais não querem saber dos seus pimpolhos nem no final de semana?

Bem, isso pelo menos explica a legião de pscopatas que vemos por aí.

Já partiram pro escárnio

O Bananão tá chegando num ponto onde não há mais o que ser analisado seriamente - Ciência Política deve ser a mais depropositada carreira que alguém pode seguir. A classe política dominante, aparentemente entediada, resolveu fazer um teste:

"Até onde este povinho aguenta?"

A mais nova experiência: eles decidiram "enquadrar motoristas na Lei Seca mesmo sem bafômetro."

28 janeiro 2012

Capitalismo de Estado

Por que isso não existe:

Ao mesmo tempo, outra decisão já tomada em relação à Petrobras, que será presidida por Maria das Graças Foster a partir do dia 13, é a criação de mais uma Diretoria, a Corporativa, que deverá ser usada para acomodar José Eduardo Dutra, ex-senador e ex-presidente do PT e da Petrobras, como antecipado pelo GLOBO.

E lembrar que tem gente que ainda tem a cara de pau de dizer que a Petrobras não é estatal.

25 janeiro 2012

O (nosso) Príncipe

Se um dia nossa história for revista com lentes mais limpas, Lula será considerado uma versão tropicalizada, movida a álcool, do Príncipe de Maquiavel.

Repassando sua trajetória nesses últimos anos, ficou marcante a capacidade do ex-sindicalsita de potencializar e explorar o que de pior existe nas pessoas.

Claro também ficou que ele não mede esforços para realizar suas vendetas e que para ele, a vingança não é um prato que se come frio, mas um sorvete que se saboreia geladíssimo. O que ele fez com Ciro Gomes e Mangabeira Unger, principalmente este último, entraria para a história política do país se aqueles que a estão escrevendo agora não fossem tão... Aham! ... comprometidos.

22 janeiro 2012

The Economist escreve sobre oxímoro

Capitalismo de Estado

"The crisis of liberal capitalism has been rendered more serious by the rise of a potent alternative: state capitalism, which tries to meld the powers of the state with the powers of capitalism. It depends on government to pick winners and promote economic growth. But it also uses capitalist tools such as listing state-owned companies on the stockmarket and embracing globalisation."

21 janeiro 2012

Vai dar merda...

Governo regulamenta profissões do mercado de beleza. Vi muitas manicures comemorando, mas algo me diz que o resultado não vai ser exatamente o que muitas delas esperam.

Foi bom pra você como foi pra mim?

Eis a cena que fez o Sidney Resende ter um orgasminho ontem no Globonews Em Pauta.

20 janeiro 2012

Sachs

Muito bom texto que eu pesquei lá no Selva.

Update: Leiam também uma réplica aqui.

Visão de mundo

Uma chamada mínima no portal d'O Globo carrega tanta informação a respeito de como é longa a estrada para que os brasileiros, não importa a classe social, entendam o que vem a ser um Estado Democrático de Direito. Até lá, vamos aturando Lula, Dilma e quem mais vier...

Mitos

Interessante como, apesar de todas as informações fartamente disponíveis atualmente, certas idéias permanecem firmes no imaginário das pessoas. Até mesmo das pessoas mais instruídas.

Acho que todas as gerações seguintes foram vítimas disso:

The 19th century was a period in which the perception of an antagonism between religion and science was especially strong. The disputes surrounding the Darwinian revolution contributed to the birth of the conflict thesis, a view of history according to which any interaction between religion and science almost inevitably would lead to open hostility, with religion usually taking the part of the aggressor against new scientific ideas.

Perguntas (atendendo a pedidos)

Se há tanta vaga disponível para a tal mão-de-obra especializada no país, por quê:

1) Há baixa movimentação de profissionais entre empresas?
2) Há tanto concurseiro por aí?

A baixa oferta, combinada com uma alta demanda, não geraria uma disputa acirrada pelos profissionais existentes, fazendo com que os salários subissem?