28 janeiro 2006

Google

Este bafafá do Google está sendo interessante para mostrar como as pessoas podem ser ingênuas e acreditarem que uma empresa incrivelmente agressiva como essa iria abrir mão de uma mercado gigantesco como o chinês por causa de "bobagens".

Da mesma forma, não esperem que os progressistas que trabalham na empresa abandonem seus empregos por não compactuarem com a colaboração prestada ao regime chinês. Como todo bom progressista, princípios só valem quando as consequências não os afetam.

Piadinha para quem é da área de desenvolvimento:

SmallTalk, Now powered by Google

27 janeiro 2006

Intrigante

Hoje, estava lendo o jornal como faço diariamente e me deparei com esta declaração de um colunista que se acha muito descolado:

"Então, se até Geraldo Alckmin, que, aliás, conforme mostrou a revista 'Época', é ligado ao grupo católico ultraconservador Opus Dei, acalenta veleidades presidenciais, por que não Lula?"

Como nada tinha sido dito do Alckmin até aquele momento, suponho que o gravíssimo defeito do futuro talvez candidato seja pertencer "ao grupo católico ultraconservador Opus Dei".

Não sou católico e pouca coisa sei - quase nada, na verdade - sobre a Opus Dei, mas como sou chegado a esse lance de liberdades, representatividade democrática, etc. fiquei intrigado com o fato do colunista achar que católicos ultraconservadores se candidatando a uma posição no governo é uma aberração que dá aval para candidatos corruptos ou similares fazerem o mesmo ("Por que não o ...?").

Essa é a tolerância que reina hoje em dia...

25 janeiro 2006

Freedom fighter? Not that much

Google chinês vai censurar termos politicamente sensíveis

"Para operar na China, retiramos alguns conteúdos dos resultados de buscas disponíveis no nosso site, em resposta à lei, ao controle ou à política local - disse, em comunicado, o assessor da Google Andrew McLaughlin. Ele acrescentou que, por enquanto, a empresa não pretende oferecer serviços de chat, correio eletrônico ou blog no país asiático."

Uma coisa é peitar o Tio Sam, com toda a Constituição para dar suporte. Outra é encarar os chineses.

Eu hein!

Itália aprova lei que permite atirar em ladrões

"O Parlamento italiano aprovou ontem uma polêmica lei que permite a qualquer civil atirar em ladrões e assaltantes em legítima defesa, seja em propriedades privadas, locais de trabalho ou dentro de uma loja."

Ué, e não podia?

24 janeiro 2006

O melhor do Brasil...

"Na reabertura do Maracanã, 40 cadeiras das arquibancadas foram quebradas, 26 do lado da torcida do Vasco e 14 do lado alvinegro. Três banheiros foram parcialmente destruídos e, num deles, houve tentativa de roubo da válvula da descarga."

Aqui.

23 janeiro 2006

Digging deeper

Este projeto de lei que proíbe castigos físicos - de qualquer instensidade - tem uma abrangência muito maior do que o observador incauto possa perceber. Ela acaba por tornar impossível qualquer castigo whatsoever!

Uma criança que seja enviada para o quarto de castigo pode muito bem dizer "Não vou". O que o pai ou a mãe poderá fazer para forçá-la a ir para o castigo? Nada, absolutamente nada, já que dar uma palmada está fora de cogitação.

Essa lei, se aplicada, fará dos pais reféns da vontade dos seus filhos e os deixará impotentes diante de qualquer situação que necessite de uma ação mais enérgica.

Estamos no caminho certo!

A cereja do bolo

Câmara aprova proibição de castigo físico em crianças

"A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na quinta-feira o Projeto de Lei 2654/03, que proíbe qualquer forma de castigo físico em crianças e adolescentes."

As consequências, nem Orwell no seu dia mais ispirado conseguiria bolar (grifos meus):

"De acordo com o texto, apresentado pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), a punição corporal de criança ou adolescente sujeitará os pais, professores ou responsáveis a medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), como o encaminhamento do infrator a programa oficial ou comunitário de proteção à família, a tratamento psicológico ou psiquiátrico e a cursos ou programas de orientação."


É tão bom viver num país com uma sociedade tão desenvolvida.

I don't think so

"Rússia e China mergulharam de cabeça no capitalismo (...)"

Se estes países representam o capitalismo, eu me considero, desde já, anti-capitalista!

No Globo de hoje.

22 janeiro 2006

Boas idéias devem ser copiadas

O Leo do De Gustibus... está vendendo o micro dele. Já eu, estou vendendo esta belezinha:



Dimage G500

A máquina está em ótimo estado e é muito boa. Só estou vendendo porque fiz um upgrade recentemente. Vale uma olhada no mercado para ver que o preço está bom!

21 janeiro 2006

Zelando por nós

Ah, nada como saber que existe uma entidade como a ONU para zelar por nós. Confortante, muito confortante.

Quanta sensibilidade

"Um (caso) era uma infecção generalizada, provocada por apendicite. O outro, infelizmente, era o caso de um jovem com leucemia aguda, que também apresentou febre e manchas vermelhas. Mas não era dengue, graças a Deus — disse o ministro."

"Graças a Deus" porque dengue é a doença do verão na qual todos estão de olho em cima. Mas, para o alívio do ministro, um caso era apenas infecção generalizada e o outro não passava de uma leucemia.


Aqui.

20 janeiro 2006

Dançando conforme a música

Este é um bom exemplo de como é bom viver num país livre:

"O Departamento de Justiça dos Estados Unidos pediu a um juiz federal americano para obrigar o Google, o maior site de buscas do mundo, a entregar informações confidenciais sobre milhões de usuários, como parte de um esforço do governo em restringir a pornografia na rede. Parte das informações são do 'The New York Times'.

O Google vem se negando a entregar as informações, enquanto que seus três principais concorrentes - Yahoo, Microsoft e America Online - concordaram em colaborar com o governo americano."

Uma pena que na China eles não tenham sido tão valentes assim.

Refilmagem

Este filme já passou aqui no Brasil recentemente. Agora a Bolívia está fazendo uma refilmagem com atores locais:

"Descrentes na política, os bolivianos ainda não sabem o que esperar, em termos práticos, do governo que toma posse domingo. Há inúmeras demandas e faltam propostas concretas que melhorem o seu cotidiano, dizem."

As falas dos atores continuam as mesmas:

"Evo nunca fez um discurso sobre o que fará. Ninguém sabe o que vai acontecer - diz a aymara Angélica Mamani, 30 anos, com o filho recém-nascido no colo, na Praça São Francisco."

19 janeiro 2006

França, França. Que lambança

Depois desta declaração do Jacques Chirac, seria de se esperar que camisetas do presidente francês com bigodinho do Hitler se espalhassem pelo mundo.

"A França estará pronta para realizar um ataque nuclear contra qualquer Estado ou poder regional que realizar um atentado terrorista em solo francês. A declaração foi feita pelo presidente Jacques Chirac nesta quinta-feira."

Mas não sejamos tolos, a França tem passe livre da inteligência mundial para fazer qualquer coisa que queira e ainda vão dar um jeito de culpar os Estados Unidos.

Mesmo DNA

Esta é para quem pensa que o PSDB é o inverso do PT:

"O governador Geraldo Alckmin sancionou a Lei 12.228, cujo propósito é regular o uso de Internet em cybercafés e lan houses . Tal lei obriga a criação de cadastros dos usuários com inclusão de nome, endereço, número de um documento de identidade, e para os menores de idade até mesmo o nome da escola e o horário das aulas.

A lei também deixa bem claro que qualquer um que se recuse ou não tenha documento de identidade terá o acesso negado à internet. E, de acordo com a lei, os dados ficarão registrados por no mínimo 60 meses, sendo que estes dados estarão disponíveis para absolutamente qualquer pessoa, já que 'os §§ 6º e 7º do art. 2º ' permitem tanto. Claro que o projeto de lei que veio a ser esta lei, proposta pelo deputado Vinícius Camarinha do PSB, é 'combater' o crime informático.
"

China, o modelo

Aposto que outros governos, principalmente um certo governo que pretendeu criar um conselho para controlar o jornalismo, gostariam de fazer isso:

"Em 2005, a China proibiu a circulação de 79 jornais e 169 revistas, como parte de uma campanha para 'purificar' o mercado cultural e acabar com a pornografia e a pirataria, segundo dados oficiais divulgados pela imprensa local."


Como todo objetivo nobre anunciado por políticos, este também tem seus segredinhos:

"As organizações de direitos humanos consideram, no entanto, que a campanha serviu como desculpa para redobrar a pressão sobre os meios de comunicação que não são ligados ao governo. "

17 janeiro 2006

Mudanças no ar

Tenho reparado uma mudança no conteúdo dos textos de opinião do Globo. É possível observar um aumento na quantidade de autores que defendem a liberal-democracia ou, pelo menos, condenam o rumo que a América Latina está tomando.

Espero que esta mudança tenha vindo para ficar.

Definições

Eu não sei exatamente o que este site é, mas sei perfeitamente o que ele não é: um site anti-PT ou anti-Lula.

Trata-se de um site pró-liberalismo e, portanto, os comentários anti-PT ou anti-Lula são meras conseqüências.

Meu assunto principal aqui é a liberdade e tudo que a ela se relacione.

Nas próximas eleições não votarei no PSDB. Não verão aqui um único comentário empolgado sobre vantagens do Serra nas pesquisas de opinião. Não acredito em voto útil.

14 janeiro 2006

Fred fala mais sobre ID

Com o estilo ácido de sempre:

"These two views, which reduce to the age-old puzzle of free will and determinism, can be endlessly argued, and have been. Mechanism prevails today because, within its realm, it works, and perhaps also because it does not suffer from the internal contradictions of religion. Technology, almost the only advance made by our otherwise unimpressive civilization, produces results, such as iPods and television. It does not answer, and cannot answer, such questions as Where are we? Why? Where are we going? What should we do? So it dismisses them. Mechanists are hostile to religion in part because religion does not dismiss these questions, but harps on them.

The two conflicting schemes attract adherents because mankind always seeks overarching explanations, particularly regarding origin, destiny, and purpose. Some of us are willing to say “I don’t know.” Others, well denominated True Believers, have to think that they do know. The country is replete with them: Feminists, Marxists, Born-Agains, rabid anti-semites, snake handlers, Neo-Darwinists. They care deeply, brook no dissent (a sure sign of True Belief), and have infinite confidence in their rightness (or perhaps don’t and pretend certainty to ward off a disturbing uncertainty).

In re Intelligent Design, the Darwinists have pretty much won. Their victory springs not so much from the strength of their ideas, but from their success in preventing Intelligent Discussion. They control the zeitgeist of the somewhat educated, as for example judges. It is enough.

Evolution is one of the three sacred foundations of political correctness, along with the notions that there can be no racial and sexual difference in mental capacities, and that religion is unprogressive and should be suppressed, Yet these are delicate things all three, and cannot well bear scrutiny. Thus the various determinists grimly avoid examination of their ideas."

Mas o melhor é este trecho com o qual eu concordo 100% (grifo meu):

"The two conflicting schemes attract adherents because mankind always seeks overarching explanations, particularly regarding origin, destiny, and purpose. Some of us are willing to say 'I don’t know.' Others, well denominated True Believers, have to think that they do know. The country is replete with them: Feminists, Marxists, Born-Agains, rabid anti-semites, snake handlers, Neo-Darwinists. They care deeply, brook no dissent (a sure sign of True Belief), and have infinite confidence in their rightness (or perhaps don’t and pretend certainty to ward off a disturbing uncertainty)."

E a conclusão é ótima:

"In truth we know very little about existence, neither you nor I nor biochemists nor even federal judges. We defend our paradigms because we crave a sense of understanding this curious place in which we briefly are. We do it by ignoring the inconvenient and by punishing doubt. Thus the furor over Intelligent Design."

O que ele deve receber de e-mails revoltados não está no gibi!

He has to be hated...

... Pelos defensores do ativismo judicial.

"The judiciary should do what it is supposed to do, but it has to have respect for the political process. And the judiciary's role is confined to enforcing the Constitution, and enforcing the laws, and not going beyond that."

Juiz Sam Alito

Liberal e mulher, sim senhor!

E ainda tem progressista por aí que diz que o direitista tupiniquim tem medo da mulher!

"A proposta liberal, que pouquíssimo tem a ver com as políticas econômicas que levaram esse nome no Brasil, organiza-se em torno do Estado de direito e da liberdade e responsabilidade dos indivíduos para promover seu próprio bem-estar, em contraste com esquerda e direita tradicionais. A pergunta a ser feita a um político brasileiro — Lula, Bornhausen ou FHC — é se ele é um liberal-democrata ou não. Caso diga não, pouco importa saber se é de esquerda, de direita ou de centro, já que, como a própria História recente do Brasil mostra, suas propostas de organização da sociedade sempre implicarão o papel central e crescente do Estado."

Leia o texto todo aqui.

13 janeiro 2006

Coisa de maluco

Que o carioca é pobre soberbo não me resta dúvida, mas a coisa já está beirando o delírio:

Rio: o melhor verão do mundo

No mesmo carderno uma enquete pergunta se o Rio tem mesmo o melhor verão do mundo.

Resultado:

Sim 65.93%
Não 13.74%
Nunca pensei nisto 4.40%
Verão é bom em qualquer lugar 15.93%


Tem gente que vive num mundinho muito pequeno...

12 janeiro 2006

Boa pergunta

Este texto está sem maiores novidades ao questionar os rumos da esquerda latino-americana, mas deixou uma boa pergunta:

"Talvez o próximo Fórum Social possa responder à questão: por que a comida subsidiada de Chávez é revolucionária e o restaurante a R$ 1 de Rosinha Garotinho é populismo rasteiro?"

Eu também acho: ou os dois devem ser considerados populistas rasteiros ou defensores dos pobres.

10 janeiro 2006

Gente como a gente

Esta reportagem é muito útil para mostrar como cientistas são seres humanos de carne e osso como todo mundo, movidos por ideologias ou interesses financeiros ou outros quaisquer, sem nenhuma relação com bem estar da humanidade, e sujeitos a sucumbir diante da tentação que são as verbas de pesquisa:

"A comissão de investigação da Universidade Nacional de Seul concluiu, num relatório, que o cientista sul-coreano Hwang Woo-suk falsificou suas experiências sobre células-tronco humanas. Não apenas o estudo publicado em 2005 - em que Hwang anunciou a produção de linhagens de células-tronco embrionárias sob medida e que a própria prevista que o publicou, a respeitada 'Science', recentemente refutou. Também caiu por terra a pesquisa até então considerada pioneira que teria produzido os primeiros embriões humanos por clonagem em condições de se extrair células-tronco para possível aplicação médica. O estudo foi publicado em 2004 e considerado na época o primeiro a provar a viabilidade da clonagem terapêutica.

Promotores afirmaram que podem iniciar uma investigação criminal sobre Hwang por suspeita de uso indevido de verbas públicas, com base no relatório da comissão."

09 janeiro 2006

França

Via De Gustibus... um texto que mostra como a França chegou na situação atual.

Este texto é praticamente um resumo do livro A Fábrica de desempregados que eu já havia lido e que tinha me deixado de queixo caído.

Se a França continuar neste caminho, creio que em algumas décadas estará fazendo companhia aos países de terceiro-mundo. O problema é gravíssimo pois, a cada problema que surge, os franceses criam "soluções" que além de não resolver o problema, ainda corre o risco de piorar outros aspectos.

Não estou exagerando.

Vejam esta solução para combater a discriminação na contratação de empregados:

"A prize example is the attempt to promote, and perhaps to make mandatory, the anonymous job application. The C.V. must not contain the name, age, sex and address of the applicant to stop employers discriminating against Arabs, blacks and also whites living in the suburbs that are politely called 'sensitive'."

Bom, vamos supor que os empregadores estejam dispostos a contratar empregados sem conhece-los. Algum meio-de-campo terá que haver entre os dois, alguém que saiba quem é quem. Logicamente tal tarefa será destinada ao Estado e será criado o Departamento de Proteção ao Anonimato de Candidatos a Emprego, DPACE. Algo como o programa proteção às tetemunhas. Tal departamento, claro, precisará de funcionários, infraestrutura, etc, etc.

Obviamente a idéia não funcionará, mas os orgulhosos burocratas franceses não admitirão isso jamais. Então a França estará com dois problemas em vez de um: discriminação na contratação e inchaço da máquina estatal.

Oh, la merde!

Don't be selfish!

"Meanwhile, Danny Glover, an enthusiastic apologist for the Castro dictatorship, made headlines when he attempted to attack Juan Lopez Linares, a Brazilian citizen and Cuban refugee. Linares' transgression, according to Glover, was making an appeal on behalf of his four-year-old son, detained by the Communist government of Cuba. After being restrained by security guards, Glover lashed out at Linares, calling him a 'selfish man' and chiding him for seeking 'to talk about a personal case instead of highlighting the positive qualities of the [Castro] regime.'"

Este comportamento do ator americano no Forum Social Mundial deixa claro o modo como (não) funciona a cebeça desses militantes (tenho dificuldade para crer que alguém seja realmente tão estúpido assim; para mim é tudo fachada).

A pergunta que assombra minha cabeça é como pode o coletivo estar bem se os indivíduos, os personal cases, que o compõem estão mal? Será este um caso de sinergia social onde a soma das partes miseráveis gera um todo fabulosamente rico?

Perguntas, perguntas...

Socialismo versus Liberalismo

Se fôssemos anjos ou santos, creio que ambos os sistemas resultariam mais ou menos na mesma coisa: pessoas vivendo bem. Como não somos, prefiro ficar com o Liberalismo que depende menos da honestidade e caráter de quem está no poder para definir a qualidade de vida das pessoas.

No Liberalismo (ou seja, num Estado regido por normas liberais, com respeito à propriedade privada, sem a imposição de monopólios, com regras bem definidas, etc.) o pior caso é alguém não conseguir alcançar um nível de vida decente com seu trabalho ou até mesmo não conseguir trabalho.

No Socialismo, o pior caso... Bem, já tivemos URSS, Coréia do Norte, China, Vietnam e Cuba. Nestes casos, além das pessoas que não conseguiam/conseguem, por infortúnios da vida, lutar para sobreviver temos aqueles que eram/são impedidos de fazê-lo pelo Estado.

Um fenômeno que acontece em países onde o governo tributa muito sob o pretexto de fazer justiça social é a diminuição da caridade. O pensamento faz sentido: "Não dou esmolas nem ajudo instituições porque já tenho 40% da minha renda tirada pelo governo para atender os mais pobres. É obrigação do governo ajudar os mais necessitados."

Embora do ponto de vista humanitário este pensamento seja questionável, dentro do contexto de uma sociedade socialista ele é perfeitamente coerente e logicamente correto.

Como eu disse, se fôssemos todos santos certamente esses 40% iriam mesmo ser convertidos em ajuda aos mais necessitados. Lamentavelmente não é o caso.

Portanto, ser liberal é antes de tudo uma demonstração de desconfiança na natureza humana e não o contrário, como costumam dizer muitos oponentes do Liberalismo. Nunca você verá um liberal decepcionado com um governante ou com um político porque ele sabe que a natureza de um político não é, de forma alguma, superior a dos demais seres humanos.

Ser liberal é ser realista, é ver o mundo como ele é e não como gostaríamos que fosse.

08 janeiro 2006

What are the odds?

Semana passada acabei de ler o livro Deus e a ciência, de autoria de Jean Guitton, com a participação dos físicos (celebridades polêmicas envolvidas em confusões no meio científico) Grichka Bogdanov e Igor Bogdanov. O interessante é que não foi um combate mas um bate-papo sobre um asunto tão intrigante: de onde viemos?

Apesar de os dois físicos serem - aham - polêmicos, três afirmações feitas merecem destaque (não tenho, infelizmente, como checar os números, portanto terei que assumir que eles sabem do que estão falando):

1) Entre as constantes cosmológicas conhecidas, se uma delas, apenas uma, sofresse a mínima alteração a vida não seria possível.


2) Para que a natureza criasse, "no tato", uma agregação de nucleotídeos que conduzisse "por acaso" à elaboração de UMA ÚNICA MOLÉCULA DE ARN utilizável, seriam necessários 10 elevado a 15 anos, ou seja 100 mil vezes mais tempo que a idade estimada do universo.

3) Biólogos foram levados a calcular que a probabilidade de que um milhar de enzimas diferentes se aproximem de um modo ordenado até formar uma célula viva (ao longo de uma evolução de muitos bilhões de anos) é de 10 elevado a 1000 contra 1.

A tecnologia a serviço do conhecimento

Com a ajuda da tecnologia atualmente o ser humano não precisa mais passar por todo aquele processo maçante de leitura de inúmeros livros e discussões sem fim quando quiser determinar a validade de um ponto de vista.

Bastam um auditório, uma platéia e o revolucionário clap-o-meter fará todo o serviço:

Nada mais de lógica, números e, pior, FATOS!

Basta monitorar a reação da platéia para conhecermos a validade de uma afirmação. É simples, vejam:

Declaração A:

"Todas as pessoas do mundo deveriam ter acesso a uma renda mínima de 10 mil dólares mensais."

Reação da platéia:


Uhuuuuuuuu!!!! Isso aêeeeeeeee!!! Muito beeeeeeeeeem!!!

Clap-o-meter vai nas alturas. É óbvio que esta afirmação está perfeitamente correta em todos os aspectos. Logo, trata-se de uma verdade inquestionável.

Declaração B:

"As pessoas não podem ser estimuladas a ganhar dinheiro proveniente dos impostos sem trabalhar porque não terão incentivos para serem produtivas. Isso fará com que cada vez mais pessoas se tornem dependentes do Estado, aumentando o fardo sobre a pessoas produtivas até um ponto onde trabalhar não mais valha a pena."

Reação da platéia:

...

O Clap-o-meter nem se mexe. Trata-se, obviamente, de uma mentira atroz motivada, provavelmente, por interesses obscuros da elite neoliberal.

07 janeiro 2006

Sobre a passagem de ano

Vejo muitas pessoas tentando encontrar A FESTA de reveillon. Gastam uma fortuna para estar em lugares lotados, cheios de pessoas estranhas ou, na melhor das hipóteses, com "companheiros de copo". Num padrão que se repete teimosamente, essas festas são uma porcaria, com bebida escassa e comida ruim ou inexistente. Isso para não falarmos das músicas: techno, funk e pagode são presenças garantidas.

Minha passagem de ano foi 10: reveillon em casa com minha esposa e meu cachorro (que adora fogos de artifício!), vinho da melhor qualidade, queima de fogos impressionante dos morros da Tijuca e, last but not least at all, camarões para a ceia.

No primeiro dia do ano, um churrasquinho com amigos (daqueles que a gente conta nos dedos das mãos do Lula) e seus respectivos familiares regado a cervejinha gelada e muita conversa fiada.

Numa passagem de ano assim, quando dizemos "Feliz Ano Novo", we really mean it.

Debate Evolucionismo versus Intelligent Design

Faz um tempo, na antiga versão deste site, fiz um comentário sobre um dos argumentos usados como evidência da ocorrência da Evolução que é o fato dos seres vivos, dos mais simples aos mais complexos, compartilharem estruturas básicas.

Na ocasião, refutei este argumento citando um conceito muito comum no ramo de engenharia de software chamado
reutilização de código:

"In this context, what have the design patterns contributed? They have given us the possibility to organize our classes in common structures, well proven, and modifying the system for improving its flexibility and extensibility. In other words, increasing the easiness of adapting the software products to the specification changes and increasing it possible reutilization. In summary, the same benefits already made by object oriented programming, powering the quality of the design, and therefore the software itself."

Na época deixei claro que eu acredito que o compartilhamento de estruturas básicas entre os seres vivos é consistente com ambas as teorias mais discutidas do momento. Isso bastou para eu receber uns poucos e-mails tentando me tirar das trevas do fundamentalismo religioso e me ofercendo a luz da ciência.

Alguns meses depois encontrei dois textos de um sujeito que também se recusa a abraçar dogmas apenas porque vindos de "cientistas".


Divirtam-se:

Well, I’ll Be a Monkey’s Nephew

More Monkey Business

Tentando evitar mais e-mails querendo me tirar das trevas da ignorância, deixo claro que o problema não é o Evolucionismo, mas os argumentos de alguns dos seus defensores, muitos deles intelectualmente desonestos.

Esse post é em homenagem ao meu amigo PC. A coisa mais hilária do mundo foi eu e ele conversando sobre o surgimento da vida no universo após muitas e muitas cervejas. Nem precisa dizer a quantidade de piadas que surgiram com o famoso "caldo" pré-biótico. Quem nos visse naquela mesa dificilmente conseguiria convencer alguém de que há uma evolução em andamento... :-)

06 janeiro 2006

Mark Twain

"Don't go around saying the world owes you a living. The world owes you nothing. It was here first."

Reféns da iniciativa privada

Freqüentemente em listas de discussão ou mesmo em caixas de comentários ouço alguém dizer que o consumidor está refém de alguma empresa privada. Esta afirmação é, sem dúvida, uma deturpação do sentido da palavra refém (interessados olhem no dicionário). Quem é refém de alguém o é contra a vontade e na relação consumidor/fornecedor a relação que existe é voluntária.

Mas aí chega o espertinho e diz "ah, mas o ser humano precisa de água para viver, logo somos reféns das empresas fornecedoras de água."

Não!

Seríamos reféns se, e apenas se, nos fosse tirado o direito de obter água pelos nossos próprios meios e se fôssemos obrigados, mediante ameaça de privação da liberdade ou mesmo da vida, a consumir a água fornecida por esta empresa.

O acontece é que, para a grande maioria das pessoas, mais vale a pena consumir a água da empresa especializada e dedicar seu tempo a outras atividades do que sair por aí cavando poços.

Isso chama-se divisão do trabalho.

Não é porque um bem é vital que nos tornamos reféns das empresas que o fornecem. Somente somos reféns daqueles que nos impedem de consegui-lo por outros meios. Geralmente essa figura é representada pelo Estado.

Já estamos tão acostumados com essa cultura dos direitos positivos que atualmente pensamos que tudo que é importante para nós é um direito fundamental.

Daí surgem os excluídos e obviamente seus salvadores.

Índice de Liberdade Econômica

Não vou comentá-lo.

Aliás, precisamos de algum índice para medir o nível de liberdade econômica do Brasil?

Observar a realidade ao nosso redor não basta? Vivemos num país onde o governo ameaça a iniciativa privada de confisco!

05 janeiro 2006

Conservadorismo tupiniquim?

Interessante este texto do Paulo Leite:

"O problema que vejo com o liberalismo é que, em grande medida, o movimento liberal brasileiro preocupa-se quase exclusivamente com as questões políticas e econômicas, principalmente estas últimas. As questões de cunho moral são relegadas ao plano individual.

Quer dizer, cada um que decida o que é moral ou não.Por esse motivo, o liberalismo tem tantas chances de triunfar no Brasil quanto os 'libertarians' têm de chegar ao governo aqui pelos Estados Unidos: exatamente nenhuma."

Concordo!

E tem mais (grifos meus):

"Defender o individualismo na busca de uma vida melhor para si mesmo não quer dizer fazer tudo o que dê na telha de cada um. A busca da felicidade pelos indivíduos pressupõe a existência não apenas de normas morais como de leis que defendam o bem comum – concebido este dentro de padrões limitados de proteção à segurança pública, à propriedade privada e aos direitos naturais dos cidadãos.

É justamente esse divórcio entre o político/econômico e o moral que impede o liberalismo de prosperar no Brasil, de conquistar um número maior de adeptos. Muitos liberais brasileiros têm receio de ir contra a maré do 'vale-tudo' que tomou conta do país nos últimos anos. O que não é de estranhar quando parcela expressiva da própria Igreja Católica abandonou qualquer pretensão à defesa da moral tradicional, abandonada em troca de preceitos marxistas."

Aqui o livre mercado, ó!

Governo pensa em confiscar álcool para controlar preços

"O governo admitiu na quarta-feira que poderá tomar alguma medida para segurar a alta nos preços do álcool, gerada principalmente pela perspectiva de oferta justa durante a entressafra, que prossegue até abril. Não está descartado nem mesmo o confisco de estoques, informou o jornal Folha de S.Paulo.

Apesar de ser considerada remota, a possibilidade de confisco seria uma forma de pressionar os usineiros, que, segundo Ângelo Bressan, diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, possuem 4 bilhões de litros de álcool estocados.
"

E
nesta notícia de 2000 um indício de que o governo Lula e FHC não são tão diferentes assim:

"O governo ameaça desapropriar os estoques de álcool em poder dos usineiros caso o preço dos combustíveis não sejam reduzidos de imediato. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, após reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Pratini informou que apenas uma usina tem estocado cerca de 800 milhões de litros do produto.


Para o ministro, há amparo legal na legislação que permitiria expropriar a produção de grupos privados."

Morales

Depois de ler uma notícia dessas a pergunta que fica é:

Livre mercado onde?

"Bolivian President-elect Evo Morales, fresh from a visit with Fidel Castro, launched a world tour Tuesday by joining with Venezuela’s President Hugo Chavez in a denunciation of free-market economics – a sign of the growing relationship among the three leftist leaders."

Grande líder

Sinceramente, é difícil saber se é pior ter um governo encabeçado por Lula ou por Chirac. Este, para mim, é a versão francesa do Odorico Paraguaçu.

Agora que mais
notícias de violência na França vieram à tona, Odorico, digo Chirac, promete medidas enérgicas:

"Ontem o presidente Jacques Chirac prometeu punir os responsáveis pela violência, que ocorre dois meses após os distúrbios urbanos que atingiram várias cidades do país."


Faz um tempo que todo ano, nas comemorações de reveillon, carros são queimados na França. Os franceses toleram esse abuso com a covardia que justifica a fama que eles têm. Claro que para o covarde é mais fácil tentar esconder sua pusilanimidade sob o manto do pacifismo ou da superioridade da civilização. Enquanto isso suas propriedades são destruídas e suas mulheres violentadas.

E tudo isso mantido pelo dinheiro dos seus impostos.

03 janeiro 2006

Amor de mãe

Essa é para quem gosta de bichos


Amor de mãe

Logo

I love capitalism

Sobre heróis

Particularmente, eu acho que os heróis são elementos positivos em uma sociedade. Quando legítimo, o herói concentra em si o conjunto de valores apreciados por uma determinada sociedade. Ele representa um modelo de comportamento a ser admirado e seguido por todos.

Justamente por achar a valorização dos heróis uma coisa importante, achei muito legal esta
carta aberta ao Michael Jordan:

"Thank you for winning six NBA titles and earning hundreds of millions of dollars.


If you ask why I thank you when obviously you did it for yourself, not for me—I will respond: That’s exactly why I thank you. I can imagine the pride you take in your achievements—of being the greatest ever in your field—but I wonder if you realize fully all you have to be proud of.

Most people, unfortunately, do not push themselves to excel—and the problem is not a lack of capacity. Over a period of twenty years as a teacher, I have observed many talented students who squander their gifts. It is not ability that is missing; it is will.

It is hard work for a man to actualize his potential. Thomas Edison, who knew, defined genius as one percent inspiration and ninety-nine percent perspiration. Many of us—perhaps most—do not wish to perspire that profusely. But you, Michael, do not share such reluctance.
"

Vale a pena ler a carta toda, é muito maneira. Dá para ter uma boa idéia dos valores que são cultuados por aquelas bandas.

Quem diz que beleza não abre portas?

"A Grã-Bretanha começou a investigar, nesta terça-feira, a denúncia feita pelo tablóide 'The Sun' de que funcionários do mais movimentado centro de imigração do país concedem vistos de permanência para estrangeiras atraentes em troca de sexo - especialmente as brasileiras.

Um ex-empregado do órgão contou ao jornal que seus colegas no centro de imigração de Croydon, no sul de Londres, usavam sua influência para seduzir moças bonitas e desesperadas para não serem expulsas, enquanto as imigrantes 'feias' tinham seus pedidos rejeitados.
"


Mas cá entre nós: o cara tá certo de não permitir mais barangas na Grã-Bretanha. Lá já tem o suficiente...

Aqui.

02 janeiro 2006

Estado ideal

Acaba de chegar o livro A queda dos mitos econômicos do Ives Gandra Martins. Estava eu folheando o livro quando, por acaso, parei num capítulo onde Ives descreve aquilo que seria um Estado ideal:

"Jamais haverá um Estado ideal se não houver, primeiro, uma revolução de dentro para fora, do homem para a família, da família para a sociedade, da sociedade para os governos."

Já valeu o preço.

A entrevista

No telejornal hoje vi uns trechos da entrevista que o efelentífimo concedeu ao Fantástico (nada mais apropriado para exibir uma entrevista do presidente). Para um cínico como eu que já tem uma certa má vontade com o PT e todos os seus membros e simpatizantes, me pareceu uma entrevista preparada para zerar aquelas questões mais incômodas ao governo e permitir que 2006 seja o ano da campanha. Entre uma resposta e outra, o efelentífimo aproveitou para dizer quão maravilhoso está sendo o seu governo e que "2006 vai ser o ano". Já ouvi isso antes...

Ele garante que não está preocupado com a reeleição mas seu ministro já disse que a ordem é "raspar o tacho".

Outra coisinha que ele disse é que agora (deve ser adepto do "antes tarde do que nunca"), neste ano de eleição, vai atacar o problema da educação no país, criando um plano de educação. Ele não disse, mas certamente será um plano de educação jamais visto na história da humanidade.

Sinceramente, não tenho mais saco para essas politicagens. Comentei isso porque achei engraçado a certeza que essas pessoas têm de que estão se dirigindo a idiotas que não farão a pergunta:

"Por que só agora?"

Ano novo, tudo velho

Gosto muito de ler tudo que Thomas Sowell escreve. Poucas pessoas por aí abordam com tanta clareza os inúmeros trade-offs aos quais somos submetidos constantemente ao longo de nossa vida. A noção de que tudo na vida é trade-off é tão importante que pessoas que não conseguem enxegar isso passam por maus bocados na vida. Mas pior ainda é quando quem não consegue enxergar são pessoas com algum poder de decisão.

Neste caso elas fazem outras pessoas passarem por maus bocados.

Neste artigo, um juíz do trabalho orgulhosamente afirma que "no Brasil, os juízes do Trabalho têm resistido à flexibilização das leis trabalhistas, que normalmente se insinua através de projetos de lei apresentados no Congresso Nacional."

A falta da noção de que tudo na vida é trade-off impede o juiz de enxergar que a alternativa à flexibilização dos contratos de trabalho não é a contratação dentro das normas da CLT, mas a não contratação.

Ou seja, para manter uma regulamentação anacrônica, pesada e que gera um overhead administrativo absurdo, os juízes estão dispostos a tudo, até mesmo a condenar milhões de brasileiros ao desemprego.