Não costumo gostar muito dos textos de opinião do JB. Tirando uma outra outra opinão, alguns textos são bem simplórios, beirando a panfletagem de agremiações estudantis.
Entretanto achei muito pertinente o que foi dito hoje por Dionísio da Silva, sobre o bundalelê envolvendo a teóloga Daniela Mercury e o sabe-nada-sobre-religião Bento XVI.
"Qual é o cerne da confusão da mídia? O mesmo de sempre. A mídia simula ambiente de liberdades ilimitadas, desde que não seja ela a criticada. Mas é preciso pelo menos diferenciar o seguinte: se a Igreja não aprova o preservativo e prega a abstinência sexual, este é um problema dos católicos, cuja grei obedece a uma complexa hierarquia em cujo topo está o Papa, atualmente Bento XVI."
(...)
"Se o leitor pertence a um clube, associação ou entidade, sabe que há leis, estatutos, regimentos a acatar. Muitos católicos discordam das prescrições da Igreja a respeito de temas candentes da modernidade, dos quais o controle da natalidade e das doenças sexualmente transmissíveis é bom exemplo.
Mas como negar à Igreja o direito de convidar para um show determinados artistas e não outros?"
E a conclusão é perfeita:
"Se o Papa tivesse apoiado alguma bandeira da mídia, mesmo que representasse intromissão indevida em assuntos leigos, sua voz seria aceita sem questionamentos."