Grupos politicamente influentes são aqueles que podem escrever livros com títulos que ofendem, humilham ou apenas fazem pouco dos seus "oponentes"; que podem privar os outros do direito à livre expressão e, também, impor políticas públicas que lhes favoreçam. E tudo isso como o apoio ou resignação do resto da sociedade que fica quietinha por medo de parecer reacionária.
Exagero?
O que veríamos na imprensa se:
1) Um homem escrevesse um livro chamado "São as mulheres necessárias?";
2) Se uma associação de católicos entrasse na justiça para tirar do ar uma das muitas novelas que sempre colocam as beatas como vilãs e hipócritas da estória;
3) Se houvesse um feriado chamado "Dia da consciência branca", além de diversas políticas públicas que favorecessem os brancos?
A briga entre grupos politicamente organizados é uma das principais características da Democracia, que serve justamente para que grupos antagônicos não resolvam suas diferenças na marra. Mas esta disputa, legítima, tem que ser clara e todos os grupos devem ter o direito de participar dela. Negar a alguns grupos o direito de participar da disputa enquanto se concede este privilégio a outros é flertar perigosamente com a ditadura das minorias.
Obs.: Não deveria ser necessário, mas já adianto que só posso ser acusado de "legislar em causa própria" no item 1 acima.