Uma questão me intriga sempre que me meto a pensar em assuntos do espírito:
A pessoa religiosa, não importa qual religião, vê essa vida como a etapa de algo maior. Ela crê na eternidade do espírito etc, etc.
O ateu, por sua vez, pensa que a vida é essa que está aí e ponto final. Quando a acabar, acabou.
Que um religioso aja de forma austera, respeitando o próximo e privando-se de certos prazeres mundanos em nome de um crescimento espiritual, eu entendo. Mas como explicar um ateu que aja dessa forma?
Por que o ateu, ciente de que vive uma vida de duração limitada, ainda assim se submete a um conjunto de valores morais que só faz tornar essa vida - única vida - menos glamurosa, excitante e prazerosa?
Eu tenho dois palpites:
1) Poucas pessoas são de fato atéias. Estas são aquelas que realmente vivem como se não houvesse amanhã. Desconsideram totalmente o próximo e não medem esforços para obeter o mínimo prazer ou satisfação. Curiosamente, alguns desses ateus se declaram tementes a Deus.
2) Muitos se declaram ateus mas ainda assim vivem sob a influência dos valores religiosos que renegam.