O Conselho de Segurança da ONU não alcançou, nesta sexta-feira, um acordo para declarar ilegítimo o segundo turno presidencial no Zimbábue, diante da oposição da África do Sul, motivo pelo qual os Estados Unidos advertiram que consideram impor sanções a Harare unilateralmente.
Após novas e longas discussões no Conselho, seu presidente, o embaixador americano no órgão, Zalmay Khalilzad, disse à imprensa que os 15 membros consideraram que "não foram atingidas as condições de uma eleição livre e eqüitativa", no segundo turno da votação presidencial no Zimbábue.
No entanto, por intervenção do embaixador da África do Sul, Dumisani Kumalo, cujo país tenta mediar a crise política no Zimbábue, os 15 países-membros não conseguiram aprovar um projeto de declaração muito mais duro, redigido pelo Reino Unido e que pretendia afirmar que "os resultados da eleição de 27 de junho não terão credibilidade, nem legitimidade".
Mais uma vez, coube aos EUA fazer alguma coisa a respeito:
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse neste sábado que pediu mais sanções contra o "ilegítimo" governo do Zimbábue, um dia após o segundo turno das eleições que teve como candidato único o ditador Robert Mugabe.
"Considerando a descarada falta de respeito do regime de Mugabe pelo sentimento democrático e os direitos humanos do povo zimbabuano, dei instruções aos secretários de Estado e do Tesouro para que estabeleçam sanções contra este governo ilegítimo do Zimbábue e aqueles que o apóiam", declarou Bush através de uma nota oficial.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, apontou a existência de inúmeras denúncias de intimidação durante o processo eleitoral.
"Acredito que não há dúvidas de que as eleições no Zimbábue de ontem foram uma farsa", disse Rice neste sábado, durante uma viagem para a Coréia do Sul, acrescentando que o seu enviado especial para a África, Jendayi Frazer, vai assistir a cúpula de segunda-feira da União Africana (UA) no Egito, para exercer pressão sobre Mugabe.
Rice também salientou que os EUA desejam que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprove na próxima semana uma resolução sobre o Zimbábue, para enviar uma "mensagem forte de dissuasão" para Mugabe.
So nos falta agora ter que aturar protestos a favor de Mugabe...