Uma expressão que resume o jeitão de ser do bananense é "meia-boca" (para os gringos, half-ass). É raro ver um bananense ralando e suando para alcançar - e quem sabe ultrapassar - o seu potencial. Nas esferas diversas da vida, para o bananense, chegar ao topo é ter passe de área VIP em alguma festinha regada a Skol grátis e vagabundas idem. Para ficar na esfera popular, um dos poucos bananenses que fugiu desta maldição e quis que seu nome ultrapassasse as barreiras do tempo e das fronteiras foi Pelé. Claro que os bananenses não poderiam perdoar isso. Afinal, como dizia Tom Jobim, "no Brasil, sucesso é ofensa pessoal". No íntimo, todos queriam que Pelé acabasse como Garrincha, pobre, na sarjeta. Jamais Pelé será perdoado por ter ousado ser grande num país de anões.
Mas a minha inspiração para este post nem foi Pelé ou Garrincha. Foi este rapaz, dotado de incrível talento, mas que não resistiu à maldição bananense e praticamente encerra sua carreira aos 28 anos.
Pela régua de medida do bananense, entretanto, Ronaldinho é um sucesso, aquilo que todo pai quer para seu filho. Afinal, qual bananense não almeja credenciais para áreas VIP, Skol gelada e vagabundas?