Este lamentável episódio da Peugeot mostra como estão enganados aqueles que acreditam que a mera existência de empresas privadas caracteriza um regime livre. Muitos não verão nesse episódio nada demais. Alguns chamarão de paranóico qualquer um que veja nisso sinais graves de intromissão estatal na liberdade de expressão.
Tem uma galerinha por aí, daquele tipo "não sou de esquerda nem de direita, muito pelo contrário" que tem o comportamento daqueles judeus que, com o nazismo batendo à sua porta, achavam que tal monstruosidade era grande demais, complexa demais para acontecer. Coisa de paranóicos. Uma variante do mais comum tipo que se vê por aí: aquele para o qual o que não se compreende, não existe. O semi-culto.
Os paranóicos fugiram e muitos sobreviveram. Os descolados, bem... Isso é história muito conhecida.
Não importa quantos livros você possa enumerar. Não importa quantos autores você consiga citar de cabeça. Se toda essa leitura, em vez de ter aberto sua mente, apenas serviu como uma válvula de escape da realidade, você não difere muito de um espectador do Zorra Total.
Se, depois de tomar conhecimento de tudo que a humanidade já fez de brutal, você insiste em sequer considerar a possibilidade de isso voltar a ocorrer, mesmo quando se depara com sintomas idênticos, toda sua leitura foi tão útil quanto se você tivesse lido Caras.