Em um pequeno comprimido, recheado por altas doses de hormônio, meninos e meninas enxergam a chance de remediar o que aprontaram depois das baladas. Mas o mesmo medicamento que afasta a chance de entrar para o grupo de pais adolescentes também pode abrir as portas do comportamento de risco. A pílula tinha sido elaborada apenas para um eventual 'dia seguinte' de falta de proteção sexual. O atual consumo errado da cápsula provoca uma overdose de problemas para 'todo o sempre'.
Quando chegou ao mercado farmacêutico, em 1999, a missão da pílula do dia seguinte era ser o último recurso de quem foi vítima de estupro, de uma camisinha furada ou esqueceu de tomar um comprimido da cartela de anticoncepcional . Oito anos depois do aparecimento, o mau uso desse recurso virou vilão. Uma pesquisa realizada pelo Programa Estadual da Saúde do Adolescente revelou que, de cada 10 meninas que recorrem à pílula, seis não usaram nenhum tipo de prevenção na hora do sexo.
Claro que, por essas bandas, alertar para o risco do surgimento deste tipo de comportamento de risco quando se faz apologia do sexo para adolescentes é motivo suficiente para colocar alguém no grupo maldito dos conservadores.