12 dezembro 2006

A caminho

Estamos no rumo certo para chegar à tão sonhada igualdade:

RIO - Os brasileiros estão recebendo cada vez mais o salário mínimo. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), indicador do governo que atesta a geração de postos de trabalho no país, mostram que, em linhas gerais, todos os empregos formais criados em 2006 têm remuneração de até 1,5 salário mínimo (R$ 525). Entre janeiro e outubro, 1,5 milhão de postos de trabalho com carteira assinada foram abertos. Destes, 1,4 milhão não paga mais que R$ 525 (96% das vagas oferecidas). No mesmo período de 2005, a proporção era de 79%.

O estudo do economista Márcio Pochmann, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp, sobre remuneração de empregos com carteira assinada no país, mostra a aceleração do processo de achatamento da classe média no Brasil, com a maior polarização dos trabalhadores entre pobres e ricos.

Segundo a Confederação Nacional da Indústrias favorável às exportações, os juros ainda elevados e a pesada carga tributária levam cada vez mais empresas a cortarem custo com mão-de-obra. Os setores mais afetados pelo câmbio, como as indústrias têxtil, calçadista e moveleira, têm que reduzir custos de qualquer maneira. Nesses setores, a redução envolve salários.