Merece um estudo o contraste entre o esforço que o brasileiro faz para o Brasil ser percebido como um grande país, uma nação de gente maravilhosa e uma pátria de grandes realizações e a total incapacidade e/ou vontade de fazer algo concreto para que isso realmente se torne realidade.
É sério: tem algo muito errado com este país que eu não consigo identificar. É trabalho para antropologistas, sociólogos, psicólogos, filósofos, sei lá.
Hoje no mundo temos um único país verdadeiramente grande (por enquanto, diga-se de passagem): os EUA. Sempre que vou para lá - ultimamente numa média de duas vezes pro ano - tento prestar muita atenção nos jornais e programas televisivos. NUNCA eu testemunhei jornais louvando resultados da balança comercial, arrecadação de impostos (neste último caso, muito pelo contrário) ou coisa parecida. Claro que, como não fico diante da TV o tempo do quando estou lá, posso ter perdido alguma coisa, mas no Brasil basta ver uma das edições de um telejornal qualquer para saber da última "conquista" do Brasil. É como se cada veículo de comunicação fosse aquela tela do 1984 que, além de vigiar cada habitante, ficava constantemente divulgando as maravilhas realizadas pelo regime.
As empresas de comunicação e principalmente de marketing, já perceberam faz tempo que o estilo ufanista agrada a todos. É aquele denominador comum que é o sonho de todo o publicitário: uma mensagem única que atinge a todos, independentemente de classe social, religião, sexo ou formação. Seja rico ou seja pobre, tudo que o brasileiro quer ouvir é quão maravilhoso é seu país, estado ou cidade.
Afinal, como decretou o governo Lulla, "o melhor do Brasil é o brasileiro".