Nos últimos anos a imprensa local tem dado total apoio à causa Islâmica. Nem tanto pela causa em si, mas sim pelo fato dos Islamistas representarem hoje a pedra no sapato dos EUA. Até mesmo para os ataques de 9/11 alguns mais criativos encontraram justificativas (o famoso "foi uma atrocidade mas..."). Quando a coisa era injustificavelmente abominável (como a decaptação de três meninas que estudavam em um colégio Cristão na Indonésia) nossa sempre vigilante imprensa tratava de simplesmente fechar os olhos ou soltar uma notinha minúscula.
Então vieram as manifestações contra os tais cartoons do jornal dinamarquês. Esta, sem dúvida, seria uma prova de fogo, pensaria o incauto observador. Que nada! Muita gente por aqui mostrou que, se é para dar força aos inimigos dos EUA, até mesmo da liberdade de expressão, sua ferramenta de trabalho, eles estão dispostos a abrir mão.
O resultado é que tenho lido por aí muita coisa cujo teor é idêntico a este pequeno trecho da coluna do Zuenir Ventura de hoje:
"A liberdade de imprensa não foi feita para acobertar ofensas de qualquer natureza, inclusive ou sobretudo as religiosas."
Apenas para ficar na esfera religiosa, é quase surreal ler isso de um colunista de um jornal que pertence a uma organização que não perde uma única oportunidade de achincalhar o Cristianismo.
Fazendo um exercício de chutologia, se as organizações Globo veiculassem na Europa, sobre o Islamismo, o mesmo que veicula aqui sobre o cristianismo, tenho minhas dúvidas se ainda existiria algum Marinho para dar continuidade à dinastia.