Hoje no JB um jornalista assina um artigo sobre Felipe Barbosa, o brasileiro que morreu no Iraque lutando pelos EUA.
"Como para centenas de jovens de países em desenvolvimento, a saída de casa do 'pracinha' Felipe (...) coloca uma situação permanente e difícil de ser resolvida pelo governo Bush. Para atrair jovens para suas fileiras (outra generalização), Tio Sam continuará a buscá-los onde estiverem, oferecendo-lhes cidadania americana no prazo de um ano de residência legal, pagamento de até quatro anos de universidade e um bônus que pode chegar a US$ 40 mil em quatro anos."
Este não foi o caso do Felipe. Como o próprio jornalista mencionou, o marine vivia nos EUA desde 1994. Isso não quer dizer que o governo americano não esteja oferecendo cidadania para pessoas de outros países, mas sim que o jornalista tentou estabelecer uma relação entre fatos totalmente isolados, usando um caso de potencial comoção nacional (só não rendeu mais porque o soldado foi enterrado nos EUA).
O que deveria nos deixar perplexos é o fato de jovens preferirem lutar uma guerra que não é sua para obter uma chance de viver nos EUA a desfrutarem da paz em suas terras natais. E demonstrar esse tipo de sentimento:
"O desejo de Felipe era participar da caçada a Saddam Hussein. Por três vezes foi reprovado nos testes a que os militares são submetidos antes de ir à guerra."
O jornalista fecha sua obra com uma inverdade, se considerarmos que todos os demais meios de comunicação noticiam o contrário:
"Escolheu ser sepultado no Brasil."
Se houvesse um documento assinado pelo marine pedindo para ser enterrado no Brasil, o candidato-a-presidente-que-nunca-foi muito provavelmente não iria perder essa oportunidade de colocar o pobre rapaz num palanque.
O JB não tem editor não?