RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) se coloca, mais uma vez, na contramão dos interesses nacionais. O primarismo na gestão da agência é assustador. Coisa de neófitos arrogantes, que acham que entendem e conhecem o setor onde caíram de pára-quedas. A bomba agora é uma medida que pode liquidar com o nosso turismo interno. Trata-se da defesa que a agência vem fazendo da liberação dos preços das passagens internacionais do Brasil para os Estados Unidos e Europa. Querem liberar as tarifas, permitindo que as companhias estrangeiras vendam bilhetes por US$ 300 ou US$ 500, incentivando o turista a deixar o país.
Esta foi uma das mais descaradas defesas de rent-seeking que eu já vi. E, como sempre, o bom e velho patriotismo e a preocupação com os trabalhadores entram como desculpa:
Não se trata de defender monopólio, restrições de mercado ou outras argumentações esdrúxulas que podem partir da Anac. Está na hora de defender o turismo doméstico e a evasão de divisas. O Nordeste do Brasil é uma região que precisa do turismo para sobreviver. Muitas vezes é a atividade econômica que faz a diferença entre a pobreza e uma vida digna. Ajudar a migrar o fluxo de brasileiros para o exterior nunca deveria ser encarado como missão maior por uma agência de Estado.
Eu ia grifar algumas frases no trecho acima, mas ele todo é uma pérola, desde o início até a conclusão sobre a missão das agências reguladoras que, para este senhor, é fazer com que os turistas brasileiros pague absurdamente caro por serviços de quinta categoria.
Por uma questão de clareza e honestidade com seus leitores, o JB deveria colocar as credenciais do autor no rodapé do texto:
Presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet), membro do Conselho Nacional de Turismo e diretor do Jornal de Turismo.