12 agosto 2007

Diferenças

Pode ser que quem esteja vaiando Lula e metendo o pau no PT hoje se torne simpático àqueles mais à direita no espectro político.

Mas cuidado!

É preciso prestar bem atenção no que se diz por aí.

Este trecho da coluna de hoje do João Ubaldo no Globo (sem links, sorry) é um bom exemplo:

Por que se é obrigado a silenciar diante de um governante que rompeu tão radicalmente com seu passado, e, em última análise, serviu-se do ex-grande partido que criou — e ainda se servirá, se precisar, embora já tenha sido flagrado dando a impressão de que considerava o PT um estorvo às vezes bem chatinho? E por que nós nos devemos omitir, para não sermos reacionários? Primeiro, ser reacionário é um direito. E, mesmo que não fosse, esse governo é que é reacionário, a começar pela sua “política social” assistencialista, legado monstruoso que perdurará por gerações, com conseqüências imprevisíveis. Não há o que mostrar nesse governo que não possa ser considerado reacionário ou conservador, das práticas políticas à condução das grandes questões nacionais.

1) Dizer que Lula rompeu com seu passado é admitir que algum dia ele foi um bom rapaz bem-intencionado mas que foi corrompido pelo poder. Bull!

2) Percedo ainda uma tentativa de salvar a imagem do PT, colocando como uma vítima que foi passada para trás quando Lula tomou o poder.

3) Para finalizar, uma declaração largada no meio de uma frase que associa conservadorismo à pilantragem que aflora no governo Lula.

É incrível como, quanto mais podre a esquerda se revela na política, mais ela dá um jeito de jogar nas costas da direita ou dos conservadores as responsabilidades dos seus atos.

É incrível como, para muita gente, se parece gato, mia como gato e tem cheiro de gato, é claro que é um cachorro!