O comentário se deu devido a um programa de TV americano onde uma família é escolhida para ter sua casa completamente reformada.
Neste programa, várias empresas de produtos para o lar (principalmente a Sears) fornecem móveis, eletrodomésticos, computadores, etc. obviamente com suas logomarcas aparecendo sempre que possível.
Minha esposa, ao comentar sobre o programa com uma colega de academia, ouviu algo do tipo:
"Ah, mas eles ganham muito dinheiro com isso!"
Como se o fato de a Sears, os demais fornecedores e os produtores do programa ganharem muito dinheiro com o programa anulasse o bem que eles fazem para as famílias escolhidas.
Lembrei dessa conversa depois de ler este texto do Stphen Kanitz indicado pelo blog Resistência.
Somos essa sociedade atrasada porque, entre nós, cobrar caro, ganhar mais do que os outros é malvisto pelos nossos intelectuais, políticos, líderes religiosos e professores de sociologia. O paradigma de sucesso deles é cobrar pouco. Melhor ainda seria não cobrar, oferecendo de graça ensino, saúde, segurança, cultura, aposentadorias, remédios, comida, dinheiro, enfim. De graça, o povo não tem como reclamar dos péssimos serviços, os alunos desses professores não têm como criticar as péssimas aulas. “De cavalo dado não se olham os dentes.” Se alguma coisa a história nos ensina é que o “tudo grátis” traz consigo a queda da qualidade dos serviços públicos, a desvalorização do serviço, o desprezo pelo povo nas filas, a exclusão social, a corrupção e a desmoralização de todos os envolvidos.
Concordo plenamente com a idéia central desse texto: temos, como condição para crescermos, que abandonar essa idéia ridícula de que o lucro e a riqueza são coisas ruins.