05 maio 2007

Sapo na panela

Este post do Jorge Nobre me faz lembrar outra teoria (já perceberam que sou cheio das teorias, né?) sobre como nossas elites econômicas merecem cada escândalo, cada perda de liberdade e cada centavo de imposto de hoje e provavelmente do futuro.

Atenção: a partir daqui você lerá a mais pura teoria de botequim.

Durante muitas discussões com gente "muderna" de cabeça aberta em listas de discussão, todos citavam a "nova" Rússia e a China como exemplos de que o socialismo, o comunismo ou como queiram, se foi definitivamente e que essa preocupação com "comunistas embaixo de cama" era ridícula.

Bem, a "nova" Rússia tratou logo de mostrar quão vivo estava o ideário que fundou a URSS e a veia totalitária de Putin logo botou abaixo qualquer esperança de ver naquele país sequer vestígios de capitalismo.

A China, que vem crescendo a taxas admiráveis, continua um clube fechado onde empresas associadas ao Partido Comunista tudo podem, até mesmo desapropriar residências e fazendas. Aos que não fazem parte do clube, como sempre, a lei.

E nem vou mencionar os países africanos cujas populações sofrem nas mãos de governos totalitários.

Mas para nosso beautiful people, é mais importante posar de cool diante de tudo isso. Fingir um certo desprezo por esses assuntos mundanos. Afinal de contas, se o bancos lucram e na loja da esquina vende iPod, isso é uma evidência incontestável da presença do capitalismo.

Deve haver alguma explicação psicológica, sei lá. Afinal, deve ser um incômodo insuportável para um jovem inteligente, edcucado e viajado saber que seu destino está nas mãos de um bronco como um Lula ou u Chavez.

Então, em vez de dar a devida importância ao fato, o descolado faz de conta que tudo está na mais perfeita ordem; que Lula e o PT não representam nenhum perigo, porque o risco Brasil caiu como nunca ou porque o dólar está beirando R$2,00.

Até o momento em que não dá mais para fingir. E como membro de uma boa família, que fez curso de inglês, francês, sei lá, ele se manda para os EUA ou para algum país da Europa e a vida aqui no Bananão segue seu trágico destino.