O que caracateriza uma civilização é o perfeito entendimento dos seus problemas, da sua gravidade e das medidas que devem ser tomadas para que tais problemas desapareçam ou, pelo menos, sejam atenuados.
Resumindo, mais ou menos, "situações desesperadoras requerem medidas desesperadas".
O que caracteriza uma tribo bárbara é a ignorância total e completa dos fenômenos que a cercam. Não possui capacidade cognitiva suficiente para determinar relações de causa-efeito e nem diferencia estas de meras correlações. Por isso está constantemente sofrendo dos mesmos males que não apenas se repetem, como se intensificam.
Olhando para nós o que vejo é um grupo de bárbaros querendo se passar por civilizados. Dentro desse grupo há uma divisão bem clara:
1) A elite: aparentemente ressentida por não ter nascido na Europa ou nos EUA, finge estar no mesmo patamar civilizacional, e até mesmo acima. É basicamente composta de políticos, artistas e intelectuais que empurram goela abaixo da população a sua visão de mundo. Vale lembrar que geralmente não sofrem as conseqüencias disso, pois possuem seguranças pagos com o nosso dinheiro ou privados. Para quem acha que eu exagero, um alto funcionário do governo, quando foi assaltado aqui no Rio de Janeiro, reclamou: "Logo eu que fui contra a progressão da pena!" Parece doentio. E é.
2) A classe média: esta está mais perdida que cego em tiroteio. Formada basicamente por profissionais liberais, nunca teve tempo - ou interesse - de se educar. Para simular uma cultura que não tem, repetem sem pestanejar tudo que é dito pelo grupo 1 (afinal, quem repete o que intelectual diz deve ser inteligente). Além de repetir tudo que a patota do grupo 1 fala, a classe média, por mais paradoxal que pareça, apóia politicamente os membros daquele grupo. Como exemplo, Jandira Feghali e Heloísa Helena tiveram - e sempre têm - excelente votação nos bairros da Zona Sul do Rio de Janeiro.
3) O pobres: estes estão fu**dos mesmo. Abandonados pelo Estado, são vistos pelo grupo 1 como massa de manobra (políticos) ou material de estudo (intelectuais). Para o grupo 2 não passam de mão-de-obra barata. São as maiores vítimas da esquizofrenia do grupo 1 e da estupidez do grupo 2. Como não vêem nenhuma perspectiva no Estado, geralmente - e racionalmente - cedem seus votos a políticos em troca de favores imediatos. Como esses políticos são invariavelmente safados, continuam sem ninguém que os represente e afundam cada vez mais.
As ações combinadas destes três grupos nos deixam com uma classe política que se divide em esquizofrênica e safada (ou ambos).
Alguma sociedade pode sobreviver a isso?