Se há coisa que jamais faltou ao demônio — eu o tomo aqui como uma metáfora — é o culto à desconfiança. Se um dia tiverem tempo e oportunidade, leiam Les Cahiers de Monsieur Ouine — ou simplesmente Monsieur Ouine, do escritor católico francês, que morou no Brasil, Georges Bernanos. “Ouine” é uma soma de “Oui” (sim) e “Non – que tem em francês a variante gramatical “ne” (não). O demônio é justamente a indistinção entre o Mal e o Bem, ou é o Mal que é Bem, ou o Bem que é Mal. É, em suma, a empulhação disso que chamam por aí de “dialética” — quando querem convencê-lo a abrir mão de seus princípios para o seu próprio bem.
É a tentação do deserto.
10 maio 2007
As palavras do ministro
As palavras benevolentes do Ministro da Saúde se enquadram muito bem nesse trecho do Reinaldão: