14 fevereiro 2009

Nóis pobrinhu pudemo fazê tudio

Essa mania de brasileiro achar que o fato de ser "pobrinho" lhe confere algum privilégio no convívio com os "ricos" nos torna um dos povos mais escrotos que há, às vezes até mesmo mais escrotos que os argentinos. Celebridades internacionais vêm ao Bananão e, mesmo diante daquelas poças de merda que são a Lagoa Rodrigo de Freitas e muitas praias da Zona Sul do Rio de Janeiro; mesmo diante da imundice que impera nas nossas ruas; mesmo diante da violência e da pobreza, eles ainda mantêm a cortesia de agir amistosamente na "casa dos outros." Quando questionados sobre o que acharam do país, abrem um sorriso e mentem "É um lugar maravilhoso! Que pena que não pude vir antes. Pretendo voltar muitas vezes!"

Mas o brasileiro? Nãao... O brasileiro se acha no direito de entrar na casa dos outros, abrir a geladeira, beber a última cerveja, passar a mão na bunda da dona da casa e ainda dar um pescotapa no dono. E ai do dono se ele esboçar a mínima contrariedade, exigindo um pouco de modos do visitante mal educado. Será logo chamado de arrogante, de estar humilhando o brazuca só porque ele é pobre e besteiras do tipo.

Quantas vezes vi brasileiros respondendo à pergunta - quase procolar - "o que você está achando daqui?" com críticas - muitas vezes severas, principalmente quando nos EUA - e comparações que visavam a mostrar ao pobre gringo que ele vivia num lugar merda e que o paraíso mesmo se encontrava lá abaixo do Equador.

Acho que todo guia de turismo destinado a brasileiros deveria vir também com um manual de etiqueta.