28 fevereiro 2009

Lula, o mito

Existe um mito - na minha opinião, claro! - que circula por aí, entre a galera bem pensante, de que a aprovação de Lula se deve à sua genialidade como político, a um certo talento inato para lidar com o povão. Certo, façamos de conta que a opinião pública não depende em nada do que se escreve, do que se publica nos meios de comunicação. Ou, no caso de Lula, do que não se publica. Façamos de conta que não há um suporte - cultural - a Lula que o permite falar qualquer asneira, praticar qualquer ato, sem que sua reputação sofra o menor abalo. Não, não falo de conspiração. As razões para isso podem ser várias, desde o alinhamento ideológico até a boa e velha negação, passando pelo nada singelo fato dele ter a chave do cofre e estar disposto a usá-la generosamente. A Lula se permite dizer que a "Venezuela tem excesso de democracia", a seu governo se permite deportar cubanos e receber terroristas, enfim, a Lula tudo é permitido. Por ora. Um ou outro colunista político escreve aqui e acolá, cheio de dedos às vezes, mas sabemos que uma parcela pequena do povão (e não se iluda, não falo deste povão que você imaginou; falo de gente criada a Danoninho e Farinha Láctea que se educa com Globo e NADA mais) lê colunas ou editoriais. Maior valor tem a charge que sai na capa do jornal, a crônica de algum intelectual, o famoso senso comum. O senso comum hoje, contratado a peso de ouro, é que Lula é um gênio político. Como eu disse aqui mesmo ha algum tempo, quero ver quando (ou SE) ele não tiver mais a chave do cofre para sair gritando, feito um Silvio Santos, "Quem quer dinheirooo?"