05 maio 2008

Homem de Ferro dispara avalanche de tolices

Comic Books não são assuntos muito sérios. Entretanto, como tudo na vida, eles são criados dentro de um contexto específico. Alguns dos principais super-heróis da Marvel surgiram durante a Guerra Fria. Não é de se espantar que alguns deles tivessem como vilão aquilo que era visto como o Mal da época, o Comunismo.

Um leitor (valeu, Alessandro!) mandou-me um artigo da Slate sobre o filme e o personagem. O artigo poderia explorar o contexto no qual surgiu o Homem de Ferro e o fez. Mas com aquela ótica esquerdista de sempre (capitalistas são indivíduos maus e egoístas que precisam ser dominados pelo governo. Inclusive há uma citação de Alan Greespan no início do artigo defendendo esta posição).

No artigo, Homem de Ferro enfrentava os vilões apenas para favorecer as empresas Stark, destruindo os competidores da empresa. Para o autor, o fato de os vilões depois se revelarem maníacos homicidas era apenas para validar o ataque inicial do Homem de Ferro motivado pela ganância.

Empregados preguiçosos eram despedidos (Oh! Crime dos crimes!). Segundo o artigo - não lembro mais, li essas coisas quando era garoto - esses ex-empregados se transformavam em vilões o que servia para justificar a política de recursos humanos de Stark. Ora, uma coisa nada tem a ver com a outra - me supreende quão incapazes de estabelecer raciocínios lógicos são essas pessoas. Se o funcionário demitido era maluco ou mau-caráter e passou a querer matar todo mundo, deve ser impedido com todos os meios que forem necessários e para isso havia o Homem de Ferro. Eram duas esferas diferentes, embora um evento tenha disparado outro. Será que o autor estaria justificando o fato de alguém sair matando as pessoas a torto e a direito porque foi demitido do trabalho? Não creio, mas não me surpreenderia.

A conclusão do artigo poderia ser escrita por qualquer universitário brasileiro semi-alfabetizado entre uma rodada e outra de sueca no Centro acadêmico (grifos meus):

Even now, Iron Man represents Stan Lee's adolescent dog-eat-dog version of capitalism, the version that appeals to our "might makes right" monkey brains: Innovation is good; monopolies rock when we run them, suck when we don't; big corporations need CEOs rich enough to own space jets; and regulations should be a result of the CEOs' benevolence and wisdom, not imposed by outsiders. Tony Stark is a self-made man who believes that we can build ourselves out of trouble. He's one of America's romanticized lone inventors who, like Steve Jobs, solve problems by locking themselves away in secret workshops to emerge later with their paradigm-shifting inventions.

These days, the Iron Man comic book sells worse than not only the Hulk, Daredevil, Captain America, and Thor but the six different titles featuring Wolverine. So why an Iron Man movie? In a maneuver worthy of Tony Stark himself, Marvel Comics is producing Iron Man on its own after getting burned on licensing deals for the lucrative Spider-Man and X-Men franchises. Who's left in the stable? Captain America and Daredevil have already bombed on film, and the Hulk and Thor are in movies coming later this year, and so Iron Man it is. The Iron Man movie is a decision born of greed and pragmatism, a decision based on Marvel's best corporate interests. It's a purely capitalist decision, and according to Iron Man ethics, that makes it practically heroic.

Como podemos ver, não importa a bobagem, o esquerdismo pode torná-la ainda maior.