07 setembro 2006

Eu, o iconoclasta

É senso comum atualmente atacar a religião como sinônimo de atraso e até mesmo limitação intelectual. Diversas reportagens pipocam nos jornais e TVs mostrando como líderes religiosos de diversas correntes exploram a ignorância do seu rebanho em benefício próprio.

Nesse verdadeiro saco de gatos entram desde o pastor e pai-de-santo picaretas até religiosos cujas vidas se resumem ao exercício puro da sua fé.

Na TV vemos apresentadores e celebridades com cara - e cérebro - de ameba vomitando superioridade sobre esses "pobres ignorantes" que se afundaram no obscuantismo da religião.

Hoje pela manhã ligo a televisão e vejo uma reportagem sobre Jonh Lennon que diz:

"Um documentário mostra a guerra entre John Lennon e o presidente dos EUA Richard Nixon. Nos anos 1970, o ex-Beatle foi perseguido pela CIA. Nem assim parou de desafiar os poderosos e lutar pela paz."

Como alguém com mais de 13 anos pode levar a sério uma coisa dessas?

É clara - pelo menos para um cínico como eu - que a idéia é alimentar o fogo que está se apagando (leia-se cheques depositados na conta da viúva Yoko).

Daí vem meu espanto: pessoas tão esclarecidas, tão modernas e tão superiores ao obscurantismo religioso adotam cada ídolo que pelamordedeus!

Para alguém que escreveu "imagine no possessions", bem que ele poderia viver mais modestamente:


John Lennon pensando na sua próxima música

Mansão? Mansão? Bem, sejamos justos: ele disse "I wonder if you can" e não "I wonder if we can".