20 abril 2009

Car crash

Sacam o efeito "batida de automóvel"?

Não?

É quando você sabe que vai ver algo desagradável mas não consegue desviar os olhos. Assim está minha relação com este blog.

Tava aqui de bob na internet, a rede mundial de computadores, e pensei "o que será que aquele carinha escreveu dessa vez?" Fui checar e, como sempre, ele não decepciona.

Parece incrível, mas isso aqui foi escrito por um adulto:

Eu só posso ver este fenômeno com bons olhos. Não gosto da tirania cristã católica ou protestante em lugar algum do mundo e tenho horror só de pensar em bancadas políticas evangélicas nos EUA e no Brasil. Entendo totalmente a necessidade religiosa das pessoas, o imperativo da expressão da fé de cada um, mas sempre achei que as instituições religiosas, de um modo geral, empurram mais os países e as pessoas para trás do que para a frente. A onda criacionista nos EUA (e o furor com que ela se lança contra o Darwinismo) é algo só comparável, em falta de noção das coisas e de ridiculice, com a cientologia de Tom Cruise e John Travolta.

Uma coisa é uma pessoa buscar conforto psicológico na idéia de que, afinal, há uma entidade superior que rege tudo e todos num espírito de tolerância, compaixão, amor e respeito mútuo. Outra é achar que minha entidade superior é melhor do que a sua e que, portanto, como pregam os fundamentalistas, todos os que não compartilham da minha fé devem ser eliminados, constrangidos, banidos e, no caso da Al Qaeda, mortos. Ou que as leis do Estado devam se submeter às leis religiosas, sejam elas quais forem, de modo que uma bancada de políticos evangélicos impeça um sério programa de planejamento familiar com o argumento de que isso fere a vontade de Deus. Que Deus, cara-pálida? E quem acredita em Buda faz o que? E quem é espírita ou umbadista tem que entubar a vontade de Deus também?

Sempre achei que a lei dos homens (a possibilidade de cadeia e a supressão da liberdade, por exemplo) e o convívio social e familiar (a vergonha junto a pais ou amigos) fazem muito mais pela civilidade das pessoas do que a lei de Deus. Ninguém tem ou deixa de ter um amante ou de roubar um banco "porque é pecado capital". A destruição de reputações e carreiras ou a cadeia aterrorizam muito mais gente, com exceção dos políticos de Brasília, mas isso é outro post.