22 setembro 2008

Medindo a inteligência

Uma boa régua para medir a inteligência de uma pessoa é observar sua capacidade de absorver novas informações e transformar isso em conhecimento verdadeiro. As pessoas com baixa capacidade cognitiva, não importando quão eruditas elas sejam, sempre tentam enquadrar os dados que recebem no padrão pré-existente em suas cacholinhas, em vez de criar novos padrões que transformem esses novos dados em informação.

Um exemplo clássico: quando uma pessoa inteligente lê alguém metendo pau no Brasil ou nos nos brasileiros ou em ambos, ela será capaz de apreender o conteúdo da crítica, avaliar se a crítica procede ou não e estabeler uma opinião própria a respeito do assunto. Quando uma pessoa intellectually challenged (eu juro que preferiria ser chamado de burro a ser chamado disso!) lê alguém metendo pau no Brasil, independente do conteúdo da crítica, a reação é uma só:

- Tá querendo imitar Diogo Mainardi!

Veja bem: não é que o crítico não esteja querendo imitar o Diogo Mainardi. O que a pessoa intellectually challenged não percebe é que as críticas ao Brasil ou aos brasileiros podem ter várias motivações e podem ser até mesmo conflitantes entre si. Ainda que a críticas de uma pessoa sejam mais ou menos coincidentes com as do colunista, não podemos esquecer que pessoas diferentes podem chegar às mesmas conclusões sobre determinado assunto. Se George W. Bush diz lá nos EUA que o Sol é quente e eu depois digo aqui no Bananão que o Sol é quente, não quer dizer que eu estou imitando ele. Apenas as evidências nos levaram à mesma conclusão.

Uma outra coisa é concordar com a opinião de alguém. Quando uso o verbo concordar estou assumindo que a pessoa leu, entendeu, ponderou e finalmente aceitou a opinião de alguém sobre determinado assunto. Se Olavo de Carvalho (para citar outro "polemista") faz uma afirmação, cabe à pessoa que não é intellectually challenged, ler ou ouvir o que ele expõs, entender o que ele está querendo dizer, ponderar e, finalmente, com base nas informações de que o leitor ou ouvinte já dispõe e também usando a lógica, aceitar, rejeitar o se manter neutra diante da posição exposta. Isso, ao meu ver, significa concordar ou discordar. Aceitar uma opinião sem a menor análise é tão grotesco quanto rejeitá-la do mesmo jeito.