22 abril 2007

Depois de arrasar com seu próprio país...

... Alguns dos nossos conterrâneos vão terminar o trabalho no país dos outros:

Timberê Villas Boas, 34 anos, preferiu o voto útil para evitar que a esquerda ficasse novamente de fora do segundo turno, como aconteceu em 2002. Sua escolha original recairia sobre Olivier Besancenot ou José Bové, dois dos representantes mais à esquerda no espectro político francês, mas acabou optando pela candidata socialista para evitar um novo fracasso da corrente.

"Ja imaginou nossos netos ouvirem que Sarkosy ou Le Pen foram presidentes da França? Penso que a Ségolène será ótima presidente, e ainda mais por estar muito bem acompanhada pelos demais socialistas e que farão parte do seu governo", disse o motorista paulista de 34 anos. Casado com uma francesa, Villas Boas votou pela primeira vez em uma eleição francesa neste domingo. Ele considera que o país tem se distanciado cada vez mais das políticas sociais que um dia as tornaram o berço dos direitos humanos - na França, chamados de direitos do homem.

Motivação semelhante teve o mineiro Daniel Bredel, 26 anos, que manifestou seu direito em Belo Horizonte, também pela primeira vez. Bredel planeja estudar em Rouen, na França, até o final do ano. Ciente que a comunista Marie-George Buffet não chegaria o segundo turno, optou pela socialista.

"O Sarkozy é o pior de todos, ele defende políticas liberais, ignora os direitos das pessoas, reage de maneira truculenta às manifestações. Aqui no Brasil os liberais já fizeram estragos, mas se acontece algo semelhante na França será muito triste e provavelmente servirá de exemplo para os governantes daqui", analisou.