BRASÍLIA - O Banco Central baixou uma circular que obriga os bancos a monitorar contas e movimentações financeiras de autoridades que ocupam cargos estratégicos na administração pública, as chamadas pessoas politicamente expostas (ou Peps, na sigla em inglês). Os bancos terão que vigiar e, se necessário, investigar a origem de recursos movimentados por aproximadamente 14.500 autoridades, segundo estimativa da Controladoria Geral da União (CGU). O número pode chegar a cerca de 50 mil pessoas, de acordo com o BC, porque a circular atinge também os parentes de autoridades. Os alvos do monitoramento vão do presidente da República aos presidentes de câmaras de vereadores das capitais.
Além dessa medida me parecer um absurdo (a quebra de sigilo bancário somente deveria ocorrer mediante autorização judicial e não pela vontade de um funcionário do banco central) é ineficaz e só faz dar armas ao governo federal para atacar seus desafetos.
Mas vejam os comentários e percebam o quão distante do brasileiro comum está o conceito de Estado de Direito. A desconfiança em relação à ordem dada é, na maioria dos casos, a de que ela não será devidamente cumprida.
E assim vamos entregando - a este governo, o que é pior! - as liberdades individuais em troca de segurança e, para variar, vamos ficando sem ambas.
Mas como diz a frase atribuída a Benjamin Franklin, "He who would trade liberty for some temporary security, deserves neither liberty nor security".