20 setembro 2007

Conteúdo pago

O Globo recentemente passou a cobrar pelo acesso ao conteúdo da edição impressa, digitalizada e disponibilizada na Internet. Obviamente perdeu um leitor e seus anunciantes um potencial consumidor. O Globo é um jornal que, de graça, está muito bem pago. Tem um colunista muito bom, o Ali Kamel, alguns colaboradores bons e muita coisa ruim.

Neste post do Estadão o autor esboça uma análise dessa tendência - atrasada como tudo no Bananão - dos nossos jornais cobrarem pelo acesso ao conteúdo digital.

Para começar, um erro de avaliação:

A assinatura do jornal em papel cobre os custos de impressão e distribuição. Como na internet não existem custos de impressão e distribuição, não existe justificativa financeira para cobrar assinatura.

Isso seria verdade se não houvesse custo de armazenamento do conteúdo digital, custo do link (imaginem a banda consumida por portais como do Globo ou da Folha), servidores de alta disponibilidade e com capacidade de suportar uma gigantesca quantidade de hits, equipe para manter isso tudo funcionando, etc.

Nos comentários do post, uns poucos mas bons exemplos da cultura capitalista que impera no Bananão: um leitor, naquele português sindical que conhecemos diz que o acesso à informação deveria ser um direito de todos; outro acha que é um absurdo que os jornais queiram faturar com o conteúdo digital quando já faturam uma fortuna com as edições impressas; outro reclama da ganância.

Deixemos estes argumentos toscos de lado. A pergunta que os empresários dos jornais devem fazer é: será que as pessoas estão dispostas a pagar por algo que elas poderiam ter de graça?

Eu não e o Globo já descobriu isso.