Vejamos a chamada:
Tiroteio em favela dominada por milícia deixa seis mortos
Conclusão óbvia à qual somos induzidos: membros da milícia estavam envolvidos.
Logo, milícia é coisa ruim, muito ruim.
A notícia:
RIO - Cinco homens e um policial militar morreram na manhã deste domingo, em uma troca de tiros na favela Kelsons, na Penha. Segundo a polícia, um grupo de bandidos teria tentado invadir a favela, que segundo relatório da Subsecretaria de Inteligência, seria uma das 92 comunidades ocupadas por integrantes de uma milícia.
De acordo com os policiais, o cabo PM Luiz Cláudio de Souza Vargas, de 34 anos, que estaria de folga e passava de carro pelo local, sofreu uma tentativa de assalto e foi baleado. Ele foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu e morreu.
Quando deixavam à favela, bandidos trocaram tiros com PMs do 16o BPM, próximo ao Mercado São Sebastião. Cinco homens que ocupavam um carro foram baleados. Eles chegaram a ser socorridos, mas morreram no Hospital Getúlio Vargas. Com o grupo, a polícia apreendeu um fuzil, quatro revólveres e uma granada. O material foi levado para a 22a DP(Penha).
Podemos perceber que:
1) Dos seis mortos, um foi vítima de um assalto e cinco (cinco) eram criminosos que morreram em combate como policiais de serviço.
2) O fato não tem nenhuma relação com as milícias.
Conclusão: o jornalista (profissão pela qual meu respeito diminui a cada dia por aqui) criou, sabe-se lá por quais motivos, um vínculo inexistente entre as milícias e um evento negativo.
Tenho profundo respeito pelo Ali Kamel por seus texto belíssimos, mas discordo totalmente da visão que ele tem da nossa imprensa. O afinco com que ele defende a imprensa nacional, principalmente a grande mídia, em uma pessoa inteligente como ele, não pode ser atribuído à ingenuidade ou coisa parecida.
Lamentavelmente sinto cheiro do bom e velho corporativistmo no ar...