22 fevereiro 2007

Terra de ninguém

O Rio de Janeiro há muito tempo abandonou o ônus da civilização ao fazer a propaganda e a promoção de contra-valores, a exaltação do favelado, a beatificação dos teólogos da libertação, a proclamação dos direitos humanos dos bandidos e a promoção da vulgaridade como virtude balneária. Ordem, princípios, valores ou moral foram banidos do vocabulário carioca. Há muito que o Rio é “terra de ninguém”, servindo apenas de cenário para novelas de TV. E a TV, por sua vez, no que tem de mais carioca, tem de contra-valores, com seriados cada vez mais favelizados, tanto nas formas quanto nos conteúdos. A fama decorrente do próprio ato de ser famoso, de ter aparecido numa reportagem ou num programa, sem a menor contra-partida em um lastro de mérito e competência, de virtudes e valores, são sintomas da doença nacional que encontrou no Rio um ambiente propício para se desenvolver.

Essa "terra de ninguém" que se tornou o Rio fica ainda mais evidente diante das lembranças fresquinhas da minha última viagem. Mesmo uma metrópole (no mais amplo sentido do termo) como Nova Iorque ainda mantém um abismo que a separa do Rio de Janeiro.

A cada vez que ponho meus pés no Aeroporto Tom Jobim, voltando de uma viagem, a certeza de que estamos indo na contra-mão do mundo civilizado só aumenta.

Pior para nós...