28 fevereiro 2007

Economizem energia!

Assim sobra mais para mim!

Utility records show the Gore family paid an average monthly electric bill of about $1,200 last year for its 10,000-square foot home.

The Gores used about 191,000 kilowatt-hours in 2006, according to bills reviewed by The Associated Press spanning the period from Feb. 3, 2006, to Jan. 5. That is far more than the typical Nashville household, which uses about 15,600 kilowatt-hours per year.

Mas claro que isso tudo não deve passar de alguma conspiração da zelite:

A spokeswoman for Gore said he purchases enough "green power" — renewable energy sources such as solar, wind and methane gas — to balance 100 percent of his electricity costs.

"Sometimes when people don't like the message, in this case that global warming is real, it's convenient to attack the messenger," Gore spokeswoman Kalee Kreider said.

Viram? É tudo perseguição.

Adaptação

Ultimamente vem aumentando exponencialmente meu desprezo pela classe jornalística, principalmente aqueles formados de carteirinha.

Salvam-se raríssimas e honrosas exceções, claro.

Pensando neles adaptei essa piadinha velha:

Primeiro dia de aula, a fessora chama os alunos para que cada um se apresente e diga o que papai e mamãe fazem:

- Meu nome é Maricota, papai é médico e mamãe e enfermeira.
- Meu nome é Pedro, meu pai é advogado e minha mãe é dona de casa.
- Meu nome é João, minha mãe é prostituta e meu pai transformista.

Diante do constrangimento generalizado a professora resolve encerrar as apresentações imediatamente.

Quando termina a aula, a professora se aproxima preocupada e pergunta a Joãozinho:

- Joãozinho, seus pais fazem mesmo aquelas coisas?
- Não fessora. É que eu fiquei com vergonha de dizer que eles são jornalistas...

(As raríssimas e honrosas exceções não se ofenderão com esta piadinha, espero.)

27 fevereiro 2007

Nada de agir no calor da emoção, gente!

Este foi apenas mais um caso isolado:

Társio Wilson Ramirez, de 25 anos, que era menino de rua e estava na ONG há dez anos, levado por Delphine, confessou os crimes ao delegado Marcus Castro. Ele foi o primeiro a ser preso. Ele contou que há cerca de quatro anos estava dando um desfalque na Terr'Ativa. Társio era responsável pelos pagamentos da ONG (contas de luz, gás, telefone, contador e outras).

Com a palavra, nossos especialistas.

24 fevereiro 2007

Outra boa

Gostei dessa do Pedro:

Muito mais importante que sair do Brasil é o Brasil sair de você.

Me atrevo a complementar dizendo que, mesmo que você saia do Brasil mas continue carregando-o dentro de si, pouca coisa vai adiantar. Ok, você irá usufruir de mais segurança e conforto mas nunca será capaz de apreciar e vivenciar as coisas que realmente tornam outros países tão diferentes do Brasil.

Isso me lembra algo parecido que li num texto do Olavo (cito de cabeça):

Se não pode sair do Brasil fisicamente, pelo menos faça-o espiritualmente.

22 fevereiro 2007

Fotos do Carnaval

Rua 32
Rua 32 onde fica o hotel (muito bom por sinal) no qual me hospedei


Central Park
Central Park


Estátua da Liberdade
Estátua da Liberdade


Bolsa de NY
Bolsa de NY

Infelizmente não deu para registrar em fotos os musicais, mas belive me, valeram cada cent gasto!

Segurança nos aeroportos

Sobre o artigo do Fred Reed de onde eu tirei a frase do post anterior, é inegável que as tais medidas de segurança dos aeroportos são meros artifícios do teatrinho político.

É aquela história: se algum político não implantar essas medidas de segurança alegando que elas são ineficazes e algum atentado ocorrer, sua carreira política acabará ali mesmo. Por que arriscar já que o dinheiro não é dele mesmo? Caso alguma desgraça ocorra ou mesmo seja impedida, basta dizer que fez tudo que estava a seu alcance e apertar ainda mais as medidas de segurança.

Faz parte do jogo político afirmar que uma catástrofe seria evitada caso o partido A estivesse no poder em vez do incompetente e insensível partido B. Vimos isso no 11/9, vimos isso no Katrina e veremos sempre nos desastres que o futuro nos reserva, não importa quem esteja no poder, A ou B. Num mundo ideal isso não deveria fazer parte do jogo, ou pelo menos as pessoas deveriam ser capazes de afastar os jogadores que se valem destes artifícios.

Mas estamos longe do mundo ideal.

Boa

"People deserve what they tolerate."

Dele, claro.

Terra de ninguém

O Rio de Janeiro há muito tempo abandonou o ônus da civilização ao fazer a propaganda e a promoção de contra-valores, a exaltação do favelado, a beatificação dos teólogos da libertação, a proclamação dos direitos humanos dos bandidos e a promoção da vulgaridade como virtude balneária. Ordem, princípios, valores ou moral foram banidos do vocabulário carioca. Há muito que o Rio é “terra de ninguém”, servindo apenas de cenário para novelas de TV. E a TV, por sua vez, no que tem de mais carioca, tem de contra-valores, com seriados cada vez mais favelizados, tanto nas formas quanto nos conteúdos. A fama decorrente do próprio ato de ser famoso, de ter aparecido numa reportagem ou num programa, sem a menor contra-partida em um lastro de mérito e competência, de virtudes e valores, são sintomas da doença nacional que encontrou no Rio um ambiente propício para se desenvolver.

Essa "terra de ninguém" que se tornou o Rio fica ainda mais evidente diante das lembranças fresquinhas da minha última viagem. Mesmo uma metrópole (no mais amplo sentido do termo) como Nova Iorque ainda mantém um abismo que a separa do Rio de Janeiro.

A cada vez que ponho meus pés no Aeroporto Tom Jobim, voltando de uma viagem, a certeza de que estamos indo na contra-mão do mundo civilizado só aumenta.

Pior para nós...

Mastercard (reflexões de aeroporto)

Taxa de visto da babá: US$100.00
Passaporte novo da babá: R$180,00
Passagem aérea Rio-Miami-Rio da babá: US$1000.00
Hospedagem da babá: US$70 / dia
Poder largar seus filhos de lado nos isteitis também... Priceless!

14 fevereiro 2007

Vou ali e já volto

Por motivos médicos não posso me expor a essa praga chamada Carnaval. Por isso, esse blog tira mini-férias enquanto seu dono evolui pela avenida. A 5a. Avenida.

Fui!

13 fevereiro 2007

O selvagem em ação

A tal ministra com nome de garota de programa se acha muito civilizada ao dizer belas palavras para os jornalistas:

- Eu creio que a questão da criminalidade é bem mais ampla, vai além do estabelecimento de penas, do endurecimento dos regimes prisionais, deveria ser tratada de formas mais amplas - completou.

Tá, o problema é mais amplo. E daí? Vamos ficar parados então, esperando "the ultimate solution"? Típica bobagem hipócrita de 11 entre 10 pessoas públicas aqui no bananão:

"Pena de morte? Oh, não! Que horror! Que bárbaro!"

"Mas se matarem meu filho eu pago alguém para queimar o desgraçado!"

Em vez de um processo onde o acusado tenha algum direito à defesa o selvagem prefere o bom e velho linchamento.

Direito à ampla defesa é o cacete!

O brasileiro tem que colocar na cabeça que brincar de humanitário com facínoras até dá certo em países onde o risco de dar de cara com um é estatísticamente desprezível. Aqui no bananão é suicídio. Vamos deixar para tirar onda de evoluídos quando a situação estiver melhorzinha (apesar de eu achar que isso não acontecerá).

11 fevereiro 2007

Iraque: duas perguntas

Sempre que vejo uma notícia sobre mais um atentado terrorista no Iraque, certas perguntas que os "especialistas" insistem em não fazer me vêm à cabeça:

1) Por que os terroristas estão matando indiscriminadamente, sem poupar nem mesmo mesquitas, tão sagradas para esse povo?

2) Quem está dando suporte financeiro e militar aos terroristas?

Quase inacreditável

Meu xará descobriu uma série de vídeos no estilo propaganda governamental. Coisa desse nível:



Inicialmente pensei que fosse uma paródia, pois não consigo conceber a ingenuidade e estupidez de alguém que acredite em tamanhas bobagens. Mas então lembrei da entrevista de Antônio Callado, exaltando as maravilhas da falecida União Soviética e passei a não duvidar da eficácia deste tipo de propaganda.

E não podemos esquecer das maravilhosas educação e medicina cubanas!

Sangue do meu sangue

Não é apenas aqui no Bananão que se brinca de Democracia. Nossos irmãos d'além mar também gostam deste tipo de brincadeirinha:

Em 1998, o referendo foi anulado pelo alto índice de abstenção - apenas 32% do eleitorado foi às urnas. Para impedir que isso ocorra outra vez, o primeiro-ministro, José Socrates, avisou que se o índice de comparecimento às urnas for menor que 50%, vai usar o apoio que tem do Parlamento para pressionar o Congresso a aprovar a lei.

Lá como cá a regrinha do jogo democrático parece ser: se o povo "sabiamente" decidir a favor de mim, ótimo. Caso contrário, vai ser do jeito que eu quero assim mesmo.

Vamos ver se, após confirmado o índice de abstenção próximo de 60%, o filoditador vai mesmo manter a palavra.

Viés?

Imagina!

Vejamos a chamada:

Tiroteio em favela dominada por milícia deixa seis mortos

Conclusão óbvia à qual somos induzidos: membros da milícia estavam envolvidos.

Logo, milícia é coisa ruim, muito ruim.

A notícia:


RIO - Cinco homens e um policial militar morreram na manhã deste domingo, em uma troca de tiros na favela Kelsons, na Penha. Segundo a polícia, um grupo de bandidos teria tentado invadir a favela, que segundo relatório da Subsecretaria de Inteligência, seria uma das 92 comunidades ocupadas por integrantes de uma milícia.
De acordo com os policiais, o cabo PM Luiz Cláudio de Souza Vargas, de 34 anos, que estaria de folga e passava de carro pelo local, sofreu uma tentativa de assalto e foi baleado. Ele foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu e morreu.

Quando deixavam à favela, bandidos trocaram tiros com PMs do 16o BPM, próximo ao Mercado São Sebastião. Cinco homens que ocupavam um carro foram baleados. Eles chegaram a ser socorridos, mas morreram no Hospital Getúlio Vargas. Com o grupo, a polícia apreendeu um fuzil, quatro revólveres e uma granada. O material foi levado para a 22a DP(Penha).

Podemos perceber que:

1) Dos seis mortos, um foi vítima de um assalto e cinco (cinco) eram criminosos que morreram em combate como policiais de serviço.

2) O fato não tem nenhuma relação com as milícias.

Conclusão: o jornalista (profissão pela qual meu respeito diminui a cada dia por aqui) criou, sabe-se lá por quais motivos, um vínculo inexistente entre as milícias e um evento negativo.

Tenho profundo respeito pelo Ali Kamel por seus texto belíssimos, mas discordo totalmente da visão que ele tem da nossa imprensa. O afinco com que ele defende a imprensa nacional, principalmente a grande mídia, em uma pessoa inteligente como ele, não pode ser atribuído à ingenuidade ou coisa parecida.

Lamentavelmente sinto cheiro do bom e velho corporativistmo no ar...

There is something fishy here

Taí um ótimo trocadilho para esta situação:

(Notícia pescada no FYI)

House Republicans yesterday declared "something fishy" about the major tuna company in House Speaker Nancy Pelosi's San Francisco district being exempted from the minimum-wage increase that Democrats approved this week.

(...)

On Wednesday, the House voted to raise the minimum wage from $5.15 to $7.25 per hour.

The bill also extends for the first time the federal minimum wage to the U.S. territory of the Northern Mariana Islands. However, it exempts American Samoa, another Pacific island territory that would become the only U.S. territory not subject to federal minimum-wage laws.

One of the biggest opponents of the federal minimum wage in Samoa is StarKist Tuna, which owns one of the two packing plants that together employ more than 5,000 Samoans, or nearly 75 percent of the island's work force. StarKist's parent company, Del Monte Corp., has headquarters in San Francisco, which is represented by Mrs. Pelosi. The other plant belongs to California-based Chicken of the Sea.

Parece que a super-ética Nancy Pelosi já está tratando de corrigir esse erro:

House Speaker Nancy Pelosi yesterday said Democrats will close a loophole in the House-passed minimum wage increase that exempts American Samoa -- an action taken after it was revealed that one of the U.S. territory's main employers is based in her congressional district.

Ah, se ela fosse Republicana. Eu saberia disso pel'O Globo, Globonews, etc. Como ela é Democrata, a pesquisa no Google por Pelosi e StarKist nas páginas em português retorna nada! Ou melhor retornar uma página do Yahoo em inglês.

Ahá!

Juro que também me ocorreu este "Ahá!" quando li a notícia de que a nossa justiça (o nome deste poder não fica cada dia mais irônico?) concedeu idenização a duas pessoas que eram fetos no momento em que suas mães foram torturadas:

Indenização fetal e abortoMais um indivíduo recebeu indenização por ter sido “torturado” pela ditadura militar quando era ainda um feto. Já são dois. Nesse caso, parece que a tortura foi “psicológica”. Sei. Quer dizer que, comesse a mãe chocolates, ele bateria palminha no útero. Mas ok. Concedo e concordo. O Estado brasileiro acaba de decretar a imoralidade intrínseca do aborto em qualquer circunstância. Se um feto pode ser atingido psicologicamente por agruras físicas ou morais impostas à mãe — e pode a ponto de suscitar uma indenização paga ao indivíduo já na vida adulta —, então se reconhece a sua individualidade. Há alguma falha lógica ou moral no meu raciocínio? Ou o feto só tem direitos a depender do debate ideológico que se faça?

Mas deixei pra lá.

Num país onde houvesse um sistema legal consistente e parecido com algo sério este "ahá!" iria causar muita, mas muita confusão. Jurisprudências seriam estabelecidas ou derrubadas, discussões acaloradas em programas de rádio e TV, enfim, tudo aquilo que realmente se chama debate.

Aqui na selva, uma decisão dessas passa praticamente despercebida e a vida segue seu rumo normal.

Mas foi bom alguém mais popular ter levantado a lebre... Pena que nunca veremos uma questão dessas discutida no Jornal Nacional.

É uma pena que a pergunta "ou o feto só tem direitos a depender do debate ideológico que se faça?" é meramente retórica já que sabemos muito bem qual é a sua resposta.

Google e a "enterprise bullshit"

Enterprise bullshit: este é um termo que eu uso (não se inventei ou ficou registrado em alguma de minhas leituras por aí) para designar as aborbrinhas que somos obrigados a ouvir no mundo corporativo.

São muitas, intermináveis.

Penso que muitos "googlers" realmente acreditem, do fundo do coração, nesta abobrinha:

Our informal corporate motto is "Don't be evil." We Googlers generally relate those words to the way we serve our users—as well we should. But being "a different kind of company" encompasses more than the products we make and the business we're building; it means making sure that our core values inform our conduct in all aspects of our lives as Google employees.

The Google Code of Conduct is the code by which we put those values into practice. This document is meant for public consumption, but its most important audience is within our own walls. This code isn't merely a set of rules for specific circumstances but an intentionally expansive statement of principles meant to inform all our actions; we expect all our employees, temporary workers, consultants, contractors, officers, and directors to study these principles and apply them to any and all circumstances which may arise.

The core message is simple: Being a Googler means holding yourself to the highest possible standard of ethical business conduct. This is a matter as much practical as ethical; we hire great people who work hard to build great products, but our most important asset by far is our reputation as a company that warrants our users' faith and trust. That trust is the foundation upon which our success and prosperity rests, and it must be re-earned every day, in every way, by every one of us.

O dia a dia da Google mostra que a coisa é muito diferente do que está no seu código de conduta.

Acho que todos ainda lembram do caso da China, onde a empresa não se fez de rogada e aceitou todas as imposiçõs do governo. Como empresa, não há questionamentos quanto a isso. Quanto a uma entidade que elega não fazer o Mal... Hmm.

Agora meu xará achou mais esta:

The Google property has recently banned the popular atheist commentator Nick Gisburne. Gisburne had been posting videos with logical arguments against Christian beliefs; but when he turned his attention to Islam (mirror of Gisburne's video by another user), YouTube pulled the plug, saying: 'After being flagged by members of the YouTube community, and reviewed by YouTube staff, the video below has been removed due to its inappropriate nature. Due to your repeated attempts to upload inappropriate videos, your account now been permanently disabled, and your videos have been taken down.'

E parece que o "do no evil" da Google não parou por aí.

Felizmente a Internet tem algo que faz tremer esse tipo de gente: não há controle. Não há monopólios garantidos. Já se foi o tempo em que meia-dúzia de burocratas reunidos com executivos de merda decidiam qual seria a realidade. Hoje, condutas como esta da Google só fazem minar a sua credibilidade, mostrando quão hipócrita ela é.

There's no hope - II

Duas notícias dão a exata idéia do porquê chegamos onde chegamos:

Esta:

RIO - Cerca de 300 pessoas se reuniram num ato público organizado pelo movimento Rio de Paz contra a violência, na Praça da Cinelândia, Centro do Rio. A iniciativa tem por objetivo protestar publicamente contra o estado de violência do Rio de Janeiro. Batizado de “Luto pelo Rio”, o evento seria todo realizado em silêncio, "como expressão de indignação e tristeza por tudo o que tem sido visto nos últimos dias na cidade" segundo seus organizadores, não fosse a passagem do Bloco Cordão do Bola Preta, que vinha sambando da Praça Tiradentes e chegou até a Cinelândia.

E esta:

RIO - O bloco Simpatia é Quase Amor levou, pelo menos, 10 mil pessoas à Praia de Ipanema no último sábado antes do carnaval. De acordo com os organizadores, o número de foliões foi maior, chegando a 15 mil.

Não adianta: o selvagem é incapaz de apreender relações de causa-efeito com muitos encadeamentos. Somente eventos simples, do tipo bateu-doeu ou queimou-doeu, são plenamente assimilados. Parece que poucos se vêem como um João em potencial. Assim como o veadinho que vê seu irmão ser devorado pelo leão não imagina que amanhã ele poderá estar no cardápio se algo não for feito.

Mas para o selvagem não há nada a ser feito, a não ser torcer para não ser a bola da vez. Mas se for, what the hell!, faz parte do jogo. Ele só não pode deixar de curtir sua cervejinha e seu sambinha.

Eu acho que muitos dos problemas que nós brasileiros temos estão relacionados, em algum grau, com nossa total ignorância a respeito de conceitos básicos de economia. Principalmente a respeito dos incentivos.

Repito: incentivos!

Como ignoramos totalmente esse conceito tão básico, não sabemos como dar os incentivos que resultem em algo positivo e cessar aqueles que resultem em danos à sociedade. Na verdade, ainda que acidentalmente, fazemos até o contrário: damos incentivos para que se cometa mais crimes; damos incentivos para que se viva na ilegalidade; tiramos incentivos para que as pessoas sejam empreendedoras; tiramos incentivos para que as pessoas estudem; tiramos incentivos para que os políticos defendam nossa agenda (mesmo que ainda continuem roubando); damos incentivos para gravidez infantil; enfim, a lista é interminável.

Os poucos incentivos corretos que temos são praticamente acidentais e, portanto, estão sempre sujeitos a desaparecerem pelas mãos de algum político, mal-intencionado ou não.

Se tem uma coisa que nenhuma sociedade pode prescindir, sob pena de sucumbir no atoleiro, é de noções básicas de economia. Dia após dia pagamos o preço dessa ignorância e o pior é que a conta só vai aumentando.

10 fevereiro 2007

There's no hope

São 22:03. Um bloco de Carnaval faz a maior fuzarca, com direito a carro de som e tudo mais, em frente ao Hospital Pedro Ernesto, cagando e andando para os que ali estão internados.

Faz pouco tempo, algas tóxicas apareceram na praia da Barra da Tijuca. Apesar da interdição do trecho contaminado, mães ultrapassavam as fitas de isolamento com seus pimpolhos para curtir uma praiazinha.

Alguém ainda acha que esse tipo de gente vai se mobilizar por causa de um único garoto que morreu?

09 fevereiro 2007

Barbárie

Quando acontece algo tão chocante como o que aconteceu o garoto João os ânimos se exaltam, exige-se o fim do ECA (cujo o nome já diz tudo) e brada-se por pena de morte.

Nós pagamos um preço muito alto por vivermos na barbárie e querermos fazer de conta que somos muito civilizados. Um sistema de leis deve sempre ser moldado em função da realidade na qual a sociedade vive. O brasileiro optou por viver nesta barbárie que se tornou o Brasil e ter um sistema penal escandinavo, fazer o quê?

O fim do ECA e a pena de morte deveriam ser discutidos não apenas em momentos de emoção como este, mas, principalmente, nos raros momentos de tranquilidade. Mas não! Quando tudo está calmo, o brasileiro quer se passar por cidadão civilizado, um lorde, bem diferente daqueles bárbaros dos países que condenam crianças de 10, 12 ou 13 anos à prisão.

É impressionante como, apesar de toda a evidência de que o ECA é um fracasso retumbante, não há um movimento organizado para acabar de vez com essa excrescência legal. Não se iludam: os responsáveis pelo ECA não moverão um dedo. Eles possuem porte de armas, seguranças armados, etc. e correm pouco risco de pagar na pele o preço dessa verdadeira brincadeira de mau gosto.

O processo de democratização é mais doloroso do que imaginávamos. Poder votar é a parte mais fácil. O mais difícil é escolher os candidatos certos. A população parece ainda não ter sacado isso, votando muitas vezes em candidatos cuja agenda é claramente hostil a dos seus próprios eleitores.

Talvez um dia a população aprenda que políticos vivem de popularidade. Se a população apóia, para se sentir civilizada, a tese de que os criminosos são vítimas da sociedade, que a culpa na verdade é da sociedade que produz criminosos, que punição não inibe o crime, enfim, toda aquela baboseira progressista e vota em políticos com este tipo discurso, é bem provável que outros políticos passem a defender este ponto de vista apenas para angariar votos.

E assim surge o ECA.

Sempre que vejo um candidato - geralmente de esquerda - propondo leis absurdas que sacrificam a classe média, fazendo discursos que demonizam esta mesma classe média como elite insensível e mesmo assim recebendo votação maciça desta mesma classe média, eu lembro das palavras de Nelson Rodrigues:

"O brasileiro, para não passar por reacionário, é capaz de cometer as maiores atrocidades."

07 fevereiro 2007

Achei!

Achei a entevista de Antônio Callado que mencionei neste post. Está aqui.

O trecho referido é logo no início do programa. E é pior do que o que eu citei de cabeça...

06 fevereiro 2007

Agora sim

Agora sim, diante de provas concretas e que levam em consideração dados históricos, eu passo a acreditar no aquecimento global.


Provas concretas do aquecimento global

Hein?!

Inverno impiedoso


Nos Estados Unidos, o inverno chegou com atraso, mas chegou impiedoso. Os termômetros registram temperaturas de até 42ºC abaixo de zero. Isso mesmo: -42ºC.

A violenta frente fria vinda do Ártico atingiu o norte e o nordeste norte-americano. Tempestades de neve se espalharam pelos estados de Minnesota, Ohio e Nova Jersey.

Especialistas lembram que fenômenos extremos como nevascas estão associados ao aquecimento global. Em Nova York, escolas foram fechadas. Os abrigos da cidade estão lotados.

E a previsão é de mais frio por causa dos ventos gelados.


Algo que me diz o pobre coitado do aquecimento global será o culpado de qualquer coisa que acontecer no planeta nos próximos anos...

Vejam a série de posts que o Reinaldo Azevedo fez com as manchetes alarmistas do passado.

Esta, em particular, está ótima:


The sky falling!

05 fevereiro 2007

04 fevereiro 2007

Zap 2

Zapeando novamente pelos canais de TV, me deparei com um programa sobre Antonio Callado. Citando de cabeça ele dizia, numa entrevista, o seguinte sobre a falecida União Soviética:


"A gente sabe que houve problemas. Tem também os crimes, como queira (*). Mas que coisa linda que eles construíram."

Que triste é chegar a uma certa idade com tamanha falta de lucidez. I mean, tudo que podemos esperar da velhice é uma troca de vigor físico por sabedoria. Se perdemos o vigor físico de um adolescente mas continuamos tão tolos quanto um, o resultado - trágico - é que ficamos com o pior dos dois mundos.

(*) Este "como queira" foi claramente no sentido de "não vamos discutir por causa de pequenos detalhes".

10 anos

Há dez anos, o mais rabugento dos rabugentos passou desta para melhor.

Bye bye videos

Infelizmente o vídeo que eu coloquei num post de ontem foi removido do YouTube a mando da proprietária dos direitos autorais, a Viacom.

O mais chato é que provavelmente não veremos as manifestações pró-liberdade que os meios de comunicação fizeram no caso do Napster, já que agora os prejudicados foram os próprios.

03 fevereiro 2007

Me diz uma novidade, vai

Não precisa ser especialista no assunto para perceber isto.

"A very strong ideology is present in Brazil's foreign policy. The idea of South-South trade as predominant (policy) reveals a backward anti-Americanism," Abdenur said. "There are in Brazil sectors, although minorities, that have an aversion to the United States, both in the government and Itamaraty."

Zap

Zapeando pela TV hoje dei de cara com um programa chamado American Inventor.

Dude, os caras têm um programa de TV que resulta em patentes!

Global warming

Vamos colaborar!


Essa não poderia passar em branco

Entrevista na BBC Brasil com Bjorn Lomborg. O jornalista (a cada dia tenho menos respeito pela profissão) ao introduzir Bjorn escreve isso (o melhor está no final):


Em O ambientalista cético, Bjorn Lomborg argumenta que iniciativas como o Protocolo de Kyoto e esforços de redução das emissões de carbono podem até ser eficientes para combater o aquecimento global, mas que eles trariam poucos benefícios a alto custo.

Segundo ele, outras prioridades – como combate à aids e redução da pobreza – poderiam ter um efeito mais desejado no bem-estar geral e até no meio ambiente.

Seis anos depois, depois de muita polêmica e até um processo na Dinamarca, o movimento dos “ambientalistas céticos” cresceu, recebendo adesões de vencedores do prêmios Nobel.

Em 2004, Lomborg formou o Consenso de Copenhagen – grupo que propõe priorizar outras questões econômicas acima do combate ao meio ambiente.

"Combate ao meio ambiente"?

Isso parece até trecho de uma daquelas respostas idiotas de provas de vestibular...

Confesso que já achei essas "pérolas do vestibular" apenas invenção de gente criativa. Hoje, vendo o que nossos jornais escrevem e principalmente os comentários que vejo no site do Globo, tenho que reconhecer, entristecidamente, que as tais pérolas são perfeitamente plausíveis.

Agora é oficial

Nunca a humanidade teve tanta informação ao seu dispor e ainda assim foi tão estúpida quanto nos dias de hoje. Basta meia-dúzia de burocratas divulgarem relatórios e boletins dizendo que o mundo vai acabar e o bundalelê começa.


"É muito provável que os gases-estufa (emitidos pelas atividades humanas) tenham causado a maior parte do aumento observado nas temperaturas médias globais desde meados do século 20", afirma o texto.

"Muito provável" significa pelo menos 90% de probabilidade. No relatório anterior, de 2001, o termo usado era "provável", indicando 66% de probabilidade.

Certamente, no próximo relatório a expressão será "temos absoluta certeza de que".


O mundo vai acabar em 2100

Delusion

Sensacional! (Via ASS)


02 fevereiro 2007

"Nóis também sabe"

Até que demorou.

Depois que um Zé Mané qualquer lá nos "isteitis" atacou a bandeira brasileira, um valoroso patriota resolveu tomar uma atitude contra "esse tipo de provocação gratuita e imbecil".

Mostrando toda a elegância típica do brasileiro, um jornalista (Rá!) resolveu mostrar com quantos paus se faz uma canoa:

Um patriota mostra toda elegância em protesto contra os EUA