16 março 2006

O começo do fim

O começo da derrocada do capitalismo foi quando os capitalistas vestiram a carapuça socialista e passaram a defender qualquer sistema que lhes permitisse ganhar o máximo de dinheiro possível. Ora, a eficiência do capitalismo deriva menos da busca incessante do lucro que do ambiente de confiança e liberdade que muitos capitalistas de hoje insisitem em desprezar. O lucro máximo nada mais é que um mero resultado natural de pessoas livres usando seus talentos e interagindo de forma que todos possam sair ganhando.

Ao abrir mão do argumento moral que sustentava o capitalismo e se agarrarem apenas na eficência, os capitalistas deram de mão beijada para os socialistas o papel de "preocupados com o bem-estar comum" e, conseqüentemente, o monópolio das boas intenções.

Se para os estudiosos do assunto isso não é um problema, em termos de retórica a perda foi catastrófica. É justamente esse monopólio das boas intenções que permite aos socialistas tentar, um fracasso após o outro, a implantação de seus projetos de engenharia social, na busca de uma alternativa ao capitalismo.

A lógica que guia as pessoas que depositam confiança em políticos socialistas enquanto renegam qualquer um com o rótulo de capitalista é bem simples (e correta para as premissas): ora, se um regime só visa ao lucro financeiro e o outro visa ao bem comum, vale a pena abrir mão da eficiência daquele em detrimento deste.