O mais irônico neste país é que um poderoso sempre acaba derrubado por um pé rapado.
Collor deve sua queda a um motorista. Pallocci a um caseiro.
É a vingança dos oprimidos! ;-)
29 março 2006
Vão jogar pesado
"Mesmo o sensato senador Tasso Jereissati, que antes defendeu tanto o ministro da Fazenda, não teve agora em relação a Palocci caído a mesma compreensão que demonstrou ao lado do governador Geraldo Alckmin no momento em que este, durante uma entrevista coletiva no dia da queda, defendia-se das denúncias de fraudes em seu governo, tão graves que levaram à demissão do seu assessor especial de comunicação."
Zuenir Ventura, n'O Globo de hoje.
Interessante como as coisas são niveladas: apesar de todas as evidências contra vários envolvidos em escândalo e corrupção no atual governo, poucos saíram. Presos? Nenhum.
Diante das denúncias de irregularidades ("tão graves" segundo Zuenir. Quanto a Pallocci, este apenas teria cometido erros.) o assessor especial de comunicação sambou. Não sou alckimista mas só isso já evidencia uma diferença de conduta.
Ah, segundo a revista Primeira Leitura, as denúncias contra ela são infundadas, maliciosas mesmo.
Não sei por que não estou surpreso.
Zuenir Ventura, n'O Globo de hoje.
Interessante como as coisas são niveladas: apesar de todas as evidências contra vários envolvidos em escândalo e corrupção no atual governo, poucos saíram. Presos? Nenhum.
Diante das denúncias de irregularidades ("tão graves" segundo Zuenir. Quanto a Pallocci, este apenas teria cometido erros.) o assessor especial de comunicação sambou. Não sou alckimista mas só isso já evidencia uma diferença de conduta.
Ah, segundo a revista Primeira Leitura, as denúncias contra ela são infundadas, maliciosas mesmo.
Não sei por que não estou surpreso.
Matar pai de santo será crime hediondo
Uma das plataformas da esquerda (não, não é o PT. Ele é neoliberal, esqueceram?) para as próximas eleições é transformar em crime hediondo o assassinato de pais de santo. É isso mesmo, não riam.
Aqui tem o link para a notícia: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2703200606.htm
Aqui tem um trecho da notícia: http://fyiblog.blogspot.com/2006/03/para-relaxar-um-pouco.html
Isso me faz imaginar a cena:
- Vai morrer, desgraçado!
- Peraí, matar pai de santo é crime hediondo!
- Ah, é mesmo! Considere-se batizado, irmão.
Pow! Pow ! Pow!
Aqui tem o link para a notícia: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2703200606.htm
Aqui tem um trecho da notícia: http://fyiblog.blogspot.com/2006/03/para-relaxar-um-pouco.html
Isso me faz imaginar a cena:
- Vai morrer, desgraçado!
- Peraí, matar pai de santo é crime hediondo!
- Ah, é mesmo! Considere-se batizado, irmão.
Pow! Pow ! Pow!
26 março 2006
A dúvida que fica é esta
Quanto tempo o Brasil levará para voltar a ter um sistema parecido com a Democracia depois que essa gangue do PT deixar o governo, o que pode não ocorrer neste ano?
25 março 2006
24 março 2006
23 março 2006
Ambientalistas, onde estão vocês?
Projeto vai aumentar em até 80% o tamanho das ondas da Praia da Macumba
"A Câmara Municipal aprovou na terça-feira um projeto de lei do vereador Luiz Antônio Guaraná (PSDB) que autoriza a prefeitura a instalar o surfódromo - um fundo artificial - na Praia da Macumba. O sistema teria a capacidade de alterar o tamanho das ondas e o local da arrebentação, aumentando em até 80% a altura das ondas naturais, que atualmente chegam a 1,2 metro."
Ou vocês só estão interessados em impactos ambientais que favoreçam indústrias?
E a galera do surfe, hein? Cadê aquele papo de respeitar a natureza, harmonia, etc.?
"A Câmara Municipal aprovou na terça-feira um projeto de lei do vereador Luiz Antônio Guaraná (PSDB) que autoriza a prefeitura a instalar o surfódromo - um fundo artificial - na Praia da Macumba. O sistema teria a capacidade de alterar o tamanho das ondas e o local da arrebentação, aumentando em até 80% a altura das ondas naturais, que atualmente chegam a 1,2 metro."
Ou vocês só estão interessados em impactos ambientais que favoreçam indústrias?
E a galera do surfe, hein? Cadê aquele papo de respeitar a natureza, harmonia, etc.?
22 março 2006
Sabatina
Até sabatina aqui acaba em bundalelê!
"Mais estranho comentário partiu do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). Ele disse que conhece as mulheres por dois motivos: pela convivência que teve com sua mãe e também por ser médico ginecologista.
- Como ginecologista, aprendi a lidar de perto com as mulheres, a entender muito profundamente a sensibilidade feminina - disse."
"Mais estranho comentário partiu do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). Ele disse que conhece as mulheres por dois motivos: pela convivência que teve com sua mãe e também por ser médico ginecologista.
- Como ginecologista, aprendi a lidar de perto com as mulheres, a entender muito profundamente a sensibilidade feminina - disse."
21 março 2006
Neoliberalismo
Se isso é neoliberalismo, nem quero ver quando o governo resolver intervir na economia!
"O McLanche Feliz, produzido e vendido pelo McDonald's, vai passar a ser vendido sem o tradicional brinquedo que costuma fazer parte da promoção criada em 1993, no Brasil, pela rede de fast food americana. Tanto o lanche, quanto o brinquedo serão vendidos separadamente.
Foi o que determinou o Ministério Público nesta segunda-feira, em São Paulo, depois de inúmeras queixas encaminhadas por pais que reclamaram da 'venda casada' praticada pelo McDonald's, vinculando a entrega do brinde à compra do McLanche Feliz."
"O McLanche Feliz, produzido e vendido pelo McDonald's, vai passar a ser vendido sem o tradicional brinquedo que costuma fazer parte da promoção criada em 1993, no Brasil, pela rede de fast food americana. Tanto o lanche, quanto o brinquedo serão vendidos separadamente.
Foi o que determinou o Ministério Público nesta segunda-feira, em São Paulo, depois de inúmeras queixas encaminhadas por pais que reclamaram da 'venda casada' praticada pelo McDonald's, vinculando a entrega do brinde à compra do McLanche Feliz."
Assim não dá
Eu já não sou uma das pessoas mais otimistas em relação ao futuro deste país. Mas vocês hão de concordar que o Bananão não faz nenhum esforço para reverter isso.
Como é que nego faz um museu dedicado à língua portuguesa e escreve raiz com acento no "i"?
Duvidam? Vejam com seus próprios olhos:
Como é que nego faz um museu dedicado à língua portuguesa e escreve raiz com acento no "i"?
Duvidam? Vejam com seus próprios olhos:
19 março 2006
Maravilhas da tecnologia
Um super-computador de última geração foi utilizado para definir a imagem de um carioca típico. Após processar algumas centenas de informações sobre os nativos do Rio de Janeiro, ele chegou a esta conclusão.
No finalzinho a coisa melou
No programa Globonews Painel desta semana sobre o MST o Deputado Federal Xico Graziano do PSDB vinha fazendo um ótimo trabalho, expondo a verdadeira natureza do MST e arrasando um professor de Geografia da USP (que, num momento mais exaltado de defesa do MST, disse que a Democracia só avança com o rompimento da ordem constituída, o que até mesmo o William Waack achou o fim da picada). Lá pelas tantas, entretanto, o deputado deu a seguinte bola fora (citando de cabeça):
"Eu sou de esquerda; minha luta é da esquerda. A luta do MST é a luta da direita, reacionária, que só interessa ao MST."
Mim esquerda, bom.
Tu direita, mau.
"Eu sou de esquerda; minha luta é da esquerda. A luta do MST é a luta da direita, reacionária, que só interessa ao MST."
Mim esquerda, bom.
Tu direita, mau.
18 março 2006
Pobre França
Mesmo após ler o livro A fábrica de desempregados não consigo deixar de ficar impressionado ao constatar quão desconectada a França está da realidade do mundo de hoje.
"Eu me arrisco a trabalhar dois anos por nada, para ser demitida a qualquer momento - disse a estudante parisiense Coralie Huvet, 20, que tinha a inscrição 'Não ao CPE' na testa. - Deprimente, por isso estou chorando - disse, apontando para lágrimas pintadas no rosto."
"Eu me arrisco a trabalhar dois anos por nada, para ser demitida a qualquer momento - disse a estudante parisiense Coralie Huvet, 20, que tinha a inscrição 'Não ao CPE' na testa. - Deprimente, por isso estou chorando - disse, apontando para lágrimas pintadas no rosto."
Mais um
Mais um exemplo de erro honesto que a nossa imprensa comete no intuito de informar bem seus leitores.
A manchete:
Trabalhador recupera renda
A notícia:
"O nível de emprego na indústria permaneceu estável em janeiro em comparação a dezembro, mas o valor da folha de pagamento deu um salto de 5,3% em relação a dezembro, segundo divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento da renda do trabalhador industrial em janeiro interrompeu uma seqüência de quatro meses seguidos de queda e foi igual à perda acumulada no período."
Uau! Que bom saber que a renda do trabalhador aumentou! Mas esperem, o pessoal do IBGE tem algo mais a dizer:
"Segundo Denise Cordovil, economista da Coordenação da Indústria do IBGE, o resultado reflete o pagamento de 13º e de férias na indústria extrativa. Os resultados foram puxados pela indústria de petróleo. Na comparação com janeiro de 2005 o Rio de Janeiro registrou crescimento de 9% em razão da indústria extrativa (61,1%) por conta do pagamento de férias e adiantamento do décimo terceiro. Em Minas Gerais houve crescimento de 7,7% em relação a janeiro por conta dos ganhos salariais em meios de transporte e metalurgia básica."
Será que eles ensinam isso na faculdade de comunicação?
A manchete:
Trabalhador recupera renda
A notícia:
"O nível de emprego na indústria permaneceu estável em janeiro em comparação a dezembro, mas o valor da folha de pagamento deu um salto de 5,3% em relação a dezembro, segundo divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento da renda do trabalhador industrial em janeiro interrompeu uma seqüência de quatro meses seguidos de queda e foi igual à perda acumulada no período."
Uau! Que bom saber que a renda do trabalhador aumentou! Mas esperem, o pessoal do IBGE tem algo mais a dizer:
"Segundo Denise Cordovil, economista da Coordenação da Indústria do IBGE, o resultado reflete o pagamento de 13º e de férias na indústria extrativa. Os resultados foram puxados pela indústria de petróleo. Na comparação com janeiro de 2005 o Rio de Janeiro registrou crescimento de 9% em razão da indústria extrativa (61,1%) por conta do pagamento de férias e adiantamento do décimo terceiro. Em Minas Gerais houve crescimento de 7,7% em relação a janeiro por conta dos ganhos salariais em meios de transporte e metalurgia básica."
Será que eles ensinam isso na faculdade de comunicação?
Sowell
Análise, brilhante como sempre, dos atos de vandalismo perpetrados recentemente na França por causa da tal Lei do primeiro emprego.
"Why are students at the Sorbonne and other distinguished institutions out trashing the streets and attacking the police?
Because they want privileges in the name of rights, and are too ignorant of economics to realize that those privileges cost them jobs.
Like some other European Union countries, France has laws making it hard to fire anybody. The political left has long believed that such laws are a way of reducing unemployment.
More important, they have long remained oblivious to the fact that countries with such laws, such as France and Germany, usually have higher unemployment rates than countries without such laws, such as the United States."
"Why are students at the Sorbonne and other distinguished institutions out trashing the streets and attacking the police?
Because they want privileges in the name of rights, and are too ignorant of economics to realize that those privileges cost them jobs.
Like some other European Union countries, France has laws making it hard to fire anybody. The political left has long believed that such laws are a way of reducing unemployment.
More important, they have long remained oblivious to the fact that countries with such laws, such as France and Germany, usually have higher unemployment rates than countries without such laws, such as the United States."
Entrevista
No Sem testemunhas encontrei essa entrevista muito interessante sobre preservação cultural:
"Uma cultura só tem importância se for boa para os indivíduos. Imagine uma comunidade que tem um costume que nós consideramos inaceitável. Obrigar as mulheres a ficar em casa e só sair na rua com o corpo e o rosto cobertos, por exemplo. Alguém dessa comunidade pode defender esse abuso sob o argumento de que faz parte de sua cultura. Eu discordo. Se o costume é ruim para o bem-estar de uma grande parcela daquela população, o fato de fazer parte da cultura não é motivo para insistir no erro. O foco de nossa preocupação deve ser o indivíduo, não a tribo ou a nação. Antes de qualquer consideração, precisamos definir o que vem primeiro, se os direitos humanos ou os costumes estabelecidos. Os preservacionistas culturais certamente não concordam com a discriminação sofrida pelas mulheres, mas são capazes de tolerar esse absurdo sob o argumento de que se trata de um valor cultural. Isso é errado. Há formas boas e ruins de diversidade cultural."
(...)
"Os preservacionistas culturais, geralmente gente com bom padrão de vida em algum país ocidental, olham para a cultura de outras regiões ou países e dizem: "Que bonito, eles deveriam ser assim para sempre. Devemos fazer com que eles permaneçam com seu estilo de vida autêntico, protegido da nossa cultura ocidental e comercial". É esse tipo de gente que acha ruim que a população de Gana use camisetas e não aquelas típicas roupas coloridas. Ora, cada um deve ter o direito de vestir o que quiser. Se não pode pagar por isso, é um problema de pobreza, não de autenticidade. Ninguém estranha que um cidadão de um país rico viva em uma bela casa do século XVIII com aquecimento central. Nada menos autêntico do que isso, mas quem se importa? Por que outros povos não podem querer modernizar-se também? Uma cultura totalmente preservada, impedida de sofrer influências externas, está morta. Não há sentido em querer congelar um povo no passado."
"Uma cultura só tem importância se for boa para os indivíduos. Imagine uma comunidade que tem um costume que nós consideramos inaceitável. Obrigar as mulheres a ficar em casa e só sair na rua com o corpo e o rosto cobertos, por exemplo. Alguém dessa comunidade pode defender esse abuso sob o argumento de que faz parte de sua cultura. Eu discordo. Se o costume é ruim para o bem-estar de uma grande parcela daquela população, o fato de fazer parte da cultura não é motivo para insistir no erro. O foco de nossa preocupação deve ser o indivíduo, não a tribo ou a nação. Antes de qualquer consideração, precisamos definir o que vem primeiro, se os direitos humanos ou os costumes estabelecidos. Os preservacionistas culturais certamente não concordam com a discriminação sofrida pelas mulheres, mas são capazes de tolerar esse absurdo sob o argumento de que se trata de um valor cultural. Isso é errado. Há formas boas e ruins de diversidade cultural."
(...)
"Os preservacionistas culturais, geralmente gente com bom padrão de vida em algum país ocidental, olham para a cultura de outras regiões ou países e dizem: "Que bonito, eles deveriam ser assim para sempre. Devemos fazer com que eles permaneçam com seu estilo de vida autêntico, protegido da nossa cultura ocidental e comercial". É esse tipo de gente que acha ruim que a população de Gana use camisetas e não aquelas típicas roupas coloridas. Ora, cada um deve ter o direito de vestir o que quiser. Se não pode pagar por isso, é um problema de pobreza, não de autenticidade. Ninguém estranha que um cidadão de um país rico viva em uma bela casa do século XVIII com aquecimento central. Nada menos autêntico do que isso, mas quem se importa? Por que outros povos não podem querer modernizar-se também? Uma cultura totalmente preservada, impedida de sofrer influências externas, está morta. Não há sentido em querer congelar um povo no passado."
Mera coincidência
Apesar de muita gente achar que a imprensa trabalha, na grande maioria das vezes, com o objetivo de fornecer a melhor informação aos seus leitores ou espectadores, devo confessar que não compartilho da mesma crença.
Vejamos a manchete prente hoje do Globo On Line:
Caseiro recebeu dinheiro de empresário
É mentira? Não. De acordo como o nosso eficiente, porém seletivo, serviço secreto, houve depósitos que somam R$38 mil na conta do caseiro. Então qual o problema?
Vamos supor que você é daquelas pessoas ocupadas e/ou não muito interessadas que acompanham por alto o que se passa no país através do noticiário on-line. Ou daquelas que ficam lendo as capas dos jornais afixados nas bancas. Até ler essa manchete tudo que você sabia era que um caseiro estava desmentindo o depoimento dado pelo Ministro da Fazenda à CPI.
Subitamente você recebe a informação de que o caseiro recebeu dinheiro e, pior, de um empresário! Agora responda honestamente: qual das alternativas abaixo seria a sua reação imediata?
1) Questionar a origem do dinheiro e, principalmente, os métodos usados para descobrir os depósitos.
2) Concluir que o caseiro recebeu dinheiro para mentir sobre o Ministro na CPI.
Mesmo que você escolha a opção 2, é importante ter em mente que este foi - mais um - um erro honesto da nossa zelosa imprensa que não possui outro intuito que não seja fornecer amelhor informação para seu leitor.
Vejamos a manchete prente hoje do Globo On Line:
Caseiro recebeu dinheiro de empresário
É mentira? Não. De acordo como o nosso eficiente, porém seletivo, serviço secreto, houve depósitos que somam R$38 mil na conta do caseiro. Então qual o problema?
Vamos supor que você é daquelas pessoas ocupadas e/ou não muito interessadas que acompanham por alto o que se passa no país através do noticiário on-line. Ou daquelas que ficam lendo as capas dos jornais afixados nas bancas. Até ler essa manchete tudo que você sabia era que um caseiro estava desmentindo o depoimento dado pelo Ministro da Fazenda à CPI.
Subitamente você recebe a informação de que o caseiro recebeu dinheiro e, pior, de um empresário! Agora responda honestamente: qual das alternativas abaixo seria a sua reação imediata?
1) Questionar a origem do dinheiro e, principalmente, os métodos usados para descobrir os depósitos.
2) Concluir que o caseiro recebeu dinheiro para mentir sobre o Ministro na CPI.
Mesmo que você escolha a opção 2, é importante ter em mente que este foi - mais um - um erro honesto da nossa zelosa imprensa que não possui outro intuito que não seja fornecer amelhor informação para seu leitor.
16 março 2006
O começo do fim
O começo da derrocada do capitalismo foi quando os capitalistas vestiram a carapuça socialista e passaram a defender qualquer sistema que lhes permitisse ganhar o máximo de dinheiro possível. Ora, a eficiência do capitalismo deriva menos da busca incessante do lucro que do ambiente de confiança e liberdade que muitos capitalistas de hoje insisitem em desprezar. O lucro máximo nada mais é que um mero resultado natural de pessoas livres usando seus talentos e interagindo de forma que todos possam sair ganhando.
Ao abrir mão do argumento moral que sustentava o capitalismo e se agarrarem apenas na eficência, os capitalistas deram de mão beijada para os socialistas o papel de "preocupados com o bem-estar comum" e, conseqüentemente, o monópolio das boas intenções.
Se para os estudiosos do assunto isso não é um problema, em termos de retórica a perda foi catastrófica. É justamente esse monopólio das boas intenções que permite aos socialistas tentar, um fracasso após o outro, a implantação de seus projetos de engenharia social, na busca de uma alternativa ao capitalismo.
A lógica que guia as pessoas que depositam confiança em políticos socialistas enquanto renegam qualquer um com o rótulo de capitalista é bem simples (e correta para as premissas): ora, se um regime só visa ao lucro financeiro e o outro visa ao bem comum, vale a pena abrir mão da eficiência daquele em detrimento deste.
Ao abrir mão do argumento moral que sustentava o capitalismo e se agarrarem apenas na eficência, os capitalistas deram de mão beijada para os socialistas o papel de "preocupados com o bem-estar comum" e, conseqüentemente, o monópolio das boas intenções.
Se para os estudiosos do assunto isso não é um problema, em termos de retórica a perda foi catastrófica. É justamente esse monopólio das boas intenções que permite aos socialistas tentar, um fracasso após o outro, a implantação de seus projetos de engenharia social, na busca de uma alternativa ao capitalismo.
A lógica que guia as pessoas que depositam confiança em políticos socialistas enquanto renegam qualquer um com o rótulo de capitalista é bem simples (e correta para as premissas): ora, se um regime só visa ao lucro financeiro e o outro visa ao bem comum, vale a pena abrir mão da eficiência daquele em detrimento deste.
Reviravolta
Subitamente, os Estados Unidos sobem no ranking dos países com a população mais malnutrida!
Malnutrido
No dos outros é refresco
"Existe um lugar no mundo para a sátira, mas há um tempo em que a sátira termina e começam a intolerância e a instransigência diante da crença dos outros. Crenças religiosas são sagradas para as pessoas, e em todos os tempos devem ser respeitadas e honradas. Como um ativista dos direitos civis nos últimos quarenta anos, não posso apoiar um programa que desrespeita essas crenças e práticas."
Essas foram as palavras de Isaac Hayes, integrante da equipe que produz o desenho animado South Park. Adepto da Cientologia, ele decidiu abandonar o programa após os outros integrantes da equipe decidirem não mais evitar piadas com a - digamos - religião por causa do colega.
Uma declaração dessas só mereceria mesmo a resposta dada por um dos membros do grupo:
"Ele nunca teve problema - e ele ganhou muitos cheques - quando a nossa série fazia piada com cristãos. Eu nunca escutei um 'a' de Isaac até a hora em que falamos da Cientologia. Ele quer padrões diferentes para religiões que não sejam a dele e, para mim, é aí que a intolerância e a instransigência começam."
Muito bem posto.
Essas foram as palavras de Isaac Hayes, integrante da equipe que produz o desenho animado South Park. Adepto da Cientologia, ele decidiu abandonar o programa após os outros integrantes da equipe decidirem não mais evitar piadas com a - digamos - religião por causa do colega.
Uma declaração dessas só mereceria mesmo a resposta dada por um dos membros do grupo:
"Ele nunca teve problema - e ele ganhou muitos cheques - quando a nossa série fazia piada com cristãos. Eu nunca escutei um 'a' de Isaac até a hora em que falamos da Cientologia. Ele quer padrões diferentes para religiões que não sejam a dele e, para mim, é aí que a intolerância e a instransigência começam."
Muito bem posto.
15 março 2006
Meio paradão...
Nessa época de vacas magras, recomendo a todos que passam por aqui uma ida no site do meu xará, em conjunto com outro economista, o Leo: De Gustibus.
Faz parte da minha rotina diária.
Faz parte da minha rotina diária.
12 março 2006
Imprensa antenada
O Globo de hoje diz que os blogs são uma "nova mania". E ainda tem a ousadia de dizer que "quem lê o Globo sabe muito mais ainda".
Mainardi
Acho que ultimamente até mesmo Policarpo Quaresma concordaria com Diogo Mainardi:
"Uns países dão certo. Outros não. O Brasil pertence à segunda categoria."
E o método que ele encontrou para tocar a vida no Bananão é muito parecido com o meu:
"O importante é não se abater com isso. Eu não me abato. Tenho uma receita. Ninguém é tão patologicamente impermeável à realidade quanto eu. Imite o mestre. Minha regra é muito simples: nunca me distancio mais de 800 metros de casa, para um lado ou para o outro. Pouco tempo atrás, eu disse que pagaria para não ter de ir a Cuiabá, mas o fato é que acabei criando minha própria Cuiabá, aqui no Rio de Janeiro. Meu contato com o resto do país é limitado ao que me é mais familiar. Uns quarteirões para cá, uns quarteirões para lá. Recorro também a uma rotina excepcionalmente rígida."
"Uns países dão certo. Outros não. O Brasil pertence à segunda categoria."
E o método que ele encontrou para tocar a vida no Bananão é muito parecido com o meu:
"O importante é não se abater com isso. Eu não me abato. Tenho uma receita. Ninguém é tão patologicamente impermeável à realidade quanto eu. Imite o mestre. Minha regra é muito simples: nunca me distancio mais de 800 metros de casa, para um lado ou para o outro. Pouco tempo atrás, eu disse que pagaria para não ter de ir a Cuiabá, mas o fato é que acabei criando minha própria Cuiabá, aqui no Rio de Janeiro. Meu contato com o resto do país é limitado ao que me é mais familiar. Uns quarteirões para cá, uns quarteirões para lá. Recorro também a uma rotina excepcionalmente rígida."
11 março 2006
Muito fraquinho
Este artigo publicado na Capitalism Magazine está muito fraquinho. O autor tenta determinar o padrão de comportamento das celebridades autodestrutivas que se envolvem com álcool e drogas e, através de premissas para lá de incorretas, conclui que a causa é a tentativa de alcançar uma moralidade proposta pela cultura judaico-cristã.
Pelo menos foi isso que eu entendi, principalmente nestes dois trechos:
"A young person brought up in conventional society, educated in the public schools and taught a Judeo-Christian morality, has probably heard the following: the only reason to achieve is to serve society; the essence of morality is self-sacrifice; choose important values by following your emotions. Celebrity X takes these ideas seriously. What is the result?
The first thing Celebrity X will feel is guilt. He looks around and sees people who are older, smarter, and have been working at their careers for decades––and still haven’t come close to his level of success. He’ll see the poor people around the world and wonder why he deserves his success while they have nothing."
(...)
"Since he lives in Hollywood and is active in the social scene, drugs and alcohol are a constant temptation. Eventually, the combination of guilt over his success and the pressure of trying to prove himself moral via his causes will bring him to such an unbearable level of stress that we will feel the only solution is to drown it in drugs and alcohol."
Pelo menos foi isso que eu entendi, principalmente nestes dois trechos:
"A young person brought up in conventional society, educated in the public schools and taught a Judeo-Christian morality, has probably heard the following: the only reason to achieve is to serve society; the essence of morality is self-sacrifice; choose important values by following your emotions. Celebrity X takes these ideas seriously. What is the result?
The first thing Celebrity X will feel is guilt. He looks around and sees people who are older, smarter, and have been working at their careers for decades––and still haven’t come close to his level of success. He’ll see the poor people around the world and wonder why he deserves his success while they have nothing."
(...)
"Since he lives in Hollywood and is active in the social scene, drugs and alcohol are a constant temptation. Eventually, the combination of guilt over his success and the pressure of trying to prove himself moral via his causes will bring him to such an unbearable level of stress that we will feel the only solution is to drown it in drugs and alcohol."
Maldito seja
Começo do fim?
Se as palavras da nova Presidente do Chile não forem apenas lero-lero, o Chile acaba de dar o primeiro passo em direção ao clube do qual o Bananão é sócio vitalício.
Festival de equívocos
Leio que a Justiça mandou retirar o equipamento de home-care da casa de uma família aqui no Rio de Janeiro.
O primeiro equívoco foi da 5a. Câmara Cível do Tribunal de Justiça - equipamentos médicos deveriam estar a disposição de toda a população em hospitais públicos. Quem quer exclusividade deve optar pela rede privada - mas não há como não bater aquela pontinha de revolta ao ouvir o argumento da Prefeitura:
"A Secretaria municipal de Saúde informou, através de sua assessoria, que a prefeitura não tem condições de pagar pelo tratamento, que é muito caro, o que comprometeria o atendimento a outras crianças."
É duro ouvir isso de uma prefeitura que financia show dos Rolling Stones, Carnaval e Jogos Pan-americanos, isso para ficarmos apenas nos eventos de maior destaque.
O primeiro equívoco foi da 5a. Câmara Cível do Tribunal de Justiça - equipamentos médicos deveriam estar a disposição de toda a população em hospitais públicos. Quem quer exclusividade deve optar pela rede privada - mas não há como não bater aquela pontinha de revolta ao ouvir o argumento da Prefeitura:
"A Secretaria municipal de Saúde informou, através de sua assessoria, que a prefeitura não tem condições de pagar pelo tratamento, que é muito caro, o que comprometeria o atendimento a outras crianças."
É duro ouvir isso de uma prefeitura que financia show dos Rolling Stones, Carnaval e Jogos Pan-americanos, isso para ficarmos apenas nos eventos de maior destaque.
09 março 2006
Útlimos dias
Armas roubas do exército, general parando vôo comercial, MST, vagão privativo para mulheres, pizza fenomenal, casuísmo eleitoral, etc. Estes últimos dias foram para acabar de vez com as esperanças do mais otimista dos brasileiros.
08 março 2006
07 março 2006
Ateu bundão
Globonews, não sei quem era a cientista pois estava apenas ouvindo a entrevista:
Repórter: você acredita em Deus?
Cientista: essa é uma pergunta difícil... Eu acredito que a gente tem uma missão aqui.
Ora bolas, a pergunta não é difícil, é simplérrima.
Cláudio você acredita em duendes? Nope!
Eles podem até existir mas eu não creio na existência deles. Se um dia eu vier a encontrar um, mudarei de opinião.
Voltando à resposta, foi típica de alguém que quer agradar os dois lados: para o público, não admite a existência de Deus (ufa, o rigor científico está garantido) e para si (ou para Ele) deixa claro que acredita em algo superior. Afinal, se temos uma missão, alguém a planejou e a designou para nós.
Repórter: você acredita em Deus?
Cientista: essa é uma pergunta difícil... Eu acredito que a gente tem uma missão aqui.
Ora bolas, a pergunta não é difícil, é simplérrima.
Cláudio você acredita em duendes? Nope!
Eles podem até existir mas eu não creio na existência deles. Se um dia eu vier a encontrar um, mudarei de opinião.
Voltando à resposta, foi típica de alguém que quer agradar os dois lados: para o público, não admite a existência de Deus (ufa, o rigor científico está garantido) e para si (ou para Ele) deixa claro que acredita em algo superior. Afinal, se temos uma missão, alguém a planejou e a designou para nós.
05 março 2006
Otimismo
Brasil poderá ser a 4ª economia do mundo em 2050
A explicação:
"O relatório examina tendências demográficas para sugerir que países como o México, Indonésia, Brasil e Turquia têm jovens populações que crescem rapidamente, em comparação à Grã-Bretanha e Europa continental, posicionando-os para taxas de crescimento significativamente mais altas no longo prazo."
Isso só pode ser uma simplficação exagerada do conteúdo do relatório. Desde quando o aumento quantitativo da população de uma país significa crescimento econômico? Muito pelo contrário, se o crescimento populacional não for acompanhado - como estamos vendo atualmente no Brasil - de um aumento de produtividade da população.
A explicação:
"O relatório examina tendências demográficas para sugerir que países como o México, Indonésia, Brasil e Turquia têm jovens populações que crescem rapidamente, em comparação à Grã-Bretanha e Europa continental, posicionando-os para taxas de crescimento significativamente mais altas no longo prazo."
Isso só pode ser uma simplficação exagerada do conteúdo do relatório. Desde quando o aumento quantitativo da população de uma país significa crescimento econômico? Muito pelo contrário, se o crescimento populacional não for acompanhado - como estamos vendo atualmente no Brasil - de um aumento de produtividade da população.
Agora vai
Tudo que faltava para a educação deslanchar neste país era mesmo vontade política e uma atuação maior do MEC. Agora vai!
Parceiro
Muita gente no nosso governo pensa que a China é nossa parceira. Mas...
"A empresa, de capital privado, recebeu em dezembro passado autorização estatal para começar a fabricar carros e, aparentemente, apresentou uma oferta para adquirir a Tritec Motors, criada a partir de uma joint venture firmada entre a BMW e a Chrysler e cuja sede fica na cidade de Campo Largo (PR).
'Depois da operação, esperamos comprar toda a linha de produção, desmontá-la, e trasladá-la em peças. Voltaremos a montá-la em Chongqing', disse um funcionário da empresa."
Só se for parceira sexual, porque faz tempo que ela vem nos f...
Bem, o cara disse que ia gerar empregos mas não disse onde. ;-)
"A empresa, de capital privado, recebeu em dezembro passado autorização estatal para começar a fabricar carros e, aparentemente, apresentou uma oferta para adquirir a Tritec Motors, criada a partir de uma joint venture firmada entre a BMW e a Chrysler e cuja sede fica na cidade de Campo Largo (PR).
'Depois da operação, esperamos comprar toda a linha de produção, desmontá-la, e trasladá-la em peças. Voltaremos a montá-la em Chongqing', disse um funcionário da empresa."
Só se for parceira sexual, porque faz tempo que ela vem nos f...
Bem, o cara disse que ia gerar empregos mas não disse onde. ;-)
Universidades. Lá e cá.
Interessantes colocações neste texto:
"O sociólogo Seymour Lipset, em 'American Excepcionalism' [Excepcionalismo Americano, ed. Norton, EUA], argumentou, com fartos dados, que os EUA são minimalistas no que concerne o Estado e o setor público em geral. Qualquer gasto público encontra logo a pergunta: 'Quem paga por isso?'.
Nos EUA, os gastos públicos sociais representavam apenas 15% do PNB [Produto Nacional Bruto], em contraste com a Europa Ocidental, que investia 24%; já a participação do setor privado nos gastos sociais era 41% nos EUA, ao passo que na União Européia variava de 17% no Reino Unido a 1,5% na Espanha. Na península Ibérica, como na América Latina, é baixíssima a participação do setor privado nos gastos sociais.
Estado místicoPouquíssimos americanos acham que a educação superior seja uma obrigação do Estado. A afirmação de que "a universidade tem que ser pública, gratuita e de qualidade" é absurda no contexto americano, onde predominam os modelos que somam zero: se um gasto é criado, alguém tem que pagar por ele. O setor público não tira dinheiro do ar. Não há "free lunch". Nada é de graça, nada pode ser de graça. O dinheiro sai de algum lugar, em geral do bolso do contribuinte.
Os brasileiros têm uma visão mística do Estado, ao passo que os americanos o desmistificaram. Se o Estado gastar mais, os americanos gastarão menos."
Leia o texto todo pois está bem interessante.
"O sociólogo Seymour Lipset, em 'American Excepcionalism' [Excepcionalismo Americano, ed. Norton, EUA], argumentou, com fartos dados, que os EUA são minimalistas no que concerne o Estado e o setor público em geral. Qualquer gasto público encontra logo a pergunta: 'Quem paga por isso?'.
Nos EUA, os gastos públicos sociais representavam apenas 15% do PNB [Produto Nacional Bruto], em contraste com a Europa Ocidental, que investia 24%; já a participação do setor privado nos gastos sociais era 41% nos EUA, ao passo que na União Européia variava de 17% no Reino Unido a 1,5% na Espanha. Na península Ibérica, como na América Latina, é baixíssima a participação do setor privado nos gastos sociais.
Estado místicoPouquíssimos americanos acham que a educação superior seja uma obrigação do Estado. A afirmação de que "a universidade tem que ser pública, gratuita e de qualidade" é absurda no contexto americano, onde predominam os modelos que somam zero: se um gasto é criado, alguém tem que pagar por ele. O setor público não tira dinheiro do ar. Não há "free lunch". Nada é de graça, nada pode ser de graça. O dinheiro sai de algum lugar, em geral do bolso do contribuinte.
Os brasileiros têm uma visão mística do Estado, ao passo que os americanos o desmistificaram. Se o Estado gastar mais, os americanos gastarão menos."
Leia o texto todo pois está bem interessante.
Carteira de estudante
Com a agilidade de sempre, nossa imprensa descobre agora algo que já é de conhecimento público faz anos. Entidades responsáveis pela emissão de carteiras de estudante fornecem-nas para não-estudantes.
"Foram necessários R$ 60 e 17 minutos dentro da loja da Blockbuster da praça Charles Müller, em São Paulo, para duas profissionais da Folha, afastadas há anos dos bancos escolares, diga-se, receberem carteirinhas de estudante com seus números de RG e CPF e respectivas fotografias.
Os documentos vieram com a logomarca da União Nacional dos Estudantes (UNE), a assinatura do seu presidente, Gustavo Petta, e são garantia de um direito: o de pagar meia entrada em cinemas, shows e bilheterias de teatro. Também franqueiam acesso a descontos em 4.500 lojas."
A questão, porém, é outra: por que existe a tal carteira de estudante in the first place? Alguém acredita que os empresários do ramo estão abrindo mão do seu lucro para fomentar a cultura? Ou eles estão ajustando o preço - na medida do possível, claro! - de modo que quem não é estudante está na verdade pagando mais do que poderia estar pagando?
Agora vejam como essas medidas acabam gerando resultados indesejáveis (ninguém do governo deve ter lido Bastiat): uma pessoa de baixa renda, que não está estudando e que não tem o dinheiro ou os contatos para adquirir uma carteirinha da UNE terá que arcar com o fardo de subsidiar o filhinho de papai, estudante ou não estudante, que deu seu jeito de conseguir sua carteirinha. Ainda que não houvesse a - mais do que previsível - corrupção a situação seria injusta.
"Foram necessários R$ 60 e 17 minutos dentro da loja da Blockbuster da praça Charles Müller, em São Paulo, para duas profissionais da Folha, afastadas há anos dos bancos escolares, diga-se, receberem carteirinhas de estudante com seus números de RG e CPF e respectivas fotografias.
Os documentos vieram com a logomarca da União Nacional dos Estudantes (UNE), a assinatura do seu presidente, Gustavo Petta, e são garantia de um direito: o de pagar meia entrada em cinemas, shows e bilheterias de teatro. Também franqueiam acesso a descontos em 4.500 lojas."
A questão, porém, é outra: por que existe a tal carteira de estudante in the first place? Alguém acredita que os empresários do ramo estão abrindo mão do seu lucro para fomentar a cultura? Ou eles estão ajustando o preço - na medida do possível, claro! - de modo que quem não é estudante está na verdade pagando mais do que poderia estar pagando?
Agora vejam como essas medidas acabam gerando resultados indesejáveis (ninguém do governo deve ter lido Bastiat): uma pessoa de baixa renda, que não está estudando e que não tem o dinheiro ou os contatos para adquirir uma carteirinha da UNE terá que arcar com o fardo de subsidiar o filhinho de papai, estudante ou não estudante, que deu seu jeito de conseguir sua carteirinha. Ainda que não houvesse a - mais do que previsível - corrupção a situação seria injusta.
04 março 2006
Idiota latino-americano
É o que faz Elio Gaspari na sua coluna dominical do Globo ao comentar o processo de obtenção de visto de entrada nos EUA:
"Para começo de conversa, o doutor Mares Guia deverá pagar R$ 38 para obter informações, por telefone, e marcar uma entrevista."
A taxa não é para obter informações (que estão todas disponíveis gratuitamente no site do
consulado). A taxa é para processar o agendamento. Do mesmo jeito que nosso querido DETRAN me cobra R$74,00 para fazer uma vistoria.
"No Rio a espera é de 140 dias."
Só se for agora. Em setembro de 2005 agendei a entrevista para a semana seguinte.
"No dia marcado, entrará numa fila de cerca de uma hora, na rua. No Rio são quatro horas. Uma vez admitido ao prédio, outra espera, menor. Será atendido em pé."
Aqui é mentira de ponta a ponta. Na hora marcada a pessoa tem acesso ao consulado e, após uma triagem da documentação, aguarda a chamada do número num auditório com ar condicionado. Chamado o seu número, a documentação é analisada por um funcionário do consulado e, se tudo estiver em ordem, é marcada uma nova data para entrega do passaporte já com o visto. Caso contrário, a pessoa entra em uma outra fila, sempre com cadeiras disponíveis e ar condicionado, para fazer uma entrevista com um membro do consulado.
Quisera eu ter tido tratamento semelhante na Polícia Federal quando tirei meu passaporte.
O idiota latino-americano é mesmo uma coisa. Prefere ver empregos (não o dele, claro!) escoando pelo ralo e peitar o Tio Sam. Admitir que tudo não passa de pirraça está fora de questão, então torna-se necessário inventar estes "fatos" para que a população se solidarize com ele.
"Para começo de conversa, o doutor Mares Guia deverá pagar R$ 38 para obter informações, por telefone, e marcar uma entrevista."
A taxa não é para obter informações (que estão todas disponíveis gratuitamente no site do
consulado). A taxa é para processar o agendamento. Do mesmo jeito que nosso querido DETRAN me cobra R$74,00 para fazer uma vistoria.
"No Rio a espera é de 140 dias."
Só se for agora. Em setembro de 2005 agendei a entrevista para a semana seguinte.
"No dia marcado, entrará numa fila de cerca de uma hora, na rua. No Rio são quatro horas. Uma vez admitido ao prédio, outra espera, menor. Será atendido em pé."
Aqui é mentira de ponta a ponta. Na hora marcada a pessoa tem acesso ao consulado e, após uma triagem da documentação, aguarda a chamada do número num auditório com ar condicionado. Chamado o seu número, a documentação é analisada por um funcionário do consulado e, se tudo estiver em ordem, é marcada uma nova data para entrega do passaporte já com o visto. Caso contrário, a pessoa entra em uma outra fila, sempre com cadeiras disponíveis e ar condicionado, para fazer uma entrevista com um membro do consulado.
Quisera eu ter tido tratamento semelhante na Polícia Federal quando tirei meu passaporte.
O idiota latino-americano é mesmo uma coisa. Prefere ver empregos (não o dele, claro!) escoando pelo ralo e peitar o Tio Sam. Admitir que tudo não passa de pirraça está fora de questão, então torna-se necessário inventar estes "fatos" para que a população se solidarize com ele.
Carnaval
Cá entre nós, algum outro país do mundo poderia ter o Carnaval como sua maior festa? O Carnaval é a cara do Brasil.
E isso não é um elogio.
E isso não é um elogio.
03 março 2006
Caetano lança novo bordão
É proibido ME proibir
"Perseguido durante a ditadura militar, Caetano Veloso notabilizou o bordão 'É proibido proibir'. Isso foi há cerca de 30 anos. Caetano mudou. Na véspera do carnaval, o cantor não entrou no clima de folia e conseguiu uma liminar para que a revista Sexy de março fosse impedida de circular. A publicação traz um ensaio da modelo Denise Assis, que vem sendo tratada pelas revistas de celebridades como a nova namorada de Caetano."
Caetano mudou? Nah! Como eu digo, a coisa mais fácil do mundo é defender princípios quando não é o seu que está na reta ou quando você vai ganhar algo com isso.
"Perseguido durante a ditadura militar, Caetano Veloso notabilizou o bordão 'É proibido proibir'. Isso foi há cerca de 30 anos. Caetano mudou. Na véspera do carnaval, o cantor não entrou no clima de folia e conseguiu uma liminar para que a revista Sexy de março fosse impedida de circular. A publicação traz um ensaio da modelo Denise Assis, que vem sendo tratada pelas revistas de celebridades como a nova namorada de Caetano."
Caetano mudou? Nah! Como eu digo, a coisa mais fácil do mundo é defender princípios quando não é o seu que está na reta ou quando você vai ganhar algo com isso.
Não me diga!
Céus! Descobriram a pólvora!
"A gasolina está mais cara para os brasileiros do que para os estrangeiros. Pesquisa feita pela RC Consultores mostra que, nas refinarias, a diferença entre a gasolina daqui e a vendida no exterior chegou a 17,6% em fevereiro e deverá se manter perto deste patamar em março (16,5%). Nas bombas, entretanto, a diferença é ainda maior. O valor pago pelo litro da gasolina no Brasil é o dobro do cobrado nos postos dos Estados Unidos."
Façam as contas: paguei US$2,17 por cada galão de gasolina em St. Petersburg (os preços variam bastante. No Hawaii paguei, em tempos de Katrina, US$2,85 pelo galão). Cada galão corresponde a 3,8 litros. Ou seja, US$0,571 por litro. Fazendo a conversão para real (1 US$ = R$2,113) temos R$1,206.
Essa diferença surge mesmo fazendo a conversão cambial, o que não me parece correto. Se os preços fossem comparados usando algum mecanismo para ajustar o poder de compra a diferença seria ainda maior.
"A gasolina está mais cara para os brasileiros do que para os estrangeiros. Pesquisa feita pela RC Consultores mostra que, nas refinarias, a diferença entre a gasolina daqui e a vendida no exterior chegou a 17,6% em fevereiro e deverá se manter perto deste patamar em março (16,5%). Nas bombas, entretanto, a diferença é ainda maior. O valor pago pelo litro da gasolina no Brasil é o dobro do cobrado nos postos dos Estados Unidos."
Façam as contas: paguei US$2,17 por cada galão de gasolina em St. Petersburg (os preços variam bastante. No Hawaii paguei, em tempos de Katrina, US$2,85 pelo galão). Cada galão corresponde a 3,8 litros. Ou seja, US$0,571 por litro. Fazendo a conversão para real (1 US$ = R$2,113) temos R$1,206.
Essa diferença surge mesmo fazendo a conversão cambial, o que não me parece correto. Se os preços fossem comparados usando algum mecanismo para ajustar o poder de compra a diferença seria ainda maior.
I'm back
Fim de Carnaval, fim de festa.
***
Quem estiver passando por St. Petersburg visite o museu de Salvador Dalí. Dá para entender um pouco a cabeça - um tanto perturbada - do pintor espanhol.
***
A gente chega de viagem e dá de cara com José Dirceu falando sobre a corrupção da direita:
"Seria cômico, se não fosse trágico, essa nova pantomima que tentam nos impingir em tempos bicudos, onde eternos corruptos, conhecidos da sociedade e da mídia, são arautos da ética e da moralidade pública."
A vontade é voltar no mesmo pé.
***
A xenofobia em ação para fazer do Brasil um país mais próspero.
"O que não pode ocorrer é a genuflexão diante dos estrangeiros. Nas relações internacionais há certos ritos, sem os quais a desigualdade entre as nações se tornaria ainda mais insuportável. Entenda o ministro Mares Guia que há alguma coisa mais importante do que as receitas cambiais. Há algo mais importante do que a constatação de que certas nações são mais ricas e mais bem armadas do que as outras. Há algo, enfim, mais importante até mesmo do que a vida de cada um de nós: a Pátria. Ou seu outro nome: a honra nacional."
O autor deve desprezar Aruba, uma pequena ilha do mar caribenho, que além de não exigir visto para turistas de diversos países (incluindo o Brasil), possui um posto do Departamento de Justiça dos EUA no seu aeroporto para agilizar a entrada e saída de americanos do seu território, operam OFICIALMENTE com o dólar e florin em todos os estabelecimentos comerciais e o inglês é língua ensinada desde o ensino básico, além, é claro, da língua nativa, o papiamento, do espanhol e do holandês.
Somos pobres sim, mas com orgulho!
***
Quem estiver passando por St. Petersburg visite o museu de Salvador Dalí. Dá para entender um pouco a cabeça - um tanto perturbada - do pintor espanhol.
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A gente chega de viagem e dá de cara com José Dirceu falando sobre a corrupção da direita:
"Seria cômico, se não fosse trágico, essa nova pantomima que tentam nos impingir em tempos bicudos, onde eternos corruptos, conhecidos da sociedade e da mídia, são arautos da ética e da moralidade pública."
A vontade é voltar no mesmo pé.
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A xenofobia em ação para fazer do Brasil um país mais próspero.
"O que não pode ocorrer é a genuflexão diante dos estrangeiros. Nas relações internacionais há certos ritos, sem os quais a desigualdade entre as nações se tornaria ainda mais insuportável. Entenda o ministro Mares Guia que há alguma coisa mais importante do que as receitas cambiais. Há algo mais importante do que a constatação de que certas nações são mais ricas e mais bem armadas do que as outras. Há algo, enfim, mais importante até mesmo do que a vida de cada um de nós: a Pátria. Ou seu outro nome: a honra nacional."
O autor deve desprezar Aruba, uma pequena ilha do mar caribenho, que além de não exigir visto para turistas de diversos países (incluindo o Brasil), possui um posto do Departamento de Justiça dos EUA no seu aeroporto para agilizar a entrada e saída de americanos do seu território, operam OFICIALMENTE com o dólar e florin em todos os estabelecimentos comerciais e o inglês é língua ensinada desde o ensino básico, além, é claro, da língua nativa, o papiamento, do espanhol e do holandês.
Somos pobres sim, mas com orgulho!
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