04 dezembro 2005

Desigualdade

A colunista do Globo comemora na edição de hoje:

"A desigualdade caiu, com crescimento ou sem crescimento, desde 2001 e isso produziu um resultado que é, de fato, fascinante e histórico."

Entretanto ela mesmo dá dicas de como isso se deu:

"Encolheu a desigualdade no mercado de trabalho entre qualificados e não qualificados. Como houve uma oferta crescente de trabalhador qualificado nos últimos anos, isso reduziu o prêmio da qualificação. No Brasil, esse prêmio era 60% mais alto que em outros países e agora está se reduzindo."

Essa é a armadilha que nos oferecem aqueles que prometem lutar contra a desigualdade: não houve necessariamente um aumento da renda das classes mais baixas e sim uma redução na renda daqueles que ganhavam mais.

Como o país está preso num verdadeiro atoleiro, não há capacidade para assimilar os profissionais qualificados (vamos admitir que aqueles que terminam a faculdade sejam realmente qualificados) que são despejados no mercado anualmente. Como a oferta de mão de obra aumenta e a demanda - na mais otimista das hipóteses - continua estável, o preço de equilíbrio do trabalho, o salário, despenca.

Como achar que isso é algo positivo?

Todos, absolutamente todos, os governos que buscaram a igualdade social só fizeram nivelar todos por baixo. Será que a realidade, como diria Thomas Sowell, é opcional?

Igualdade plena - por cima - não existe. Pessoas têm diferentes talentos, aptidões e determinação de buscar seus objetivos. Tudo que um governo deveria fazer para que as pessoas aplicassem plenamente seus talentos em busca da melhoria contínua do padrão de vida nenhum governo até hoje fez: investir em educação, deixar a economia fluir e garantir um ambiente estável o bastante para que isso ocorra.