Como diria Galvão Bueno, "acabooooooooooooou" 2005.
Então que venha 2006!
E para todos aqueles que me honram com sua visita, espero que este novo ano seja mais um degrau rumo desenvolvimento, principalmente no aspecto espiritual.
Feliz 2006!
31 dezembro 2005
30 dezembro 2005
Uma mentira contada mil vezes...
... acaba virando senso comum:
"Durante os anos 90, a maioria dos países [da América Latina] apostou nas reformas liberais. Elas vieram, mas seus resultados ficaram muito aquém do que as populações exigiam. Como reação, houve a em diversas nações a substituição dos líderes mais identificados com o então chamado consenso de Washington por candidatos tidos como de esquerda."
"Durante os anos 90, a maioria dos países [da América Latina] apostou nas reformas liberais. Elas vieram, mas seus resultados ficaram muito aquém do que as populações exigiam. Como reação, houve a em diversas nações a substituição dos líderes mais identificados com o então chamado consenso de Washington por candidatos tidos como de esquerda."
29 dezembro 2005
Liberdade positiva
A novidade - não tão nova, mas vá lá - entre os sociais-democratas é o conceito de liberdade positiva. A grosso modo, liberdade positiva é coerção do Estado. O sociais-democratas juram que não, mas é.
Por exemplo, a liberdade negativa de ir e vir significa que ninguém pode me impedir de ir onde eu quiser. A liberdade positiva diz que, além disso, alguém - Quem? Quem? - tem que proporcionar os meios para eu fazê-lo.
Por exemplo, a liberdade negativa de ir e vir significa que ninguém pode me impedir de ir onde eu quiser. A liberdade positiva diz que, além disso, alguém - Quem? Quem? - tem que proporcionar os meios para eu fazê-lo.
Finalmente terminei!
Trecho final do livro The vision of the anointed:
"In the anointed we find a whole class of supposedly 'thinking people' who do remarkably little thinking about substance and a great deal of verbal expression. In order that this relatively small group of people can believe themselves wiser and nobler than the common herd . We have adopted policies which impose heavy costs on millions of other human beings, not only in taxes but also in lost jobs, social disintegration, and a loss of personal safety. Seldom have so few cost so much to so many."
"In the anointed we find a whole class of supposedly 'thinking people' who do remarkably little thinking about substance and a great deal of verbal expression. In order that this relatively small group of people can believe themselves wiser and nobler than the common herd . We have adopted policies which impose heavy costs on millions of other human beings, not only in taxes but also in lost jobs, social disintegration, and a loss of personal safety. Seldom have so few cost so much to so many."
Estou convencido
Neste governo a expressão "estou convencido" virou substituta de argumentações, explicações e maiores satisfações.
Quase todo membro do governo, inclusive o próprio presidente, ao anunciar uma medida, começa com "estou convencido..."
Quase todo membro do governo, inclusive o próprio presidente, ao anunciar uma medida, começa com "estou convencido..."
Os fetos precisam de um Projeto Tamar
Brilhante comparação de Ives Gandra:
"Decididamente, no Brasil, para alguns parlamentares, as tartarugas são muito mais importantes que os seres humanos. O denominado projeto Tamar protege a vida das tartarugas desde 1980, com equipe especializada monitorando todas as noites, de setembro a março, 1.100 praias no litoral, e de janeiro a junho, as ilhas oceânicas. Protege-se, desta forma 14.000 ninhos, algo em torno de 650.000 filhotes. Quem destruir um único ovo de tartaruga comete crime contra a fauna e poderá ir para a cadeia (Lei 9.605/93).
Escrevo estas linhas não para desmerecer o grande trabalho decorrente do elogiado projeto. É louvável a proteção dos ovos de tartaruga. O que, evidentemente, não é louvável é a destruição de seres humanos no ventre materno, conforme proposto pela eminente deputada Jandira Feghali, em qualquer circunstância, sob qualquer motivo -até o último minuto antes do parto- e sem qualquer punição para o médico, a mulher ou quem tenha colaborado com o aborto do nascituro.
O projeto de lei, que ainda se encontra em discussão na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, propõe, rigorosamente, o aborto sem limites, sem motivos e sem pena até os instantes finais da gravidez. Matar um ser humano, no ventre materno, um minuto antes do parto não seria crime. Um minuto depois seria homicídio qualificado!!!"
"Decididamente, no Brasil, para alguns parlamentares, as tartarugas são muito mais importantes que os seres humanos. O denominado projeto Tamar protege a vida das tartarugas desde 1980, com equipe especializada monitorando todas as noites, de setembro a março, 1.100 praias no litoral, e de janeiro a junho, as ilhas oceânicas. Protege-se, desta forma 14.000 ninhos, algo em torno de 650.000 filhotes. Quem destruir um único ovo de tartaruga comete crime contra a fauna e poderá ir para a cadeia (Lei 9.605/93).
Escrevo estas linhas não para desmerecer o grande trabalho decorrente do elogiado projeto. É louvável a proteção dos ovos de tartaruga. O que, evidentemente, não é louvável é a destruição de seres humanos no ventre materno, conforme proposto pela eminente deputada Jandira Feghali, em qualquer circunstância, sob qualquer motivo -até o último minuto antes do parto- e sem qualquer punição para o médico, a mulher ou quem tenha colaborado com o aborto do nascituro.
O projeto de lei, que ainda se encontra em discussão na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, propõe, rigorosamente, o aborto sem limites, sem motivos e sem pena até os instantes finais da gravidez. Matar um ser humano, no ventre materno, um minuto antes do parto não seria crime. Um minuto depois seria homicídio qualificado!!!"
27 dezembro 2005
Kamel, mente aberta
Como já disse antes, um oásis no deserto intelectual das organizações Globo:
"Um cientista poderia me dizer que a credibilidade da ciência (e não na ciência) foi instituída devido aos seus sucessos: curas de doenças, desenvolvimentos de tecnologias tanto boas quanto ruins. Quando alguém voa em um avião, fala num celular, toma um antibiótico ou come soja transgênica, a coisa torna-se palpável: a 'fé' na ciência pode ser pega nas mãos. É o que chamam de 'ver para crer' em vez do “crer para ver” da religião.
Não tenho dúvidas sobre isso, mas o olhar que o leigo tem da ciência não é o olhar dos cientistas. Enquanto a ciência deixou para traz o positivismo, nós, os leigos, tratamos de incorporá-lo ao nosso dia-a-dia. E, sem que conheçamos nada a fundo, acreditamos em tudo. Os cientistas mantêm boa distância desse tipo de atitude. Sabem que tudo o que conseguem é dar a melhor explicação para os fatos de acordo com o conhecimento até aqui disponível. Mas sabem também que essa explicação 'científica' geralmente é logo superada por outra, que às vezes a negará totalmente. Para os antigos, era o Sol que girava em torno da Terra, sendo inclusive possível constatar o fenômeno a olho nu. A Física de Newton era 'a' verdade, até que Einstein mostrou que ela não era suficiente para explicar as leis do Universo. Lamarck fez muito sucesso dizendo que as girafas ficaram com o pescoço comprido de tanto o esticarem, até que Darwin mostrou que somente as girafas que tinham pescoço comprido, e por isso se alimentavam melhor, é que sobreviveram."
(...)
"Tudo isso para dizer que aqueles que transformam a fé em Deus em fanatismo e aqueles que acreditam na ciência como em um deus fazem isso porque buscam certezas. Vivem o mito como realidade.
Essa postura é muito diferente da verdadeira fé: ter fé é se sentir acolhido mesmo diante do mistério. E é também muito diferente do verdadeiro espírito científico: fazer ciência é duvidar sempre."
"Um cientista poderia me dizer que a credibilidade da ciência (e não na ciência) foi instituída devido aos seus sucessos: curas de doenças, desenvolvimentos de tecnologias tanto boas quanto ruins. Quando alguém voa em um avião, fala num celular, toma um antibiótico ou come soja transgênica, a coisa torna-se palpável: a 'fé' na ciência pode ser pega nas mãos. É o que chamam de 'ver para crer' em vez do “crer para ver” da religião.
Não tenho dúvidas sobre isso, mas o olhar que o leigo tem da ciência não é o olhar dos cientistas. Enquanto a ciência deixou para traz o positivismo, nós, os leigos, tratamos de incorporá-lo ao nosso dia-a-dia. E, sem que conheçamos nada a fundo, acreditamos em tudo. Os cientistas mantêm boa distância desse tipo de atitude. Sabem que tudo o que conseguem é dar a melhor explicação para os fatos de acordo com o conhecimento até aqui disponível. Mas sabem também que essa explicação 'científica' geralmente é logo superada por outra, que às vezes a negará totalmente. Para os antigos, era o Sol que girava em torno da Terra, sendo inclusive possível constatar o fenômeno a olho nu. A Física de Newton era 'a' verdade, até que Einstein mostrou que ela não era suficiente para explicar as leis do Universo. Lamarck fez muito sucesso dizendo que as girafas ficaram com o pescoço comprido de tanto o esticarem, até que Darwin mostrou que somente as girafas que tinham pescoço comprido, e por isso se alimentavam melhor, é que sobreviveram."
(...)
"Tudo isso para dizer que aqueles que transformam a fé em Deus em fanatismo e aqueles que acreditam na ciência como em um deus fazem isso porque buscam certezas. Vivem o mito como realidade.
Essa postura é muito diferente da verdadeira fé: ter fé é se sentir acolhido mesmo diante do mistério. E é também muito diferente do verdadeiro espírito científico: fazer ciência é duvidar sempre."
26 dezembro 2005
Reacionário
Eu achava que era reacionário mas depois de ler isso, declaro-me progressista:
"John Lennon foi baleado há 25 anos. Todas as cidades do mundo deveriam ter uma estátua de Lennon na praça principal. Para que os habitantes da terra pudessem praticar tiro ao alvo. Lennon é sujeito repulsivo que lançou uma moda repulsiva: a idéia da estrela pop como demiurgo da humanidade. Releio algumas das sentenças de Lennon - proferidas na rua, na cama, no banheiro, em cima de uma árvore - e encontro a cabeça de uma criança subletrada em funcionamento, que o mundo escutava com atenção religiosa. A canção 'Imagine' é a minha idéia de inferno: chego às portas da fogueira eterna e Lennon, de guitarra em punho, com Yoko pendurada num dos braços, faz serenata só para mim."
"John Lennon foi baleado há 25 anos. Todas as cidades do mundo deveriam ter uma estátua de Lennon na praça principal. Para que os habitantes da terra pudessem praticar tiro ao alvo. Lennon é sujeito repulsivo que lançou uma moda repulsiva: a idéia da estrela pop como demiurgo da humanidade. Releio algumas das sentenças de Lennon - proferidas na rua, na cama, no banheiro, em cima de uma árvore - e encontro a cabeça de uma criança subletrada em funcionamento, que o mundo escutava com atenção religiosa. A canção 'Imagine' é a minha idéia de inferno: chego às portas da fogueira eterna e Lennon, de guitarra em punho, com Yoko pendurada num dos braços, faz serenata só para mim."
Dá-lhe Arnoldão!
Estádio de futebol em Graz não leva mais o nome de Schwarzenegger
"Indignados pela execução [do assassino Tookie Williams], os social-democratas, verdes e comunistas pediram na Assembléia local para mudar o nome do estádio e retirar a cidadania de honra de Schwarzenegger - nascido em Thal, nos arredores de Graz, a segunda maior cidade do país."
Mas...
"Mas antes de poder votar sobre uma iniciativa desse tipo, o próprio Schwarzenegger exigiu em carta enviada há dez dias ao prefeito de Graz, o democrata-cristão Siegfried Nagl, que retire o letreiro com seu nome do estádio e que a cidade deixe de usar seu nome para fins de promoção turística.
Além disso, o ex-ator de Hollywood anunciava na mesma carta que o anel de honra, outorgado pela cidade, seria devolvido também, e que inclusive já estava a caminho de Graz, pelo correio."
"Indignados pela execução [do assassino Tookie Williams], os social-democratas, verdes e comunistas pediram na Assembléia local para mudar o nome do estádio e retirar a cidadania de honra de Schwarzenegger - nascido em Thal, nos arredores de Graz, a segunda maior cidade do país."
Mas...
"Mas antes de poder votar sobre uma iniciativa desse tipo, o próprio Schwarzenegger exigiu em carta enviada há dez dias ao prefeito de Graz, o democrata-cristão Siegfried Nagl, que retire o letreiro com seu nome do estádio e que a cidade deixe de usar seu nome para fins de promoção turística.
Além disso, o ex-ator de Hollywood anunciava na mesma carta que o anel de honra, outorgado pela cidade, seria devolvido também, e que inclusive já estava a caminho de Graz, pelo correio."
Curioso
Sem levar em conta quem está certo e quem está errado nessa lenga-lenga Evolucionismo versus Intelligent Design (sim, eu vejo este último como religião) não deixa de ser curioso ver um libertário comemorando o fato do Estado impor censura aos defensores do ID:
"There was a significant defeat for the whole Intelligent Disguise - excuse me, Intelligent Design (ID) - movement today, when a Harrisburg, PA judge ruled against its being taught in the schools of a local school district."
O autor é membro do Ayn Rand Institute, que cuja proposta se baseia na filosofia obejtivista da digníssima senhora:
"Ayn Rand (1905-1982) was an ardent advocate of reason, rational self-interest, individual rights and free-market capitalism.
ARI seeks to promote these principles, spearheading a 'cultural renaissance' that will reverse the anti-reason, anti-individualism, anti-freedom, anti-capitalist trends in today's culture."
Sendo coerente com sua visão libertária, o autor não deveria deixar que os indivíduos determinassem o que eles querem aprender nas escolas em vez daquilo determinado pelo juiz? Não é uma contradição um libertário comemorar o fato de vários individuos se submeterem a determinação de uma única pessoa?
Por favor reparem que o foco aqui não é discutir o se ID é ciência ou não, mas sim a coerência deste "libertário" (aspas requeridas aqui) que não hesitou em comemorar uma decisão Estatal que, se não envolvesse religião, certamente seria exibida como mais um exemplo de como os Estados Unidos se tornaram um país totalitário.
Se fosse um liberal-democrata comemorando eu não acharia estranho.
"There was a significant defeat for the whole Intelligent Disguise - excuse me, Intelligent Design (ID) - movement today, when a Harrisburg, PA judge ruled against its being taught in the schools of a local school district."
O autor é membro do Ayn Rand Institute, que cuja proposta se baseia na filosofia obejtivista da digníssima senhora:
"Ayn Rand (1905-1982) was an ardent advocate of reason, rational self-interest, individual rights and free-market capitalism.
ARI seeks to promote these principles, spearheading a 'cultural renaissance' that will reverse the anti-reason, anti-individualism, anti-freedom, anti-capitalist trends in today's culture."
Sendo coerente com sua visão libertária, o autor não deveria deixar que os indivíduos determinassem o que eles querem aprender nas escolas em vez daquilo determinado pelo juiz? Não é uma contradição um libertário comemorar o fato de vários individuos se submeterem a determinação de uma única pessoa?
Por favor reparem que o foco aqui não é discutir o se ID é ciência ou não, mas sim a coerência deste "libertário" (aspas requeridas aqui) que não hesitou em comemorar uma decisão Estatal que, se não envolvesse religião, certamente seria exibida como mais um exemplo de como os Estados Unidos se tornaram um país totalitário.
Se fosse um liberal-democrata comemorando eu não acharia estranho.
25 dezembro 2005
Por essa eu não esperava!
É com imensa "perplexidade" que leio a notícia de que, desde 1995, os programas assistencialistas do Governo Federal não fizeram outra coisa a não ser aumentar a dependência que os mais pobres têm do governo.
"O processo de exclusão do mercado de trabalho da população extremamente pobre no Brasil se intensificou de 1995 a 2004. Nesse período, o rendimento médio dos trabalhadores que se encontram entre os 10% mais pobres caiu 39,6% ao mesmo tempo em que aumentou a dependência dos programas sociais do governo.
Em 1995, 89% da renda dessa população vinha do trabalho. Em 2004, essa porcentagem caiu para 48%, ou seja, mais da metade da renda do trabalhador mais pobre no Brasil não vinha de sua atividade no mercado de trabalho."
E ainda tem gente que se espanta!
"O mais grave é verificar que a renda dos mais pobres caiu mesmo com a participação dos programas de governo. Se esses dados forem consistentes, eles mostram que não estamos complementando a renda para os mais pobres viverem melhor, mas gerando uma renda para viverem quase que exclusivamente dela. Estão deixando de ser trabalhadores para se tornarem assistidos. Isso é dramático."
"O processo de exclusão do mercado de trabalho da população extremamente pobre no Brasil se intensificou de 1995 a 2004. Nesse período, o rendimento médio dos trabalhadores que se encontram entre os 10% mais pobres caiu 39,6% ao mesmo tempo em que aumentou a dependência dos programas sociais do governo.
Em 1995, 89% da renda dessa população vinha do trabalho. Em 2004, essa porcentagem caiu para 48%, ou seja, mais da metade da renda do trabalhador mais pobre no Brasil não vinha de sua atividade no mercado de trabalho."
E ainda tem gente que se espanta!
"O mais grave é verificar que a renda dos mais pobres caiu mesmo com a participação dos programas de governo. Se esses dados forem consistentes, eles mostram que não estamos complementando a renda para os mais pobres viverem melhor, mas gerando uma renda para viverem quase que exclusivamente dela. Estão deixando de ser trabalhadores para se tornarem assistidos. Isso é dramático."
24 dezembro 2005
Dans la merde
Uma reportagem como essa só pode significar duas coias: ou os franceses são ignorantes ou são hipócritas.
"Para um país que vive um verdadeiro culto à tutela do Estado, o resultado da pesquisa não deveria surpreender: uma sondagem feita pelo LH2 para o jornal 'Libération' revelou que dois terços dos franceses rejeitam o capitalismo. Quando a globalização, baseada no livre mercado, parece dominar o mundo, são os franceses que têm a voz dissonante: 51% preferem o socialismo.
A rica e capitalista França estaria então se tornando marxista? Nem de longe. Basta andar pelas ruas de Paris e ver como o capitalismo prospera e os franceses consomem com avidez bens supérfluos e luxuosos. O fosso entre o discurso e a prática foi rapidamente revelado quando a EDF — gigante estatal do setor elétrico — abriu seu capital na bolsa, mês passado: os assalariados correram para comprar as ações, apesar dos protestos violentos nas ruas contra sua privatização, que acabaram antecedendo os confrontos raciais na periferia de Paris."
"Para um país que vive um verdadeiro culto à tutela do Estado, o resultado da pesquisa não deveria surpreender: uma sondagem feita pelo LH2 para o jornal 'Libération' revelou que dois terços dos franceses rejeitam o capitalismo. Quando a globalização, baseada no livre mercado, parece dominar o mundo, são os franceses que têm a voz dissonante: 51% preferem o socialismo.
A rica e capitalista França estaria então se tornando marxista? Nem de longe. Basta andar pelas ruas de Paris e ver como o capitalismo prospera e os franceses consomem com avidez bens supérfluos e luxuosos. O fosso entre o discurso e a prática foi rapidamente revelado quando a EDF — gigante estatal do setor elétrico — abriu seu capital na bolsa, mês passado: os assalariados correram para comprar as ações, apesar dos protestos violentos nas ruas contra sua privatização, que acabaram antecedendo os confrontos raciais na periferia de Paris."
Anointed, em carne, osso e presunção
Já havia comentado que a leitura do livro The Vision of the Anointed do Thomas Sowell estava valendo cada centavo. Pois bem, estou já na reta final do livro (não sou retardado, é que tenho que conciliar a leitura com outros afazeres) e não esperava um exemplo tão claro do que vem a ser um anointed como este aqui:
"Nós, juízes deste novo tempo, não mais somos o juiz positivista e eqüidistante dos debates sociais. Somos um novo Judiciário, de um novo tempo, comprometidos com a erradicação da miséria e da marginalidade; com a defesa do meio ambiente; com a redução das desigualdades sociais.
Somos nós, os juízes do momento, tal como todos nós, habitantes desta nova era, os encarregados de reescrever a história do ser humano, colocando as novas questões de acordo com nossa experiência e sensibilidade. E somente com a assunção desse novo papel, partícipes de ações pro-ativas, cobrando e sendo cobrados, engajados na preservação do fundamental direito à dignidade humana, poderemos mudar a adjetivação que vem sendo dispensada à Justiça."
Assustador, não?
PS: Valeu, Jorge Valentim, pela dica.
"Nós, juízes deste novo tempo, não mais somos o juiz positivista e eqüidistante dos debates sociais. Somos um novo Judiciário, de um novo tempo, comprometidos com a erradicação da miséria e da marginalidade; com a defesa do meio ambiente; com a redução das desigualdades sociais.
Somos nós, os juízes do momento, tal como todos nós, habitantes desta nova era, os encarregados de reescrever a história do ser humano, colocando as novas questões de acordo com nossa experiência e sensibilidade. E somente com a assunção desse novo papel, partícipes de ações pro-ativas, cobrando e sendo cobrados, engajados na preservação do fundamental direito à dignidade humana, poderemos mudar a adjetivação que vem sendo dispensada à Justiça."
Assustador, não?
PS: Valeu, Jorge Valentim, pela dica.
Santo Agostinho
"A dor, física ou espiritual, é prova viva de que o homem perdeu algo, mas não perdeu tudo."
Pedido a Papai Noel
Papai Noel, eu tenho sido um bom rapaz.
Como presente de Natal gostaria que a nossa imprensa se tornasse tão implacável com o Lula quanto ela é com o Bush - que nada tem a ver conosco. Que ela noticie exaustivamente qualquer indício de corrupção assim como ela faz quando o suspeito é o amigo do amigo do primo do cunhado do porteiro do prédio do assessor do Bush. Que ela tenha tanta desconfiança de Lula quanto ela tem de Bush, buscando sempre as mutretas ocultas em cada ato realizado pelo presidente.
Grato,
Cláudio
Como presente de Natal gostaria que a nossa imprensa se tornasse tão implacável com o Lula quanto ela é com o Bush - que nada tem a ver conosco. Que ela noticie exaustivamente qualquer indício de corrupção assim como ela faz quando o suspeito é o amigo do amigo do primo do cunhado do porteiro do prédio do assessor do Bush. Que ela tenha tanta desconfiança de Lula quanto ela tem de Bush, buscando sempre as mutretas ocultas em cada ato realizado pelo presidente.
Grato,
Cláudio
Dois coelhos com uma paulada
Governo pretende monitorar contas dos políticos
"Depois de confirmar uma ampla operação da Polícia Federal para coibir a prática de caixa dois nos partidos durante as eleições de 2006, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou nesta sexta-feira que o governo pretende instalar um sistema de monitoramento das contas de todos os políticos do País."
Essa medida arbitrária, típica de regimes pelos quais a patota do governo nutre a maior simpatia, tem todo jeito de ser inconstitucional.
Ainda que essa medida seja legal, alguém ainda é tão tolo neste país a ponto de colocar o galinheiro sob a vigilância da raposa?
É claro que o governo quer com essa medida matar dois coelhos com uma paulada: (A) Fazer de conta que está combatendo a corrupção e (B) Arrumar munição para detonar seus adversários políticos.
"Depois de confirmar uma ampla operação da Polícia Federal para coibir a prática de caixa dois nos partidos durante as eleições de 2006, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou nesta sexta-feira que o governo pretende instalar um sistema de monitoramento das contas de todos os políticos do País."
Essa medida arbitrária, típica de regimes pelos quais a patota do governo nutre a maior simpatia, tem todo jeito de ser inconstitucional.
Ainda que essa medida seja legal, alguém ainda é tão tolo neste país a ponto de colocar o galinheiro sob a vigilância da raposa?
É claro que o governo quer com essa medida matar dois coelhos com uma paulada: (A) Fazer de conta que está combatendo a corrupção e (B) Arrumar munição para detonar seus adversários políticos.
23 dezembro 2005
Feliz Natal!
Versão original:
A todos um Feliz Natal e que Deus ilumine seus caminhos!
Versão politicamente correta:
A todos um feliz feriado e que a energia cósmica entre em sintonia com a dos seus corpos!
A todos um Feliz Natal e que Deus ilumine seus caminhos!
Versão politicamente correta:
A todos um feliz feriado e que a energia cósmica entre em sintonia com a dos seus corpos!
E agora José?
Ou melhor: e agora Hwang Woo-suk?
"O professor e cientista sul-coreano Hwang Woo-suk pediu desculpa e anunciou sua demissão depois que a Universidade Nacional de Seul confirmou nesta sexta-feira que ele manipulara dados de uma suposta clonagem de embriões humanos."
(...)
"Especialistas atribuíram o engano a uma forte pressão por mostrar algo mais avançado que seu estudo em 2004, já que o texto era pouco útil para aplicações industriais, já que não conduzia à cura de enfermidades."
Esta consciência de que estamos lidando com vários interesses além do mero "mundo melhor para todos" é fundamental na hora de avalisar técnicas científicas. Devemos sempre ter em mente que cientistas, como eu e você, são humanos que possuem defeitos e qualidades.
"O professor e cientista sul-coreano Hwang Woo-suk pediu desculpa e anunciou sua demissão depois que a Universidade Nacional de Seul confirmou nesta sexta-feira que ele manipulara dados de uma suposta clonagem de embriões humanos."
(...)
"Especialistas atribuíram o engano a uma forte pressão por mostrar algo mais avançado que seu estudo em 2004, já que o texto era pouco útil para aplicações industriais, já que não conduzia à cura de enfermidades."
Esta consciência de que estamos lidando com vários interesses além do mero "mundo melhor para todos" é fundamental na hora de avalisar técnicas científicas. Devemos sempre ter em mente que cientistas, como eu e você, são humanos que possuem defeitos e qualidades.
Confissões
Gabeira, ora vejam só:
"Sua passagem pela luta armada (contada no livro autobiográfico 'O que é isso, companheiro?,' que virou filme) também é vista sem condescendência. Não se vê como um herói lutando contra os bandidos representados pelos militares que comandavam o país na ditadura. Ele admite que a guerrilha pode até ter contribuído para o fim do regime. Isso não quer dizer, porém, que eles lutassem pela democracia. 'Estávamos lutando para substituir um sistema totalitário por outro sistema totalitário,' admite ele, que fez curso de formação de guerrilha urbana e rural em Cuba quando viveu no exílio."
Via Nemerson.
"Sua passagem pela luta armada (contada no livro autobiográfico 'O que é isso, companheiro?,' que virou filme) também é vista sem condescendência. Não se vê como um herói lutando contra os bandidos representados pelos militares que comandavam o país na ditadura. Ele admite que a guerrilha pode até ter contribuído para o fim do regime. Isso não quer dizer, porém, que eles lutassem pela democracia. 'Estávamos lutando para substituir um sistema totalitário por outro sistema totalitário,' admite ele, que fez curso de formação de guerrilha urbana e rural em Cuba quando viveu no exílio."
Via Nemerson.
Raivoso, etc.
Hmm, por isso que sempre se referem à direita como raivosa, hidrófoba, radical, ultra-radical, etc.:
"The vocabulary of the anointed also serves to put the anointed and the benighted on different planes. A concern taht is important to teh anointed is called 'a matter o principle,' while a concern that is important to the benighted is called 'an emotional issue.' Apparently other people don't have reasons or principles; all they have are emotions."
Thomas Sowell, The vision of the anointed
"The vocabulary of the anointed also serves to put the anointed and the benighted on different planes. A concern taht is important to teh anointed is called 'a matter o principle,' while a concern that is important to the benighted is called 'an emotional issue.' Apparently other people don't have reasons or principles; all they have are emotions."
Thomas Sowell, The vision of the anointed
22 dezembro 2005
Só camisa de força
Lula: Brasil entra no rol dos países desenvolvidos
"O Brasil entrou definitivamente em uma rota de crescimento que não pode retroceder. O Brasil saiu do rol dos países eternamente emergentes para o rol dos países desenvolvidos."
"O Brasil entrou definitivamente em uma rota de crescimento que não pode retroceder. O Brasil saiu do rol dos países eternamente emergentes para o rol dos países desenvolvidos."
Não seja bem sucedido, senão...
Comissão Européia ameaça multar a Microsoft em 2 milhões de euros diários
"A Comissão Européia advertiu a Microsoft nesta quinta-feira de que poderia lhe impor uma multa diária de até 2 milhões de euros por informar de maneira 'incorreta e/ou inadequada' a documentação exigida por Bruxelas para acabar com sua posição dominante no setor."
"A Comissão Européia advertiu a Microsoft nesta quinta-feira de que poderia lhe impor uma multa diária de até 2 milhões de euros por informar de maneira 'incorreta e/ou inadequada' a documentação exigida por Bruxelas para acabar com sua posição dominante no setor."
Vivem em outro mundo
Tá aqui uma pequena prova de como a nossa imprensa, quando o assunto é EUA, particularmente Bush, não passa de uma propagadora de wishfull think.
Nesta semana foi publicada uma notícia de que Bush tinha admitido ter espionado cidadãos dentro do território americano, fato que iria colocar em risco a tal Lei Patriótica em vias de ter sua renovação votada.
Pois bem:
Senado dos EUA prorroga vigência da Lei Patriótica
Câmara dos EUA aprova prorrogação da Lei Patriótica
Reparem que a questão não é a lei em si, mas a total falta de contato com a realidade dos nossos jornalistas. Imagine que a tal lei fosse cancelada e logo depois houvesse um atentado terrorista (ainda que este não pudesse ser evitado pela Lei Patriótica). Todos os políticos que tivessem votado a favor do cancelamento teriam suas carreiras políticas encerradas ou seriamente afetadas.
E em uma coisa os políticos são iguais em qualquer lugar do mundo: detestam colocar os deles na reta.
Nesta semana foi publicada uma notícia de que Bush tinha admitido ter espionado cidadãos dentro do território americano, fato que iria colocar em risco a tal Lei Patriótica em vias de ter sua renovação votada.
Pois bem:
Senado dos EUA prorroga vigência da Lei Patriótica
Câmara dos EUA aprova prorrogação da Lei Patriótica
Reparem que a questão não é a lei em si, mas a total falta de contato com a realidade dos nossos jornalistas. Imagine que a tal lei fosse cancelada e logo depois houvesse um atentado terrorista (ainda que este não pudesse ser evitado pela Lei Patriótica). Todos os políticos que tivessem votado a favor do cancelamento teriam suas carreiras políticas encerradas ou seriamente afetadas.
E em uma coisa os políticos são iguais em qualquer lugar do mundo: detestam colocar os deles na reta.
O Natal não é para os covardes
"O que esses versículos ensinam é que a fé é apenas a confiança em que Aquele que devolveu a vida a alguns mortos pode devolvê-la a muitos mais. É um simples raciocínio indutivo, um ato da inteligência racional fundado no conhecimento dos fatos e não uma aposta no escuro. A única diferença entre ele e qualquer outro raciocínio indutivo é que a conclusão a que ele conduz traz em si uma esperança tão luminosa que toda a tristeza e o negativismo acumulados na alma se recusam a aceitá-la. A alma prefere apegar-se à tristeza e ao negativismo porque são seus velhos conhecidos. São a segurança da depressão rotineira contra o apelo da razão à ousadia da confiança. O que se opõe à fé não é a razão, é a covardia. Para legitimar essa covardia ergueram-se masmorras de pseudo-argumentos. No fundo delas, o leproso lambe suas chagas, o cego adora sua cegueira, o paralítico celebra a impossibilidade de caminhar. Os pobres, imaginando-se reis e príncipes, festejam a rejeição da boa notícia. Orgulhosos da sua impotência, adornam com o nome de 'ciência' a teimosia de negar os fatos."
(...)
"A dose de miséria mental em que um sujeito precisa estar mergulhado para gostar desse lixo não é pequena. O Natal é o lembrete cíclico de que esse destino não é obrigatório, de que existe a esperança racional de alguma coisa melhor. Por isso há quem deseje eliminá-lo: para que o chamado da esperança não fira o orgulho dos covardes."
Leia tudo.
(...)
"A dose de miséria mental em que um sujeito precisa estar mergulhado para gostar desse lixo não é pequena. O Natal é o lembrete cíclico de que esse destino não é obrigatório, de que existe a esperança racional de alguma coisa melhor. Por isso há quem deseje eliminá-lo: para que o chamado da esperança não fira o orgulho dos covardes."
Leia tudo.
21 dezembro 2005
Activist Judge Cancels Christmas
'In accordance with my activist agenda to secularize the nation, this court finds Christmas to be unlawful,' Judge Reinhardt said. 'The celebration of the birth of the philosopher Jesus—be it in the form of gift-giving, the singing of carols, fanciful decorations, or general good cheer and warm feelings amongst families—is in violation of the First Amendment principles upon hich this great nation was founded.'"
Calma que é apenas uma piada.
Por enquanto...
Calma que é apenas uma piada.
Por enquanto...
20 dezembro 2005
Cara de um, focinho de outro
Acho que o Fiúza tem razão nesta comparação:
"Aliás, sem os badulaques de Duda Mendonça, os amortecedores de Antonio Palocci e as pílulas douradas de Dirceu, ele fica a cara de Anthony Garotinho. Um político que só pode existir onde proliferar a miséria humana e cultural, para poder manobrar os corações esmigalhados contra algum grande satã – a elite, a imprensa, os poderosos enfim."
Aqui.
"Aliás, sem os badulaques de Duda Mendonça, os amortecedores de Antonio Palocci e as pílulas douradas de Dirceu, ele fica a cara de Anthony Garotinho. Um político que só pode existir onde proliferar a miséria humana e cultural, para poder manobrar os corações esmigalhados contra algum grande satã – a elite, a imprensa, os poderosos enfim."
Aqui.
The real Freeman
Freeman calls Black History Month ‘ridiculous’
"I don't want a black history month. Black history is American history."
(Via De Gustibus...)
"I don't want a black history month. Black history is American history."
(Via De Gustibus...)
A inveja é mesmo uma merda!
Ronaldinho: Melhor do Mundo outra vez
"Ronaldinho recebeu 159 votos para primeiro lugar, 46 para segundo e 23 para terceiro. Lampard teve 25, 45 e 46. Eto’o recebeu 13m 29 e 28. Adriano teve 17 votos para primeiro e Kaká recebeu 10.
Carlos Alberto Parreira votou em Zidane, Van Nistelrooy e Gerrard. Cafu escolheu Cristiano Ronaldo, Zidane e Maldini.
Luiz Felipe Scolari indicou Kaká, Lampard e Ibrahimovic. Zico votou em Adriano, Lampard e Ballack."
Quem acompanha este site sabe que não sou nem um pouco chegado a brasileirices, por isso fico muito confortável de repudiar os votos das figuras acima. Somente a inveja pode explicar os votos dados por estes senhores. E o pior é que nem dá para dizer que estou decepcionado.
Update: relendo o post percebi que o trecho mostrado pode dar a entender que minha bronca era contra todos os citados. De acordo com o regulamento, Parreira e Cafu não poderiam votar no craque.
"Ronaldinho recebeu 159 votos para primeiro lugar, 46 para segundo e 23 para terceiro. Lampard teve 25, 45 e 46. Eto’o recebeu 13m 29 e 28. Adriano teve 17 votos para primeiro e Kaká recebeu 10.
Carlos Alberto Parreira votou em Zidane, Van Nistelrooy e Gerrard. Cafu escolheu Cristiano Ronaldo, Zidane e Maldini.
Luiz Felipe Scolari indicou Kaká, Lampard e Ibrahimovic. Zico votou em Adriano, Lampard e Ballack."
Quem acompanha este site sabe que não sou nem um pouco chegado a brasileirices, por isso fico muito confortável de repudiar os votos das figuras acima. Somente a inveja pode explicar os votos dados por estes senhores. E o pior é que nem dá para dizer que estou decepcionado.
Update: relendo o post percebi que o trecho mostrado pode dar a entender que minha bronca era contra todos os citados. De acordo com o regulamento, Parreira e Cafu não poderiam votar no craque.
19 dezembro 2005
Bono, personalidade do ano
Então Bono foi eleito pela revista Time, junto com os Gates, a personalidade do ano. Segundo a reportagem o fato motivador foi sua generosidade nas campanhas contra a fome. Uma dúvida genuína de um cínico incurável:
Qual destes doa parte da sua fortuna pessoal e qual destes milita pela "doação" de dinheiro dos outros?
A pegunta é pertinente pois fazer pressão para que governos doem a outros países o dinheiro obtido através de impostos está longe de ser algo altruísta ou generoso.
Tenho o hábito de deixar um pé atrás com qualquer figura que faça muito alarde das suas generosidades e ultimamente ninguém tem feito mais alarde que o vocalista do U2. Quando esse alarde é meramente para alimentar uma imagem, vá lá, até é aceitável, mas analisemos este caso:
Num spot do Canal Sony o apresentador diz que Bono lançou uma "grife social" cujo design é feito pela sua esposa e a fabricação é feita em lugares pobres, para aproveitar e dar oportunidades aos talentos locais.
A pergunta que fica é: será que o bom samaritano paga salários de primeiro mundo aos tais "talentos locais" ou, como todas as demais empresas "capitalistas selvagens" do ramo de confecção, está apenas atrás de mão-de-obras mais barata?
Colocando em outros termos: quando é a Nike o termo é "exploração de mão-de-obra barata" mas quando é a "grife social do Bono" o termo é "aproveitamento dos talentos locais"?
Qual destes doa parte da sua fortuna pessoal e qual destes milita pela "doação" de dinheiro dos outros?
A pegunta é pertinente pois fazer pressão para que governos doem a outros países o dinheiro obtido através de impostos está longe de ser algo altruísta ou generoso.
Tenho o hábito de deixar um pé atrás com qualquer figura que faça muito alarde das suas generosidades e ultimamente ninguém tem feito mais alarde que o vocalista do U2. Quando esse alarde é meramente para alimentar uma imagem, vá lá, até é aceitável, mas analisemos este caso:
Num spot do Canal Sony o apresentador diz que Bono lançou uma "grife social" cujo design é feito pela sua esposa e a fabricação é feita em lugares pobres, para aproveitar e dar oportunidades aos talentos locais.
A pergunta que fica é: será que o bom samaritano paga salários de primeiro mundo aos tais "talentos locais" ou, como todas as demais empresas "capitalistas selvagens" do ramo de confecção, está apenas atrás de mão-de-obras mais barata?
Colocando em outros termos: quando é a Nike o termo é "exploração de mão-de-obra barata" mas quando é a "grife social do Bono" o termo é "aproveitamento dos talentos locais"?
18 dezembro 2005
Dúvidas da adolescência
Quando era mais novo e ainda não trabalhava ficava intrigado com o fato de amigos que também não trabalhavam usarem a expressão "até que enfim é sexta-feira". Ora bolas, para quem não trabalha todo dia é Sábado. Eu ia dizer Domingo mas Domingo à noite bate aquela sensação pré-Segunda-feira que os desocupados não devem conhecer.
Erro de avaliação
Isso é o que acontece quando você confunde Hong Kong com Seattle:
"De acordo com as leis de Hong Kong, uma pessoa pode ficar detida sem acusações durante 48 horas. Espera-se que muitos deles sejam condenados por 'manifestação ilegal' e que recebam uma ordem de deportação."
"De acordo com as leis de Hong Kong, uma pessoa pode ficar detida sem acusações durante 48 horas. Espera-se que muitos deles sejam condenados por 'manifestação ilegal' e que recebam uma ordem de deportação."
E agora?
Depois de tanto militarem a favor da tolerância, de tanto pregarem que "não existe uma verdade" e que toda opinião tem que ser respeitada, como podem alguns intelectuais discordar dessa declaração?
"A negação do Holocausto feita pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, é um tema de discussão acadêmica e o Ocidente deveria ser mais tolerante com suas visões, disse neste domingo o porta-voz do Ministério do Exterior do Irã."
Hein? Hein?
"A negação do Holocausto feita pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, é um tema de discussão acadêmica e o Ocidente deveria ser mais tolerante com suas visões, disse neste domingo o porta-voz do Ministério do Exterior do Irã."
Hein? Hein?
Entrevista do Giannetti
Tenho quase todos os livros do Giannetti. Gosto dele como economista e também gosto do seu estilo de escrever, ora usando termos populares extraídos do futebol, por exemplo, ora exibindo grande erudição. Ao meu ver ele peca em dois aspectos apenas:
(A) Tenta racionalizar o que não é para ser racionalizado. Um estudioso de filosofia como ele deveria saber certas coisas jamais serão provadas ou desmentidas na base do 2 + 2 = 4.
(B) É um pouco vasilina. Mas isso pode ser visto também como uma qualidade dependendo da situação.
Nesta entrevsita ele faz umas colocações interessantes, como esta sobre o imediatismo do brasileiro:
"Nós somos o fruto de três culturas imediatistas. A cultura indígena é pré-agrícola, o índio brasileiro estava vivendo num mundo que antecede o plantar para colher, extremamente imediatista. O negro escravizado estava numa situação em que nem o corpo pertencia a ele, não havia nada que ele pudesse fazer para melhorar o seu futuro, porque o futuro não dependia de nada que ele fizesse. Ele era de outra pessoa. E o português colonizador aventureiro vem pra cá, como dizia Sergio Buarque de Holanda, não para criar o paraíso mas para desfrutar o paraíso imediatamente, sem nenhum pensamento futuro. Essas três forças se miscigenaram muito bem no Brasil, o que eu acho um grande mérito histórico-cultural brasileiro, mas isso gerou uma cultura imediatista. São três correntes culturais e étnicas que, por razões diferentes, têm a sua psicologia temporal muito centrada no aqui e agora. O que é trágico para a economia, mas não é de todo mau para uma certa generosidade diante da vida, do que a vida pode oferecer."
Também flerta com conceitos perigosos (até o repórter que o entrevistava enxergou o perigo!):
"Vamos por partes. Primeiro, o que é essa afirmação? O Isaiah Berlin descreve dois conceitos de liberdade: liberdade negativa e liberdade positiva. Liberdade negativa é a ausência de restrições. Não tem censura, não tem cerceamento autoritário da minha liberdade de escolha. A liberdade positiva é a minha capacidade de exercer escolha. O que adianta eu estar num país que não tem censura, onde eu posso ler Joaquim Nabuco, Machado de Assis, o que eu quiser, se eu sou analfabeto? É vazio. O que refresca eu poder jantar no melhor restaurante da cidade, sem ser impedido pela cor da minha pele, se eu não tenho renda, se eu estou passando fome? A liberdade de jantar no melhor restaurante da cidade para uma pessoa passando fome é zero. Então, tem que ter as duas coisas. Quer dizer, você tem que ter a liberdade negativa – sem dúvida alguma, e disso não se pode abrir mão –, mas você tem que caminhar na capacitação, para que as pessoas possam efetivamente escolher caminhos. Senão, alguns ou muitos caminhos são puramente fictícios, são abstrações. A nossa deficiência de ensino fundamental tolhe terrivelmente a liberdade positiva, porque as pessoas não estão capacitadas para fazer escolhas, e muitas vezes nem se dão conta do que estão escolhendo. Têm uma enorme dificuldade, por exemplo, de antecipar conseqüências. Se eu fizer certas coisas agora, algumas conseqüências virão mais à frente. Então, não precisa ter nenhum tipo de totalitarismo. É só a sociedade se organizar minimamente para garantir que todo cidadão que nela existe tenha acesso a oportunidades educacionais que permitam exercer escolhas com um mínimo de competência, de capacitação."
Quando eu falei lá em cima sobre a tentativa dele de racionalizar o que não é para ser racionalizado me refeiro a colocações como estas:
"Quando eu vejo que as pessoas, diante da penalidade infinita que é a vida pecaminosa, pecam e se dizem religiosas, só posso concluir que elas não estão, lá no fundo, convencidas do que a doutrina prega. Se elas realmente estivessem convencidas disso, mudariam e se regenerariam."
Filosoficamente falando, esta é uma afirmação muito primária. O ser humano é imperfeito e não um santo. Corrijo-me: até os santos pecaram. Adotar uma religião - no caso uma religião cristã - significa tentar seguir seus dogmas e se arrepender pelos pecados cometidos. Aquele que nunca peca é um ser perfeito. E sabemos que, para o cristão, só há um ser perfeito.
Esta parte, no entanto, está perfeita:
"Eu me dei conta também de que nosso sistema de educação e de formação ainda está muito preso a um momento em que a expectativa de vida era mais baixa. Nós ainda não temos uma clareza quanto às implicações de viver em média 70, 80 anos, tanto materiais quanto espirituais. Agora, de uma coisa eu tenho certeza: a idéia de que a juventude é o único momento de uma vida humana em que você está pleno, isso vai ter que ser revisto. Você não pode passar 40 anos da sua vida nostálgico de uma coisa que perdeu. Isso aí nós temos que rever com muito cuidado, porque vai ficar muito melancólico para todos nós esse tipo de experiência. A vida não pode estar tão centrada nos valores juvenis como está hoje, o que leva até a um encurtamento da infância, e depois a uma depreciação do período enorme que se estende após a juventude. Nós vamos ter que repensar todo o ciclo da vida."
E esta, creio, entra em conflito com sua visão da religiosidade:
"Eu tenho a impressão que os valores espirituais vão ter que ser mais cultivados, porque a idéia de que os prazeres do sentido, os prazeres do corpo são a melhor coisa da vida – que está muito presente na época da juventude –, isso se esgota. Na maturidade, especialmente na velhice, você não vai ter o mesmo vigor. E se você não tiver construído alternativas de desfrute, de experiências prazerosas, a velhice vai ficar uma coisa sombria, melancólica, amarga, porque ela vai estar inteiramente calcada em lembranças de perdas, de possibilidades que se foram para sempre."
A não ser que ele não veja a religião como um meio de se cultivar valores espirituais.
(A) Tenta racionalizar o que não é para ser racionalizado. Um estudioso de filosofia como ele deveria saber certas coisas jamais serão provadas ou desmentidas na base do 2 + 2 = 4.
(B) É um pouco vasilina. Mas isso pode ser visto também como uma qualidade dependendo da situação.
Nesta entrevsita ele faz umas colocações interessantes, como esta sobre o imediatismo do brasileiro:
"Nós somos o fruto de três culturas imediatistas. A cultura indígena é pré-agrícola, o índio brasileiro estava vivendo num mundo que antecede o plantar para colher, extremamente imediatista. O negro escravizado estava numa situação em que nem o corpo pertencia a ele, não havia nada que ele pudesse fazer para melhorar o seu futuro, porque o futuro não dependia de nada que ele fizesse. Ele era de outra pessoa. E o português colonizador aventureiro vem pra cá, como dizia Sergio Buarque de Holanda, não para criar o paraíso mas para desfrutar o paraíso imediatamente, sem nenhum pensamento futuro. Essas três forças se miscigenaram muito bem no Brasil, o que eu acho um grande mérito histórico-cultural brasileiro, mas isso gerou uma cultura imediatista. São três correntes culturais e étnicas que, por razões diferentes, têm a sua psicologia temporal muito centrada no aqui e agora. O que é trágico para a economia, mas não é de todo mau para uma certa generosidade diante da vida, do que a vida pode oferecer."
Também flerta com conceitos perigosos (até o repórter que o entrevistava enxergou o perigo!):
"Vamos por partes. Primeiro, o que é essa afirmação? O Isaiah Berlin descreve dois conceitos de liberdade: liberdade negativa e liberdade positiva. Liberdade negativa é a ausência de restrições. Não tem censura, não tem cerceamento autoritário da minha liberdade de escolha. A liberdade positiva é a minha capacidade de exercer escolha. O que adianta eu estar num país que não tem censura, onde eu posso ler Joaquim Nabuco, Machado de Assis, o que eu quiser, se eu sou analfabeto? É vazio. O que refresca eu poder jantar no melhor restaurante da cidade, sem ser impedido pela cor da minha pele, se eu não tenho renda, se eu estou passando fome? A liberdade de jantar no melhor restaurante da cidade para uma pessoa passando fome é zero. Então, tem que ter as duas coisas. Quer dizer, você tem que ter a liberdade negativa – sem dúvida alguma, e disso não se pode abrir mão –, mas você tem que caminhar na capacitação, para que as pessoas possam efetivamente escolher caminhos. Senão, alguns ou muitos caminhos são puramente fictícios, são abstrações. A nossa deficiência de ensino fundamental tolhe terrivelmente a liberdade positiva, porque as pessoas não estão capacitadas para fazer escolhas, e muitas vezes nem se dão conta do que estão escolhendo. Têm uma enorme dificuldade, por exemplo, de antecipar conseqüências. Se eu fizer certas coisas agora, algumas conseqüências virão mais à frente. Então, não precisa ter nenhum tipo de totalitarismo. É só a sociedade se organizar minimamente para garantir que todo cidadão que nela existe tenha acesso a oportunidades educacionais que permitam exercer escolhas com um mínimo de competência, de capacitação."
Quando eu falei lá em cima sobre a tentativa dele de racionalizar o que não é para ser racionalizado me refeiro a colocações como estas:
"Quando eu vejo que as pessoas, diante da penalidade infinita que é a vida pecaminosa, pecam e se dizem religiosas, só posso concluir que elas não estão, lá no fundo, convencidas do que a doutrina prega. Se elas realmente estivessem convencidas disso, mudariam e se regenerariam."
Filosoficamente falando, esta é uma afirmação muito primária. O ser humano é imperfeito e não um santo. Corrijo-me: até os santos pecaram. Adotar uma religião - no caso uma religião cristã - significa tentar seguir seus dogmas e se arrepender pelos pecados cometidos. Aquele que nunca peca é um ser perfeito. E sabemos que, para o cristão, só há um ser perfeito.
Esta parte, no entanto, está perfeita:
"Eu me dei conta também de que nosso sistema de educação e de formação ainda está muito preso a um momento em que a expectativa de vida era mais baixa. Nós ainda não temos uma clareza quanto às implicações de viver em média 70, 80 anos, tanto materiais quanto espirituais. Agora, de uma coisa eu tenho certeza: a idéia de que a juventude é o único momento de uma vida humana em que você está pleno, isso vai ter que ser revisto. Você não pode passar 40 anos da sua vida nostálgico de uma coisa que perdeu. Isso aí nós temos que rever com muito cuidado, porque vai ficar muito melancólico para todos nós esse tipo de experiência. A vida não pode estar tão centrada nos valores juvenis como está hoje, o que leva até a um encurtamento da infância, e depois a uma depreciação do período enorme que se estende após a juventude. Nós vamos ter que repensar todo o ciclo da vida."
E esta, creio, entra em conflito com sua visão da religiosidade:
"Eu tenho a impressão que os valores espirituais vão ter que ser mais cultivados, porque a idéia de que os prazeres do sentido, os prazeres do corpo são a melhor coisa da vida – que está muito presente na época da juventude –, isso se esgota. Na maturidade, especialmente na velhice, você não vai ter o mesmo vigor. E se você não tiver construído alternativas de desfrute, de experiências prazerosas, a velhice vai ficar uma coisa sombria, melancólica, amarga, porque ela vai estar inteiramente calcada em lembranças de perdas, de possibilidades que se foram para sempre."
A não ser que ele não veja a religião como um meio de se cultivar valores espirituais.
Palavra de cocaleiro!
"Vamos afundar a Bolívia"
Peraí! Parece que li errado.
O correto é "Vamos refundar a Bolívia"
Pelo menos nossa burritsia terá mais um ídolo para adorar.
Peraí! Parece que li errado.
O correto é "Vamos refundar a Bolívia"
Pelo menos nossa burritsia terá mais um ídolo para adorar.
12 dezembro 2005
Terminator
Schwarzenegger nega clemência a ex-líder de gangue no corredor da morte
Arnold para Tookie: Hasta la vista, baby!
Arnold para o beautiful people: Talk to the hand!
Arnold para Tookie: Hasta la vista, baby!
Arnold para o beautiful people: Talk to the hand!
10 dezembro 2005
Dever de casa
Tá aqui um dever de casa para os fiés leitores deste resmungódromo: usar o método de extrapolação ao absurdo para questionar a argumentação deste artigo.
Nele o autor não questiona o princípio moral do aborto, tentando encontrar algo que o justifique ou o reprove. Sua justificativa para o aborto é:
"Os ricos também têm acesso, caso algum destes métodos falhe, ao aborto seguro feito em clínicas sofisticadas e caras que fazem uso de ultra-som, sedativos, anestesia e adotam as técnicas de sucção de última geração. Raramente uma mulher rica engrossa as estatísticas da mortalidade materna, em primeiro lugar, porque consegue evitar a gravidez indesejada, em segundo lugar, porque tem meios eficazes para realizar a interrupção voluntária da gestação."
Então, basicamente, o ponto central do argumento é: se um grupo consegue praticar um ato (digamos que os valores da sociedade na qual esse grupo vive considere tal ato ilegal) mas consegue fazê-lo burlando a legislação vigente, logo esse ato deve ser liberado para todos os cidadãos.
Vamos levar esse argumento ao absurdo: ricos conseguem resolver conflitos com seus desafetos contratando pistoleiros para assassiná-los de forma limpa que não incrimine os mandantes. Já os pobres, que não têm acesso aos serviços caros dos pistoleiros, ou tem que se submeter aos desafetos ou resolver as diferenças eles mesmos, ficando a mercê do código penal.
Solução: como ricos conseguem praticar o assassinato e sair impunes e os pobres não, o único jeito de garantir essa "cidadania" aos pobres é liberar o assassinato para todos.
Absurdo não? Mas não fui eu quem começou :-)
Eu sou contra o aborto, pró camisinha e pró qualquer outro método anticoncepcional voluntário que exista ou venha a existir. Então por que o autor não reconhece a existência desse grupo intermediário?
"Todavia, tanto a Política de Direitos Sexuais e Reprodutivos quanto o projeto da Comissão Tripartite estão sob ataque do fundamentalismo religioso, que é contra a distribuição de camisinhas, os métodos anticoncepcionais modernos e contra a legalização e a descriminalização do aborto."
Segundo ele, o único grupo que é contra sua proposta ab*rt*sta (censura do revisor, orientada pelo departamento jurídico deste Blog) é o grupo dos fundamentalistas religiosos que querem banir, além do aborto, toda e qualquer forma de método anticoncepcional e, se possível, o consumo de Haagen-Dazs.
Por que não reconhecer que existem pessoas não-católicas que são, por questões de princípios éticos, contra o aborto?
Esquecimento? Lapso? Duvido muito...
Nele o autor não questiona o princípio moral do aborto, tentando encontrar algo que o justifique ou o reprove. Sua justificativa para o aborto é:
"Os ricos também têm acesso, caso algum destes métodos falhe, ao aborto seguro feito em clínicas sofisticadas e caras que fazem uso de ultra-som, sedativos, anestesia e adotam as técnicas de sucção de última geração. Raramente uma mulher rica engrossa as estatísticas da mortalidade materna, em primeiro lugar, porque consegue evitar a gravidez indesejada, em segundo lugar, porque tem meios eficazes para realizar a interrupção voluntária da gestação."
Então, basicamente, o ponto central do argumento é: se um grupo consegue praticar um ato (digamos que os valores da sociedade na qual esse grupo vive considere tal ato ilegal) mas consegue fazê-lo burlando a legislação vigente, logo esse ato deve ser liberado para todos os cidadãos.
Vamos levar esse argumento ao absurdo: ricos conseguem resolver conflitos com seus desafetos contratando pistoleiros para assassiná-los de forma limpa que não incrimine os mandantes. Já os pobres, que não têm acesso aos serviços caros dos pistoleiros, ou tem que se submeter aos desafetos ou resolver as diferenças eles mesmos, ficando a mercê do código penal.
Solução: como ricos conseguem praticar o assassinato e sair impunes e os pobres não, o único jeito de garantir essa "cidadania" aos pobres é liberar o assassinato para todos.
Absurdo não? Mas não fui eu quem começou :-)
Eu sou contra o aborto, pró camisinha e pró qualquer outro método anticoncepcional voluntário que exista ou venha a existir. Então por que o autor não reconhece a existência desse grupo intermediário?
"Todavia, tanto a Política de Direitos Sexuais e Reprodutivos quanto o projeto da Comissão Tripartite estão sob ataque do fundamentalismo religioso, que é contra a distribuição de camisinhas, os métodos anticoncepcionais modernos e contra a legalização e a descriminalização do aborto."
Segundo ele, o único grupo que é contra sua proposta ab*rt*sta (censura do revisor, orientada pelo departamento jurídico deste Blog) é o grupo dos fundamentalistas religiosos que querem banir, além do aborto, toda e qualquer forma de método anticoncepcional e, se possível, o consumo de Haagen-Dazs.
Por que não reconhecer que existem pessoas não-católicas que são, por questões de princípios éticos, contra o aborto?
Esquecimento? Lapso? Duvido muito...
06 dezembro 2005
Uhuu!
Segundo William Bonner, o telespectador do telejornal Jornal Nacional se parece muito com o Homer Simpson porque, segundo pessoas que testemunharam a comparação, 'teria dificuldade de entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).'
Numa das raras vezes em que a gente concorda com a opinião de um global, ele vem e retira o que disse. Mas a desculpa ficou totalmente esfarrapada:
"Jamais tive informação de que alguém guardasse imagem tão preconceituosa, tão negativa do personagem."
Só você! Tem certeza que você já viu Os Simpons?
E ainda:
"Na nota divulgada hoje, Bonner afirmou que usou o exemplo do personagem Homer, pois ele representa um pai de família, um trabalhador conservador, sem curso superior, que após uma jornada de trabalho, quer ter acesso às notícias mais relevantes do dia de forma clara e objetiva. Segundo o jornalista, em nenhum momento, ele pensou no personagem de maneira preconceituosa."
Homer trabalhador? Interessado por notícias? Fala sério, Bonner!
Numa das raras vezes em que a gente concorda com a opinião de um global, ele vem e retira o que disse. Mas a desculpa ficou totalmente esfarrapada:
"Jamais tive informação de que alguém guardasse imagem tão preconceituosa, tão negativa do personagem."
Só você! Tem certeza que você já viu Os Simpons?
E ainda:
"Na nota divulgada hoje, Bonner afirmou que usou o exemplo do personagem Homer, pois ele representa um pai de família, um trabalhador conservador, sem curso superior, que após uma jornada de trabalho, quer ter acesso às notícias mais relevantes do dia de forma clara e objetiva. Segundo o jornalista, em nenhum momento, ele pensou no personagem de maneira preconceituosa."
Homer trabalhador? Interessado por notícias? Fala sério, Bonner!
05 dezembro 2005
Pois é...
É bom saber que há cabeças pensantes na editoria de economia do Globo:
"Repercutiram muito os números da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados há poucos dias. Fãs de Robin Hood disseram que os ricos pioraram e que os pobres melhoraram. A queda do índice de Gini mereceu aplausos. Percebi alguns equívocos e me obrigo a nadar contra essa correnteza."
(...)
"Minha interpretação sobre os números da PNAD é pessimista. Desde 1995, o Brasil está depauperando a classe média, conforme mostra o gráfico. Justamente a classe que era capaz de consumir mais e, assim, gerar empregos tanto para os miseráveis quanto para os remediados."
Mauro Halfeld (O Globo, 05/12/2005)
"Repercutiram muito os números da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados há poucos dias. Fãs de Robin Hood disseram que os ricos pioraram e que os pobres melhoraram. A queda do índice de Gini mereceu aplausos. Percebi alguns equívocos e me obrigo a nadar contra essa correnteza."
(...)
"Minha interpretação sobre os números da PNAD é pessimista. Desde 1995, o Brasil está depauperando a classe média, conforme mostra o gráfico. Justamente a classe que era capaz de consumir mais e, assim, gerar empregos tanto para os miseráveis quanto para os remediados."
Mauro Halfeld (O Globo, 05/12/2005)
Jeitinho brasileiro
"Quando o oportunismo imediatista é percebido como a regra do jogo, cada um se defende como pode. Mas ao tentar agarrar aqui e ali a sua vantagem particular e o seu prazer imediato, ao transgredir e ignorar sempre que for conveniente as leis e normas impessoais de uma convivência civilizada, as partes terminam involuntariamente criando um monstro coletivo que não esperavam - um todo social hostil, no qual elas não se reconhecem e que se abate sobre as suas vidas com a fatalidade inocente de uma catátrofe natural.
O sentimento sincero e generalizado de cada uma das partes quando olha para si própria e ao redor de si é o de que ela não tem nada a ver com o mal que percebe à sua volta. O mal que ela encontra fora de si, contudo, não passa no fundo do resultado agregado de uma miríade de ações divergentes, cada uma delas minúscula em si mesma diante do todo social, mas conjuntamente e ao longo do tempo poderosas o suficiente para erodir o estoque de confiança interpessoal e configurar um quadro de incerteza, adversidade e violência que, se não chega a arruinar por completo, seguramente prejudica e empobrece de forma sensível o relacionamento humano na vida prática e efetiva."
Eduardo Giannetti, Auto-engano
O sentimento sincero e generalizado de cada uma das partes quando olha para si própria e ao redor de si é o de que ela não tem nada a ver com o mal que percebe à sua volta. O mal que ela encontra fora de si, contudo, não passa no fundo do resultado agregado de uma miríade de ações divergentes, cada uma delas minúscula em si mesma diante do todo social, mas conjuntamente e ao longo do tempo poderosas o suficiente para erodir o estoque de confiança interpessoal e configurar um quadro de incerteza, adversidade e violência que, se não chega a arruinar por completo, seguramente prejudica e empobrece de forma sensível o relacionamento humano na vida prática e efetiva."
Eduardo Giannetti, Auto-engano
04 dezembro 2005
Twilight Zone
É onde tenho a sensação de viver quando leio que alguém montou uma "uma linha de roupas e acessórios especial para prostitutas" e vai comercializar os produtos numa loja sutilmente chamada Daspu.
Os donos da Daslu reagiram entrando na justiça, mas vem briga por aí. A fundadora da "rede brasileira de prostitutas" (what the hell is that?) promete manter a marca:
"- É porque é uma grife de prostitutas. Eles dizem que estamos sujando o nome deles e que 'é um deboche da marca que visou denegrir a imagem da Daslu usufruindo do renome'. Por que estamos sujando o nome deles? Porque somos prostitutas?"
Não querida, é porque vocês são freiras!
Os donos da Daslu reagiram entrando na justiça, mas vem briga por aí. A fundadora da "rede brasileira de prostitutas" (what the hell is that?) promete manter a marca:
"- É porque é uma grife de prostitutas. Eles dizem que estamos sujando o nome deles e que 'é um deboche da marca que visou denegrir a imagem da Daslu usufruindo do renome'. Por que estamos sujando o nome deles? Porque somos prostitutas?"
Não querida, é porque vocês são freiras!
Terrorismo e o beautiful people
Dois filmes serão lançados brevemente tendo terroristas homens-bomba como personagens principais. Segundo a notícia, os filmes "prometem gerar polêmica por não fazerem pré-julgamentos". Vejamos:
"Para o diretor palestino, todas essas histórias de virgens à espera dos que morrem pela causa não passam de cerimônia religiosa — a escolha pelo atentado suicida é motivada pela impotência diante de uma situação de humilhação quotidiana.
É essa a mesma tese de 'Syriana', que mostra o jovem paquistanês Wasim buscando no radicalismo islâmico um refúgio contra os maus-tratos infringidos a imigrantes como ele e o pai."
Aparentemente os únicos que os filmes não pré-julgam são os terroristas, porque suas vítimas já receberam a sentença.
"Para o diretor palestino, todas essas histórias de virgens à espera dos que morrem pela causa não passam de cerimônia religiosa — a escolha pelo atentado suicida é motivada pela impotência diante de uma situação de humilhação quotidiana.
É essa a mesma tese de 'Syriana', que mostra o jovem paquistanês Wasim buscando no radicalismo islâmico um refúgio contra os maus-tratos infringidos a imigrantes como ele e o pai."
Aparentemente os únicos que os filmes não pré-julgam são os terroristas, porque suas vítimas já receberam a sentença.
Desigualdade
A colunista do Globo comemora na edição de hoje:
"A desigualdade caiu, com crescimento ou sem crescimento, desde 2001 e isso produziu um resultado que é, de fato, fascinante e histórico."
Entretanto ela mesmo dá dicas de como isso se deu:
"Encolheu a desigualdade no mercado de trabalho entre qualificados e não qualificados. Como houve uma oferta crescente de trabalhador qualificado nos últimos anos, isso reduziu o prêmio da qualificação. No Brasil, esse prêmio era 60% mais alto que em outros países e agora está se reduzindo."
Essa é a armadilha que nos oferecem aqueles que prometem lutar contra a desigualdade: não houve necessariamente um aumento da renda das classes mais baixas e sim uma redução na renda daqueles que ganhavam mais.
Como o país está preso num verdadeiro atoleiro, não há capacidade para assimilar os profissionais qualificados (vamos admitir que aqueles que terminam a faculdade sejam realmente qualificados) que são despejados no mercado anualmente. Como a oferta de mão de obra aumenta e a demanda - na mais otimista das hipóteses - continua estável, o preço de equilíbrio do trabalho, o salário, despenca.
Como achar que isso é algo positivo?
Todos, absolutamente todos, os governos que buscaram a igualdade social só fizeram nivelar todos por baixo. Será que a realidade, como diria Thomas Sowell, é opcional?
Igualdade plena - por cima - não existe. Pessoas têm diferentes talentos, aptidões e determinação de buscar seus objetivos. Tudo que um governo deveria fazer para que as pessoas aplicassem plenamente seus talentos em busca da melhoria contínua do padrão de vida nenhum governo até hoje fez: investir em educação, deixar a economia fluir e garantir um ambiente estável o bastante para que isso ocorra.
"A desigualdade caiu, com crescimento ou sem crescimento, desde 2001 e isso produziu um resultado que é, de fato, fascinante e histórico."
Entretanto ela mesmo dá dicas de como isso se deu:
"Encolheu a desigualdade no mercado de trabalho entre qualificados e não qualificados. Como houve uma oferta crescente de trabalhador qualificado nos últimos anos, isso reduziu o prêmio da qualificação. No Brasil, esse prêmio era 60% mais alto que em outros países e agora está se reduzindo."
Essa é a armadilha que nos oferecem aqueles que prometem lutar contra a desigualdade: não houve necessariamente um aumento da renda das classes mais baixas e sim uma redução na renda daqueles que ganhavam mais.
Como o país está preso num verdadeiro atoleiro, não há capacidade para assimilar os profissionais qualificados (vamos admitir que aqueles que terminam a faculdade sejam realmente qualificados) que são despejados no mercado anualmente. Como a oferta de mão de obra aumenta e a demanda - na mais otimista das hipóteses - continua estável, o preço de equilíbrio do trabalho, o salário, despenca.
Como achar que isso é algo positivo?
Todos, absolutamente todos, os governos que buscaram a igualdade social só fizeram nivelar todos por baixo. Será que a realidade, como diria Thomas Sowell, é opcional?
Igualdade plena - por cima - não existe. Pessoas têm diferentes talentos, aptidões e determinação de buscar seus objetivos. Tudo que um governo deveria fazer para que as pessoas aplicassem plenamente seus talentos em busca da melhoria contínua do padrão de vida nenhum governo até hoje fez: investir em educação, deixar a economia fluir e garantir um ambiente estável o bastante para que isso ocorra.
03 dezembro 2005
Le Pen’s Revenge
Eu gosto muito do estilo do Taki.
Ele deve ser odiado pela zelite da Zoropa por escrever coisas como esta :
"Needless to say, now the chickens have come home to roost, and the more cars the Arabs burn in the land of cheese, the better I like it. Le Pen’s notoriety stems from his opposition to Arab immigration since the end of the Algerian war in 1962. Born in between the wars, he lost his father by a mine in 1942 and was brought up in extreme poverty. He joined the Foreign Legion, fought in Indochina, and then became a member of the French parliament at an early age. When France sent troops to Algeria to suppress the Arab revolt, he resigned his seat and joined the paratroopers. In 1973, he created the National Front and has slowly seen it rise to become the third party in France despite the unholy alliance between Right and Left to keep it off the ballot.
Although portrayed as a monster by the media, Le Pen is a charming, courteous, courageous, and extremely well-read man. He was a friend of my father’s, and we were honored to have him stay with us in Athens 15 years ago. I remember him saying that France, unlike the United States, drew valueless immigrants from North Africa, who came over mostly for the social benefits. Successive French governments have insisted that immigration is needed to make up for shortfalls of nurses and doctors and other professionals. This, of course, is a Goebbels-like lie.
When Jean-Marie Le Pen said Muslim immigration was out of control, he was shouted down by the same people who are now saying that it’s not immigration that has failed, but integration. France has the largest foreign-born population in Europe, more than 10 percent. Yet the rioters who have been arrested up to now are nearly all the sons and grandsons of immigrants, who despite having been born in France 'feel and act Arab.' This means that they grow more estranged from the community with each passing year, less assimilated than their parents, and more determined to retain the language and the customs of their fathers and grandfathers. This phenomenon has been encouraged by the multiculturalism that has been embraced by the European Union and the rest of the bureaucrooks who run the old continent."
Ele deve ser odiado pela zelite da Zoropa por escrever coisas como esta :
"Needless to say, now the chickens have come home to roost, and the more cars the Arabs burn in the land of cheese, the better I like it. Le Pen’s notoriety stems from his opposition to Arab immigration since the end of the Algerian war in 1962. Born in between the wars, he lost his father by a mine in 1942 and was brought up in extreme poverty. He joined the Foreign Legion, fought in Indochina, and then became a member of the French parliament at an early age. When France sent troops to Algeria to suppress the Arab revolt, he resigned his seat and joined the paratroopers. In 1973, he created the National Front and has slowly seen it rise to become the third party in France despite the unholy alliance between Right and Left to keep it off the ballot.
Although portrayed as a monster by the media, Le Pen is a charming, courteous, courageous, and extremely well-read man. He was a friend of my father’s, and we were honored to have him stay with us in Athens 15 years ago. I remember him saying that France, unlike the United States, drew valueless immigrants from North Africa, who came over mostly for the social benefits. Successive French governments have insisted that immigration is needed to make up for shortfalls of nurses and doctors and other professionals. This, of course, is a Goebbels-like lie.
When Jean-Marie Le Pen said Muslim immigration was out of control, he was shouted down by the same people who are now saying that it’s not immigration that has failed, but integration. France has the largest foreign-born population in Europe, more than 10 percent. Yet the rioters who have been arrested up to now are nearly all the sons and grandsons of immigrants, who despite having been born in France 'feel and act Arab.' This means that they grow more estranged from the community with each passing year, less assimilated than their parents, and more determined to retain the language and the customs of their fathers and grandfathers. This phenomenon has been encouraged by the multiculturalism that has been embraced by the European Union and the rest of the bureaucrooks who run the old continent."
Freakonomics, versão brazuca
Deu no Anselmo Gois esta semana (uma cópia da coluna pode ser encontrada aqui):
"O comércio de GLP, gás de cozinha, caiu este ano quase 2%. Uma das causas da desaceleração é a proliferação de 'gatos' de luz nas favelas. É que fica mais em conta, claro, cozinhar em microondas."
"O comércio de GLP, gás de cozinha, caiu este ano quase 2%. Uma das causas da desaceleração é a proliferação de 'gatos' de luz nas favelas. É que fica mais em conta, claro, cozinhar em microondas."
Sowell's random thoughts
"It is usually futile to try to talk facts and analysis to people who are enjoying a sense of moral superiority in their ignorance."
Thomas Sowell
Thomas Sowell
Santa ironia!
Não dá para ler uma notícia dessas sem que um risinho maroto surja no canto da boca:
"Funcionários da sede do Partido dos Trabalhadores declararam greve ontem em São Paulo cruzaram os braços devido ao não cumprimento de uma máxima da legenda: os direitos trabalhistas. Os empregados reclamam que ainda não receberam os salários do mês de novembro, conforme informou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), sem entretanto, dizer quantos aderiram à greve."
"Funcionários da sede do Partido dos Trabalhadores declararam greve ontem em São Paulo cruzaram os braços devido ao não cumprimento de uma máxima da legenda: os direitos trabalhistas. Os empregados reclamam que ainda não receberam os salários do mês de novembro, conforme informou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), sem entretanto, dizer quantos aderiram à greve."
Eta mundinho pequeno, sô!
"Pior para o Santo Padre, e para os católicos, que deixarão de contar com a presença iluminada de uma das vozes mais bonitas, mundialmente consagrada (...)"
Pérola do estilista e dublê de teólogo Carlos Tufvensson, publicada hoje no Globo. O texto todo é non-sense, mesmo para não-católicos como eu, mas dizer que a Daniela Mercury é mundialmente consagrada superou todo o resto.
Pérola do estilista e dublê de teólogo Carlos Tufvensson, publicada hoje no Globo. O texto todo é non-sense, mesmo para não-católicos como eu, mas dizer que a Daniela Mercury é mundialmente consagrada superou todo o resto.
01 dezembro 2005
O progresso do erro
Mais um brilhante artigo do Alceu Garcia, inegavelmente um dos mais destacados articulistas da Internet. Pena que nenhum jornal impresso se anime de publicar seus textos.
"É verdade que o padrão de vida das massas se elevou tremendamente nos últimos séculos, mas isso ocorreu apesar do progressismo, não por causa dele. A causa foi o capitalismo, o sistema econômico fundado no direito natural de propriedade, nas trocas, na acumulação de capital, na divisão do trabalho, na moeda, na soberania do consumidor e na incorporação de novas técnicas produtivas. Este, sim, foi um grande progresso. Mas, como seria de esperar, os progressistas odeiam o capitalismo."
"É verdade que o padrão de vida das massas se elevou tremendamente nos últimos séculos, mas isso ocorreu apesar do progressismo, não por causa dele. A causa foi o capitalismo, o sistema econômico fundado no direito natural de propriedade, nas trocas, na acumulação de capital, na divisão do trabalho, na moeda, na soberania do consumidor e na incorporação de novas técnicas produtivas. Este, sim, foi um grande progresso. Mas, como seria de esperar, os progressistas odeiam o capitalismo."
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