A aberração em pauta partiu de um campeão em cometê-las, o economista Márcio Pochmann, presidente do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada -, que, depois de, em seu discurso de posse, ter declarado que o Estado brasileiro seria “raquítico” e de, uma vez no cargo, ter iniciado um expurgo a que podemos chamar de “petetização” do IPEA, saiu-se, na semana passada, com esta asneira, digna de figurar entre as maiores tolices já pronunciadas por uma figura pública: “Não há, do ponto de vista técnico, motivo para alguém trabalhar mais do que quatro horas por dia durante três dias por semana”...
Ponto de vista “técnico”? Tamanha jericada teria que suscitar, naturalmente, reações indignadas por parte de quem, por bons princípios e por experiência, sabe que o trabalho é essencial para o homem. Assim, por exemplo, reagiu o jornalista Reinaldo Azevedo à parvoíce do ex-secretário da ex-prefeita Marta Suplicy - colocado no IPEA, ao que tudo indica, para estragá-lo: “Pochmann é um daqueles casos em que o trabalho conta como massa negativa. Se ele trabalhar a metade, renderá sempre o dobro. O ideal, de fato, é que não faça nada para que atinja a produtividade 100”.
Azevedo, a meu ver, foi bondoso com o economista. Um sujeito que profere um absurdo desses não pode possuir princípios morais que o capacitem sequer a chupar um picolé, quanto mais a ocupar a presidência de uma instituição séria como sempre foi o IPEA! Compôs o petista, da maneira mais errada possível, um hino à vagabundagem, ao mesmo tempo em que demonstrou que entende tanto de economia quanto um asno sonolento de equações diferenciais, e que conhece tanto de história quanto uma pulga pululante de mecânica quântica...
06 janeiro 2008
Ubiratan esculachou
O Ubiratan Iorio não deixou nem caco do Pochmann para contar a história...