O ministro da Justiça, Tarso Genro, já anunciou o seu. Até o fim do mês, vai lançar o remédio ao qual toda autoridade recorre na emergência: pacote. O tal pacote deve prever penas mais duras, talvez até com o polêmico confisco do carro do reincidente. Seria ótimo se funcionasse, mas o problema brasileiro no trânsito, como em tudo o que se refere ao crime, está onde sempre esteve: na impunidade. No país onde é preciso repetir o óbvio, é óbvio que pena mais dura nunca resolveu nada. Fosse assim, pena de morte seria barbárie, mas eficaz, e não é. O que combate a impunidade é uma coisa singela: punição. Pode até ser pequena, mas tem de existir.
Poucos parágrafos depois, após falar sobre um caso de atropelamento:
Num caso recente, alguém apostaria um vintém na prisão do promotor Wagner Juarez Grossi? Em outubro passado, o promotor atropelou e matou um casal e uma criança de 7 anos em Araçatuba, no interior paulista. Estava com "embriaguez moderada". Se pegar menos de quatro anos de prisão, Gross não irá para a cadeia. Será triplo homicídio punido com serviços à comunidade.
Ora, afinal de contas a punição deve ser dura ou "pode até ser pequena, mas tem que existir"?
Decida-se, por favor.
Se o promotor for condenado a trabalhos comunitários, aí estará a punição pequena que você disse funcionar perfeitamente no primeiro trecho. Não vejo motivo para tanta indignação.
Isso é o que acontece quando você realmente presta atenção no que esse pessoal fala... Pfui!