Interrompemos o recesso para comentar os acontecimentos recentes no Líbano.
Hoje vemos o maior exemplo do que vem a ser Guerra Assimétrica:
"Objetivo da Guerra Assimétrica
Como já vimos, o objetivo da guerra é impor uma vontade. De forma mais clara, o objetivo da guerra assimétrica é o mesmo da guerra irregular, ou seja, exaurir o inimigo, desgastá- lo internamente, de tal modo, que com o correr do tempo, ele estará enfraquecido de tal forma, não só física como psicologicamente, que se mostrará incapaz de uma volição política. O objetivo central é a imobilização operacional do adversário. A imobilização do adversário significa sempre numa guerra o começo da vitória. Assim o é também na guerra assimétrica.
Ao término da guerra assimétrica se tem muito mais uma vitória política do que uma vitória militar. A guerra assimétrica é muito mais a guerra do político. Por isso, quem conduzir uma guerra assimétrica deve procurar evitar teste diretos de poder e buscar, ao invés disso, tirar a estabilidade, surpreender, exaurir o adversário, para desequilibrá- lo. O seu maior objetivo deve ser o de mitigar intelectual e moralmente o adversário."
(...)
"Sabemos que toda arma tem um alvo adequado. A guerra assimétrica não oferece alvos a um dos lados e oferece qualquer oportunidade como alvo ao outro. Em função disso, em um dos lados há muita dificuldade no emprego de determinados tipos de armas militares e no outro há a ampla possibilidade de se empregar qualquer facilidade como arma."
(...)
"Na verdade, do lado dos militantes, todos são passíveis de serem classificados como militantes potenciais, portanto, não é fácil estabelecer uma clara divisão entre militantes e não militantes. Todavia, os militantes podem ser divididos entre:
Militantes atuantes; e
Militantes simpatizantes.
Os atuantes são aqueles que lutam na guerra assimétrica. Os atuantes se inserem no meio dos simpatizantes. São como sal se diluindo na água. Os atuantes formam os chamados grupos de ação e são os participantes dos núcleos ou das células que se envolvem diretamente nas ações de combate. Quanto menor for efetivo dos atuantes e quanto menor apoio possuírem na população, melhores e mais bem treinados devem ser os grupos de ação.
Os simpatizantes se dividem em simpatizantes ativos e simpatizantes passivos. Os simpatizantes ativos se envolvem no apoio às ações de luta. Os simpatizantes passivos só exercem sua ação pela empatia que demonstram com os demais militantes, ao adotarem uma posição de ausência sensitiva do processo: nada vêem, nada ouvem e nada falam. Há uma fluidez de posição ao longo do combate entre atuantes e simpatizantes e nestes entre simpatizantes ativos e passivos. Uns passam a ser outros e vice-versa com o correr do tempo."
(...)
"A simpatia da população é sem dúvida o melhor disfarce que os militantes possuem, mas, essa simpatia não substitui o terreno nem as condições populacionais adequadas. Duas áreas são extremamente propícias à guerra assimétrica e à guerra irregular. Estas áreas são as áreas de baixíssima densidade populacional, que impedem a observação ou tornam o reconhecimento no mínimo improvável, e as áreas de altíssima densidade onde pequenos grupos ou indivíduos são absorvidos ou engolidos pela coletividade."
(...)
"O soldado está preso às convenções da guerra e o militante está liberto de tudo, que não as regras de sua luta."
E assim vai... Vale a pena ler o documento todo.
PS: Por lar em guerra assimétrica, os mísseis do Rebolá devem ser de segunda categoria porque não vi nenhuma foto de um israelense morto até agora. Sai uma nota ou outra no jornal mas quem me garante que não é notícia plantada pelo governo de Israel? Hein? Hein?