06 maio 2006

Evolucionismo: O estado atual da questão

Texto bem interessante.

Eis a conclusão:

"Chegados a este ponto, resta formular a pergunta: se a explicação darwinista ou neodarwinista não é correta, então como se explica a evolução? E a resposta é sumamente simples: ainda não sabemos.

Com essa afirmação, não se quer afirmar que não tenhamos nem a mais remota idéia de onde possa vir a explicação. De fato sabemos muitas coisas soltas, não somente de tipo paleontológico, como também a respeito de questões genéticas, de parentescos entre as diversas espécies, de paleometabolismo, etc. Embora não tenhamos ainda uma explicação que reúna tudo isso num corpo coerente, não se pode dizer que não sabemos nada.

Também sabemos com bastante certeza que a explicação darwinista não é verdadeira, quais são as observações que nos permitem refutá-la e quais as dificuldades metodológicas envolvidas nesse assunto. Dizer que não podemos ainda explicar a evolução pode parecer uma afirmação que nos deixa no vazio, mas não é assim; não equivale a não saber nada: equivale a dizer que se sabe, e muito! Mas trata-se de um conhecimento ao qual nem todos os biólogos conseguem chegar, ou por causa dos defeitos de método acima mencionados, ou porque foge em parte do seu campo de atuação, ou ainda por outras razões. Todo esse conhecimento é orientador de futuras pesquisas, e não uma porta fechada diante de nós.

O que está claro é que o medo de ficar sem um marco de idéias em que encaixar os dados que possuímos não nos deve inibir de repudiar o darwinismo, pois a sua aceitação desorienta a pesquisa posterior: em questões de dinâmica das populações, sobre a importância de outros fatores no processo seletivo e em questões de genética. Tudo por causa da mentalidade darwinista de considerar o acaso como causa. O neodarwinismo de fato tende a concentrar o seu trabalho unicamente em desvendar como os genes causam a forma (o que é uma visão parcial), em considerar a pressão ambiental sobre as espécies e em tentar identificar quais condutas que são favoráveis ou prejudiciais à sobrevivência.

Enquanto predominar o darwinismo, uma questão básica permanecerá sem ser investigada: por que aparecem novos padrões morfológicos nos seres vivos? Do ponto de vista científico, tais padrões são a única coisa tangível que pode ser verificada numa nova espécie, e é justamente este ponto-chave que o darwinismo abandona e deixa de estudar, relegando a sua causa ao simples acaso. Trata-se evidentemente de um ponto que sugere muitas pesquisas importantes em embriologia e em outras disciplinas, e é por isso que rejeitar o darwinismo não implica apenas fechar certas portas: também abre muitas outras.

Uma vez explicada a origem das novas formas dos seres vivos, será possível abordar a questão da causa de que umas desapareçam e outras sobrevivam. Mas essa é uma questão sobre o crivo posterior a que são submetidas umas formas que já existem: o próprio crivo não explica de modo algum a existência dessas formas. Ao estudar a evolução – insisto –, o que nos interessa é a origem das formas: sobre isso o darwinismo nada disse neste último século e meio."