31 janeiro 2009

Elas vs eles

A lei assinada pelo recém-empossado presidente estadunidense (calma, só que queria saber qual a sensação de escrever esta palavra ridícula) que iguala - sabe-se lá Deus como! - salários de homens e mulheres levanta discussões interessantes.

De posse de algumas estatísticas é quase impossível não chegar à conclusão de que o mercado de trabalho, por alguma razão irracional, adora discriminar mulheres sem nenhum motivo aparente.

Mas será que o que ocorre é isso mesmo? Veja bem, HÁ uma discriminação na maioria dos setores sim, mas num setor específico, por exemplo, isso não é verdade. Aliás, é exatamente o contrário. Se não há uma sistemática discriminação contra as mulheres em todos os setores é possível que haja motivos racionais para uma empresa atribuir menor valor ao trabalho de uma mulher. Mas este tipo de discussão está proibida atualmente. Sabemos que a única comparação aceitável entre homens e mulheres é aquela que atesta a superiodade delas sobre nós, pobres portadores de pênis. Mas isso é papo para outro post.

Voltando ao assunto, não sei onde li isso - acho que uma googleada resolve, mas tô com preguiça - mas atrizes pornôs ganham muito mais que seus parceiros de filme. Ora, discriminação contra os homens? Claro que sim e faz muito sentido: quem consome este tipo de produto não está interessado nos dotes masculinos. A estrela, se assim podemos dizer, é a mulher. O homem não passa de mero acessório.

Creio que este não dever ser o único nicho onde mulheres são mais valorizadas que homens. O mercado de modelos talvez seja a mesma coisa.

Em relação mercado de trabalho normal, quem trabalha em atividades onde a força física não é necessária sabe que há mulheres que ganham mais que homens desempenhando a mesma função. E isso acontece porque aquelas mulheres especificamente são mais produtivas naquele determinado setor e não porque seus gerentes sejam mais conscientes da igualdade entre os gêneros. As mulheres estúpidas continuam ganhando menos que homens e mulheres competentes.

Sei que é difícil para burocratas e acadêmicos que nunca saem de seus gabinetes imaginarem isso, mas há todo um mundo voltado para produção de bens e serviços onde a eficiência é recompensada e a ineficência é punida severamente.

Nesses meus mais de vinte anos de trabalho nunca vi nenhum gerente disposto a botar o seu fiofó na reta para se manter fiel a seus preconceitos (o que não quer dizer que não haja empresas que permitam que cada gerente faça do seu setor o seu feudo). Há quem reclame que "empresas só vêem números." Isso pode ser uma boa coisa já que números não têm raça, gênero, orientação sexual, religião...

Em todo caso, é irônico que alguns dos maiores beneficiados pelo Ato Lilly Ledbetter - se ele puder ser aplicado na prática - sejam os atores pornôs ou modelos masculinos. Peculiaridades de uma lei cujo objetivo único é a demagogia barata.