31 janeiro 2009

O homem tem um problema com o superlativo

Olavão descobriu um texto do Obaminha onde há erros incríveis de concordância e mau uso do comparitvo no lugar do superlativo.


Em “Breaking the War Mentality”, publicado na revista da Universidade Columbia, Sundial, em março de 1983, Obama escreve: “The belief that moribund institutions, rather than individuals are at the root of the problem, keep SAM's energies alive.” O sujeito singular belief não concorda com o verbo keep no plural, e a virgulação não faz o menor sentido. Mais adiante, ele confunde o superlativo com o comparativo: “Our better instincts can at least match the bad ones” – better em vez de best. E ainda: “SAM casts a wider net than ARA, though for the purposes of effectiveness, they have tried to lock in on one issue at a time” – o sujeito singular da oração principal torna-se plural na oração subordinada. Há vários outros erros pueris nesse em outros artigos, só igualados, em matéria de inépcia gramatical, pela tese da Sra. Obama em Harvard.

De fato, há outros erros de concordância no estilo "se o sujeito se afasta demais do verbo, danou-se". Não precisam crer em mim. Eu não cri no filósofo e fui catar.

Mas, bem, isso era em 1983, pensei. Talvez ele tenha melhorado. Hmm...

Tava lendo hoje um outro artigo sobre Obaminha e como ele vai contra tudo que os Founding Fathers pensavam quando da declaração da independência dos EUA e me deparei com esse trecho de seu discurso na Filadélfia:


What is required is the same perseverance and idealism that our founders displayed. What is required is a new declaration of independence, not just in our nation, but in our own lives -- from ideology and small thinking, prejudice and bigotry -- an appeal not to our easy instincts but to our better angels.

Bem, o inglês não é minha língua nativa, mas eu poderia jurar que, na parte grifada, deveria vir o superlativo "best" (melhor) e não o comparativo "better".

Tirar onda de primeiro mundo

É o que dez entre dez líderes de republiquetas gostam de fazer quando seus buracos, geograficamente definidos como países, sediam eventos esportivos.

Tal e qual aquele pessoal que, no dia da visita, da uma "guaribada" na casa para ela ficar jeitosinha. Depois que a visita vai embora, business as usual, e a casa volta a ser o chiqueiro de sempre.

Sim, claro que também estou falando dos complexos esportivos construídos no Rio de Janeiro para o Pan 2007. Mas o Brasil não é a única republiqueta que há por aí (essa vai na íntegra, com grifos meus):

BEIJING (AP)—The area around Beijing’s massive Bird’s Nest stadium will be turned into a shopping and entertainment complex in three to five years, a state news agency said Friday.

Officially known as Beijing National Stadium, the showpiece of the Beijing Olympics has fallen into disuse since the end of the games. Paint is already peeling in some areas, and the only visitors these days are tourists who pay about $7 to walk on the stadium floor and browse a pricey souvenir shop.

Plans call for the $450 million stadium to anchor a complex of shops and entertainment outlets in three to five years, Xinhua News Agency reported, citing operator Citic Group. The company will continue to develop tourism as a major draw for the Bird’s Nest, while seeking sports and entertainment events.

The only confirmed event at the 91,000-seat stadium this year is Puccini’s opera “Turandot,” set for Aug. 8—the one-year anniversary of the Olympics’ opening ceremony. The stadium has no permanent tenant after Beijing’s top soccer club, Guo’an, backed out of a deal to play there.

Details about the development plans were not available. A person who answered the phone at Citic Group on Friday said offices were closed for the Chinese New Year holiday.

A symbol of China’s rising power and confidence, the stadium, whose nickname described its lattice of exterior steel beams, may never recoup its hefty construction cost, particularly amid a global economic slump. Maintenance of the structure alone costs about $8.8 million annually, making it difficult to turn a profit, Xinhua said.

É esse o buraco que os especialistas dizem que será a grande potência em breve?

Santo remédio

Como Obaminha pretende resolver a crise financeira causada pelas hipotecas dadas a quem não podia pagar?

Com mais hipotecas dadas a quem não pode pagar?

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou nesse sábado (31), em seu pronunciamento semanal, que o governo deverá anunciar em breve um plano para ajudar a baratear os custos das hipotecas, "reviver" o sistema financeiro e restaurar o crédito. A nova estratégia, segundo o presidente, será anunciada "em breve" pelo secretário do Tesouro, Tim Geithner. "Nós ajudaremos a reduzir os custos das hipotecas e estender empréstimos a pequenos negócios, para que eles possam criar empregos", afirmou Obama.

É isso mesmo?

Elas vs eles

A lei assinada pelo recém-empossado presidente estadunidense (calma, só que queria saber qual a sensação de escrever esta palavra ridícula) que iguala - sabe-se lá Deus como! - salários de homens e mulheres levanta discussões interessantes.

De posse de algumas estatísticas é quase impossível não chegar à conclusão de que o mercado de trabalho, por alguma razão irracional, adora discriminar mulheres sem nenhum motivo aparente.

Mas será que o que ocorre é isso mesmo? Veja bem, HÁ uma discriminação na maioria dos setores sim, mas num setor específico, por exemplo, isso não é verdade. Aliás, é exatamente o contrário. Se não há uma sistemática discriminação contra as mulheres em todos os setores é possível que haja motivos racionais para uma empresa atribuir menor valor ao trabalho de uma mulher. Mas este tipo de discussão está proibida atualmente. Sabemos que a única comparação aceitável entre homens e mulheres é aquela que atesta a superiodade delas sobre nós, pobres portadores de pênis. Mas isso é papo para outro post.

Voltando ao assunto, não sei onde li isso - acho que uma googleada resolve, mas tô com preguiça - mas atrizes pornôs ganham muito mais que seus parceiros de filme. Ora, discriminação contra os homens? Claro que sim e faz muito sentido: quem consome este tipo de produto não está interessado nos dotes masculinos. A estrela, se assim podemos dizer, é a mulher. O homem não passa de mero acessório.

Creio que este não dever ser o único nicho onde mulheres são mais valorizadas que homens. O mercado de modelos talvez seja a mesma coisa.

Em relação mercado de trabalho normal, quem trabalha em atividades onde a força física não é necessária sabe que há mulheres que ganham mais que homens desempenhando a mesma função. E isso acontece porque aquelas mulheres especificamente são mais produtivas naquele determinado setor e não porque seus gerentes sejam mais conscientes da igualdade entre os gêneros. As mulheres estúpidas continuam ganhando menos que homens e mulheres competentes.

Sei que é difícil para burocratas e acadêmicos que nunca saem de seus gabinetes imaginarem isso, mas há todo um mundo voltado para produção de bens e serviços onde a eficiência é recompensada e a ineficência é punida severamente.

Nesses meus mais de vinte anos de trabalho nunca vi nenhum gerente disposto a botar o seu fiofó na reta para se manter fiel a seus preconceitos (o que não quer dizer que não haja empresas que permitam que cada gerente faça do seu setor o seu feudo). Há quem reclame que "empresas só vêem números." Isso pode ser uma boa coisa já que números não têm raça, gênero, orientação sexual, religião...

Em todo caso, é irônico que alguns dos maiores beneficiados pelo Ato Lilly Ledbetter - se ele puder ser aplicado na prática - sejam os atores pornôs ou modelos masculinos. Peculiaridades de uma lei cujo objetivo único é a demagogia barata.

Sowell

Thomas Sowell faz uma boa pergunta - e a responde - neste artigo: What Are They Buying?

Chute

O cargo de "Presidente do Mundo", que Obaminha tanto deseja, é um mandato de apenas 4 anos.

Se ele enveredar pelo caminho que está indicando seguir acho que não emplaca um segundo termo.

Colou?

Não? Então desfaz a merda e pensa em outra.

Aquilo a que todos brazucas estamos acostumados desde sempre (intensificou-se no governo atual, é verdade, mas sempre foi um traço nosso) os americanos - e, por tabela, o mundo - vão experimentar, aparentemente em doses maciças, neste governo Obama: decisões impensadas revertidas pela gritaria geral de um ou outro grupo.

Agora foi o aço. Obaminha baixou uma determinação, condicionando o recebimento de recursos do pacote anticrise à não importação de aço. Sindicatos aplaudiram, mas o mundo chiou e chiou feio.

Aí, depois de baixada a determinação, é que a Casa Branca me vem com essa:

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse, nesta sexta-feira, que o governo de Barack Obama estava examinando se a cláusula viola as obrigações comerciais dos Estados Unidos.

- O governo está revendo esta cláusula em especial e vai tomar uma decisão sobre o assunto. (...) Entendemos todas as preocupações - disse Gibbs.

Como é? O governo vai examinar, depois de baixada a determinação, se há alguma violação das obrigações comerciais dos EUA? Não é o tipo de coisa que os departamento jurídicos fazem ANTES?

30 janeiro 2009

29 janeiro 2009

Obama é Lula

Os EUA podem não ser o Brasil (ainda) mas Obama tem alguns traços de Lula: a demagogia fácil, a facilidade de canetar leis estúpidas.


"Ela sabe que a história não é só dela, mas de todas mulheres que ganham US$ 0,75 quando um homem ganha US$ 1 e ainda menos do caso das mulheres negras. [...] Igualdade de pagamento não é um tema de mulheres e sim de família. A família que [pela desigualdade de pagamento] não tem dinheiro para educação, famílias que dependem disso para pagar a hipoteca ou não, pagar as contas médicas ou não", disse Obama, acrescentando que, em tempos de crise econômica, os trabalhadores americanos não podem arcar com salários menores por discriminação.

O democrata lembrou da história de sua avó, que trabalhava em um banco no Havaí e sustentava ele e sua meia-irmã. "Assino esta lei em honra a ela e mulheres como ela, como minha avó, que trabalhou no banco a vida inteira e mesmo quando atingiu o teto de vidro continuou indo para dar o melhor para mim e minha irmã", disse o presidente. "Para minhas filhas, para que elas tenham oportunidades que sua mãe e avós não imaginavam ter."

26 janeiro 2009

Calma cidadão...

... Que nesse Brasil tudo tem solução!

Lembram dos atletas que estavam mendigando patrocíniono no Flamengo?

Não, não pintou nenhuma empresa no pedaço. Mas quem precisa de empresa quando temos o bom e velho paizão Estado para tomar conta da gente?

Leiam e emocionem-se (grifos meus):

Durou pouco a incursão de Diego Hypolito, Daniele e Jade Barbosa no mundo dos desempregados. Depois de ver as portas do Flamengo fechadas por falta de dinheiro, o trio de ginastas recebeu nesta segunda-feira a notícia da permanência na Gávea, graças a um novo patrocínio. Diante dos três atletas e do presidente Marcio Braga, a Prefeitura de Niterói se comprometeu a investir os R$ 80 mil que a modalidade consome mensalmente no clube.

- Quando vi o problema do meu amigo Marcio, achei que estava na hora de entrar. Foi a forma que encontramos para manter essa geração de atletas. Além disso, Niterói vai ajudar, de alguma forma, o esporte nacional - contou o prefeito da cidade, Jorge Roberto da Silveira.

Isso é lindo! Eu adoro essa terra!

Preciso mudar o nome daquele post. Em vez de "Lugar errado" acho que os atletas estão é no "Lugar certo."

Resumindo

A foto abaixo fala por si.

Fico imaginando o que seria preciso para um típico carioca falar "Chega! Pára, que tá tudo errado!"


Nadando no esgoto. Literalmente.

25 janeiro 2009

BBB

Eu entendo que seja uma legítima forma de entretenimento. Não assisto, não gosto, mas também ninguém é obrigado a compartilhar meus gostos por sitcoms e enlatados americanos.

Gosto é gosto. Na hora de dar um descanso ao cérebro, cada um com sua válvula de escape.

O que realmente me impressiona é a dimensão da coisa. Todos os grandes jornais on-line e sites do país têm seções exclusivas para cobrir o programa e noticiam eventos da casa com destaque em suas home pages que, sinceramente, me parece meio over, ainda mais para um programa que já está em sua nona versão e está longe de ser uma novidade.

O Globo (este compreende-se, pois o programa é da casa)
Estadão
Folha
Terra
UOL

Meio freak, sei lá.

Falha de mercado não existe

É isso mesmo. Não existe esse negócio de falha de mercado.

Repito: não existe falha de mercado.

Por quê?

Simples: para existir uma falha é preciso existir um objetivo não alcançado. Ninguém falha simplesmente. Falha-se em alcançar um determinado objetivo.

Geralmente ouvimos esta expressão quando alguém quer sugerir a intervenção estatal em algum setor.

Por exemplo, o fato de muitas pessoas não terem acesso à medicina particular é vista como uma falha de mercado.

Errado.

Seria falha se o livre mercado tivesse como objetivo proporcionar acesso à medicina particular para todos.

E não tem.

E aí? Bem, aí é que eu acho uma vergonha que, em pleno século XXI, haja gente morrendo por falta de remédios ou atendimento relativamente simples. Sob o ponto de vista civilizacional é uma catástrofe uma sociedade que não consegue cuidar dos seus desamparados.

Aí entraria o Estado, que falha - aí sim! - miseravelmente nesta tarefa.

Portanto, no sentido estrito, só existe falha de governo.

E por falar nisso

E por falar em reality check, muita gente critica a Igreja Católica por não se adaptar à modernidade do mundo, mas vejo poucos dispostos a adaptarem suas ideologias a um mundo que ficou menor, mais perigoso e muito mais complexo que as ideologias pensadas em 1900 e lá vai vovô. O princípio da não agressão, por exemplo, é lindo mas quem tem uma saída (eu não tenho) para o dilema de se manter fiel a ele, agindo apenas em caso de ataques, quando o primeiro ataque é nuclear e pode dizimar cidades inteiras?

Sim, porque dizer

"Nós não podemos iniciar uma agressão, mas apenas nos defender no caso de sermos atacados."

Pode ser reescrito como:

"Somente depois que eles jogarem sua bomba nuclear em nós e matarem milhões de pessoas e que podemos contra-atacar ."

E agora, meu caro libertário?

O mundo real é um belo laboratório para testar teorias e ideologias, do mais radical comunismo ao mais escancarado liberiarianismo. Vejamos este caso:


E algumas destas demandas chegam a ser triviais. Recentemente, em audiência sobre a guarda de uma criança de 10 anos no interior do estado, nenhum dos pais queria ficar com ele, pela incapacidade de educar o menino travesso e inquieto. Diante da insistência da juíza de Família, o pai recuou.

Horror! Horror!

O Estado malvado, esta entidade maligna, forçando dois indivíduos a se associarem a um terceiro!

E a sagrada liberdade de associação?

Que absurdo!

Afinal, qual norma diz que o Estado tem o direito de forçar os pais a tomarem conta dos seus rebentos ou mesmo punir aqueles que não desejam fazê-lo?

Mas já vão embora?

Casal de turistas esfaqueado deixa o Rio no domingo

Só porque foram esfaqueados numa das ruas mais movimentadas da Zona Sul do Rio de Janeiro, em plena luz do dia?

Não sejamos radicais!

Isso acontece em todas as grandes cidades do mundo.

Bem, de qualquer forma acredito que vocês adoraram o Rio de Janeiro e a simpatia do povo carioca e farão propaganda positiva da cidade para seus amigos e familiares.

Nos vemos no ano que vem!

24 janeiro 2009

Lugar errado

Isso vai soar meio como um trecho de um daqueles livros de administração ("Seja um vencedor mesmo sendo um merda!") mas a manutenção do sucesso depende de (A) talento, (B) dedicação e (C) fatores externos (sorte, oportunidades, infra, etc.). Até dá para se manter em pé um tempinho sem um deles e, em alguns casos, com um só!, mas uma hora a casa cai.

Enquanto isso, na terra malvada do neoliberalismo excludente, a capetinha Shawn Johnson não precisa ficar mendigando para viver e, com essa lista de patrocinadores, deve ficar muito bem quando pendurar as chuteiras.

Talento e dedicação ela tem, assim como Diego e Daiane. Para estes, porém, faltou o resto: eles tinham o talento certo mas no lugar errado.

23 janeiro 2009

Veja o lado bom

Vejo no Not Tupy que:

“The Freedom Party (PVV),” read yesterday’s press release, “is shocked by the Amsterdam Court of Appeal’s decision to prosecute Geert Wilders for his statements and opinions. Geert Wilders considers this ruling an all-out assault on freedom of speech.”

The appalling decision to try Wilders, the Freedom Party’s head and the Dutch Parliament’s only internationally famous member, for “incitement to hatred and discrimination” against Islam is indeed an assault on free speech. But no one who has followed events in the Netherlands over the last decade can have been terribly surprised by it. Far from coming out of the blue, this is the predictable next step in a long, shameful process of accommodating Islam—and of increasingly aggressive attempts to silence Islam’s critics—on the part of the Dutch establishment.

C'mon, people! É a Holanda! Em compensação vocês podem consumir drogas, escolher putas em vitrines e fazer sexo em público. É o estado da arte em progressismo.

Era uma vez

Era uma vez um condomínio que tinha uma belíssima vista para o mar. Todos seus moradores eram muito orgulhosos da vista que desfrutavam e a exibiam a visitantes e moradores de outros condomínios. Era algo tão belo que praticamente havia se tornado marca registrada daquele condomínio. Infelizmente nem tudo eram flores. Usando o mesmo acesso que proporcionava a vista maravilhosa aos condôminos, ladrões entravam no condomínio para efetuar roubos e pequenos delitos. Num certo dia, o pior aconteceu: um grupo de criminosos violentos invadiu o condomínio, estuprou, assassinou e cometeu vários atos bárbaros. Os moradores ficaram chocados. Nunca se imaginaram naquela situação. O síndico, pressionado pelos moradores que exigiam mais segurança para si, propôs a construção de um grande muro para impedir a entrada de criminosos. Porém, este muro também bloqueava a maravilhosa vista que era motivo de orgulho para os condôminos. Traumatizados pelos recentes acontecimentos, os membros do conselho aprovaram a idéia do muro, que foi finalmente construído. E nunca mais houve um incidente sequer no condomínio envolvendo invasores. O tempo foi passando e o trauma dos ataques foi cedendo lugar a uma nostalgia pela vista perdida. Muitos passaram a questionar o síndico, argumentando que o muro não era mais necessário. Entretanto ataques a outros condomínios continuavam a acontecer e nada dava a entender que uma mudança de cenário estava próxima. O síndico, apoiado pelo conselho, decidiu manter o muro. Pouco a pouco, com os moradores se sentindo mais seguros, as reclamações em relação ao bloqueio da vista foram aumentando. Chegada a época de escolher o novo síndico, um candidato passou a prometer que, se eleito, iria trazer de volta a maravilhosa vista que tornou famoso o condomínio. Todos os moradores ficaram entusiasmados com a perspectiva de terem sua vista maravilhosa de volta. Não se falava em outra coisa. Tanto tempo sem ataques fez com que a segurança do condomínio fosse considerada um fato garantido, que não requeria manutenção. Na verdade, o síndico atual passou a ser lembrado apenas como aquele que “tirou de nós a maravilhosa vista que costumávamos ter.” Nada mais se falava sobre o fato de nunca mais ter havido um ataque sequer ao condomínio após a construção do muro. E então o novo síndico foi escolhido. No dia seguinte à sua posse, todos foram lhe perguntar quando o muro seria demolido. Aos moradores ele disse que isso não era algo para ser feito de um dia para o outro, que algumas coisas precisavam ser consideradas e que a segurança do condomínio era mais importante. Um morador mais exaltado retrucou que “isso era o que o síndico anterior dizia, ora bolas!” Dez administrações após, o muro continua lá, não houve nenhum ataque e todos que conhecem o síndico que construiu o muro juram que ele mantém um risinho irônico permanente em sua cara.

22 janeiro 2009

Há esperança!

Sim, há esperança para a América. Talvez eu esteja enganado e a histeria (não a eleição em si, que é parte do jogo, apenas a histeria) envolvendo a eleição de Obama tenha sido apenas um surto e não parte de um processo. Estava preocupado com o comportamento dos meios de comunicação em relação às ações de Obama, mas este vídeo (muito, muito, muito obrigado FYI) mostra que, aparentemente, não farão com ele a blindagem total que fizeram com um certo Apedeuta por aqui. Claro que ainda haverá os biased de sempre, mas pelo menos não será generalizado.

21 janeiro 2009

Reinaldo e Obama

Achei perfeita a análise do Reinaldão sobre o fenômeno "Obama." Quem algum dia procurou entender um pouco o que está por trás dos movimentos revolucionários mão se surpreende com isso:

Obama, claro, cumpre o seu papel. Escrevi, certa feita, que há nele muitos quês de terceiro-mundismo. As parcas e os porcos logo entenderam que me referia à sua origem e à cor de sua pele. Não! Incomoda-me nele essa vocação para inaugurar auroras, para gáudio de seus mistificadores midiáticos, numa espécie de demonização retórica do passado, sem alvo definido. E também não dá para negar os apelos messiânicos de seus discursos. Ontem, falou em "reconstruir a América". Ela foi destruída?

Já faz algum tempo que li um pequeno livro chamado The True Believer: Thoughts on the Nature of Mass Movements, onde Eric Hoffman faz uma brilhante análise dos movimentos revolucionários da nossa história. Um aspecto estava presente em praticamente todos: o único jeito de fazer as massas mergulharem de cabeça numa proposta desconhecida é fazendo-as crer que a situação atual é desesperadora.

Ou seja, para apostar em Obama, um político inexperiente e de passado obscuro, seria necessário que a população acreditasse que os EUA estivessem caindo aos pedaços, num estado deplorável.

Como ouvi muito por aí, de "especialistas", "pior do que com o Bush não pode ficar".

20 janeiro 2009

Hmmm

Trecho do discurso de Obama:

Nós não vamos pedir desculpas por nosso estilo de vida nem vamos hesitar em defendê-lo. E, para aqueles que buscam aumentar seus alvos induzindo terror e assassinando inocentes, dizemos a vocês, agora, que nosso espírito é mais forte e não pode ser quebrado. Vocês não irão nos ultrapassar, e nós os derrotaremos.

Daria pra começar este trecho dizendo "Como bem dizia meu caro George W. Bush..."

Happiest man on Earth

I'm so happy!

First day in the job

Honeymoon is over, baby.



Manifestantes queimam a foto de Obama em um protesto contra os Estados Unidos no Irã.

O mais poderoso do Planeta?

Enquanto preparava o molho a bolonhesa para meu almoço de hoje estava pensando numa expressão que normalmente ouvimos por aqui, associada ao presidente dos Estados Unidos: "o homem mais poderoso do Planeta."

Esta expressão nunca esteve tão longe da verdade.

Eu até chegaria a dizer que, individualmente falando, Chavez, Mugabe e Lula - este com suas Medidas Provisórias - têm muito mais poder para impor suas vontades e caprichos aos cidadãos dos seus países do que George Bush ao povo americano.

Enquanto a atuação do presidente americano é estritamente limitada pelo Congresso e seu poder limitado pela Constituição, por aqui as medidas provisórias abundam, inclusive criando canais de TV e todo tipo de coisa "urgente". Basta uma canetada e pimba! TV Brasil criada. Outra canetada e pimba! Centenas de milhões liberados para empresas em dificuldades.

Taca pedra na Geni

Agora é fácil culpar o Jorgibuxi pela crise, mas veja o que o NYT (que jamais poderíamos acusar de pró-Buxi) noticiou em setembro de 1999:

In a move that could help increase home ownership rates among minorities and low-income consumers, the Fannie Mae Corporation is easing the credit requirements on loans that it will purchase from banks and other lenders.

The action, which will begin as a pilot program involving 24 banks in 15 markets -- including the New York metropolitan region -- will encourage those banks to extend home mortgages to individuals whose credit is generally not good enough to qualify for conventional loans. Fannie Mae officials say they hope to make it a nationwide program by next spring.

Fannie Mae, the nation's biggest underwriter of home mortgages, has been under increasing pressure from the Clinton Administration to expand mortgage loans among low and moderate income people and felt pressure from stock holders to maintain its phenomenal growth in profits.

In addition, banks, thrift institutions and mortgage companies have been pressing Fannie Mae to help them make more loans to so-called subprime borrowers. These borrowers whose incomes, credit ratings and savings are not good enough to qualify for conventional loans, can only get loans from finance companies that charge much higher interest rates -- anywhere from three to four percentage points higher than conventional loans.

18 janeiro 2009

O décimo círculo do Inferno

Receita de felicidade

Difícil conviver com obamaníacos?

Difícil aturar aquele colega de trabalho que insiste em puxar papo sobre a mais nova versão do BBB?

Difícil aturar os especialistas de botequim que têm uma solução para o conflito em Gaza?

Calma, que isso tem um remédio. Faça como Homer Simpson:

Esporte é vida

Pela Copa-2014, cidades iniciam festival de gastos sem licitação

Fico revoltado com a insinuação de que alguma irregularidade possa vir a ser cometida. Se nós tivéssemos em nosso passado casos de corrupção que justificassem quaisquer dúvidas, tudo bem.

Mas não é o caso.

E vejam que isso tudo é investimento! Não sejamos bitolados e estreitos: o investimento mínimo que essas prefeituras estão fazendo agora será revertido em ganhos de infra-estrutura para a população. Assim como no Pan 2007.

O problema do Brasil é esse pessoal cri-cri que fica vendo problema em tudo.

17 janeiro 2009

Teoria da conspiração

Definição: qualquer afirmação, não importando quantas evidências a suportem, que seja aterrorizante o bastante para nos fazer pensar que muitas das coisas as quais julgamos sob nosso controle não estão, nunca estiveram e, provavelmente, nunca estarão.

14 janeiro 2009

So what?

"So what?" (e suas variantes)

ou

"This is not the first time we see something like this." (e suas variantes)

ou

"I was not aware of it." (e suas variantes)

Estas serão expressões comuns a partir de 20 de janeiro la nos isteitis.

Foi assim aqui na era do Lula Salvador.

Provavelmente será assim por lá também.

Está chegando

Está chegando o dia em que nada - de grande relevância para nós, não americanos - mudará mas tudo será diferente.

12 janeiro 2009

Eis que me pego defendendo barreiras protecionistas

- Mas Cláudio, isso é totalmente contra os princípios do liberalismo!

Eu sei, seu sei. Shame on me...

Por exemplo, na Suíça, em teoria, uma empresa só pode recrutar um profissional estrangeiro após efetuar uma busca localmente. E o salário pago não pode ser muito abaixo - não sei como eles medem isso - dos salários praticados localmente.

Por isso, talvez, não é raro ver suíços realizando trabalhos braçais. Um dia, enquanto esperava o trem, estava observando um grupo de trabalhadores efetuando reparos na estação. Que me desculpem os politicamente corretos, mas o capricho que eles empregavam no trabalho eu jamais vi nas minhas andanças pela Flórida e California onde imigrantes baratinhos abundam.

10 janeiro 2009

Enquanto isso na Globonews...

- E daqui a pouco teremos conosco a cientista política Baranga Mocréia da Silva que dirá como Israel é malvado e só faz merda.

Apostando o dos outros

Num post anterior, expus "minha teoria" que tenta explicar o fato de tanta gente "da paz" apoiar terroristas, ditadores e tudo mais. Sei que parece insano mas é perfeitamente racional e facilmente explicável. Apesar de muita gente ser de fato idiota nem todo mundo é tão idiota a ponto de apoiar terroristas em seu próprio quintal. Eles o fazem quando os terroristas estão explodindo pessoas a milhas e milhas de distância. Quer um exemplo? Basta fazer duas perguntinhas ao típico exemplar da classe média carioca:

1) Entre e Israel e Hamas quem você apóia?
2) Qual a solução para a criminalidade crescente nas favelas?

Asseguro que já ouvi, daqueles instruídos que freqüentaram faculdade e tudo o mais, respostas como:

1) Hamas
2) Napalm nas favelas, entrar com tanque botando tudo a baixo, passar o cerol, etc.

É óbvio que a pessoa não é estúpida a ponto de não reconhecer ameaças à sua integridade física e às suas propriedades. O que acontece é que, no primeiro caso, a bunda que está diante da seringa não é a dele. Neste caso é muito mais fácil e tentador posar de defensor das minorias, dos mais fracos e oprimidos. Quando é sua bunda que está na reta, o mesmo ser humano evoluído que chora pelas crianças palestinas não vê nada de errado em um policial espancar um menino de rua aqui no Rio de Janeiro, não importa quão desproporcional isto possa parecer. Alguns - pasmem! - até incentivam e urram diante do fato como bestas enlouquecidas.

A estupidez e o angelismo acabarão com a civilização.

05 janeiro 2009

Lei seca segue fazendo estragos

Fim de ano violento nas estradas. Mortes nas rodovias federais aumentam 13,3%

BRASÍLIA - O período de festas foi marcado por mortes e imprudência nas estradas. De acordo com o balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado nesta segunda-feira, de 20 de dezembro a 4 de janeiro, foram registrados 7.140 acidentes, com 4.795 feridos e 435 mortos em 61 mil quilômetros de rodovias federais. Os acidentes superaram em 7,8% o total de 2007/2008 e o número de mortes saltou 13,3% em comparação a igual período anterior.

Hmmm

Se a piada não fosse tão óbvia eu iria ficar bolado com isso...

Que meda!

O PT soltou uma nota de répúdio à ofensiva israelense.

Peido de formiga.

Por quê?

Mr. X faz uma pergunta que também já andou pela minha cabeça. Resumindo: por que os militantes - quase sempre de esquerda ou simpatizante - apóiam pessoas ou entidades visivelmente violentas, sanguinárias ou totalitárias?

Comentei lá a conclusão única a qual pude chegar, considerando que não estão todos loucos:

Como tudo hoje em dia se tornou disputa política (até mesmo teorias científicas!) eles se aproveitam do angelismo dos nossos dias para fazer proselitismo. Todo mundo hoje é tolerante, é multicultural, é sofisticado. Só que há um pingo de hipocrisia aí (boa leitura é o livro "Do As I say"). É fácil defender o Hamas quando se está protegido pelo "imperialista" sistema americano, por exemplo. É lindo fazer elogios a Cuba e depois voltar para sua mansão multimilionária em Los Angeles. É comovente bradar contra a pobreza em Paris quando seu Maserati está bem protegido. Resumindo: para obter simpatia e serem vistos como pessoas elevadas, muitos apóiam atrocidades das quais sabem que dificilmente serão vítimas (e que se fossem reagiriam brutalmente). É o efeito "benefício concentrado, custos diluídos". Ou num linguajar mais chulo, "apostar o cu dos outros é mole".

03 janeiro 2009

Aí não!

- Saúde pública uma merda? Tudo bem...

- Educação pública uma merda? Tudo bem...

- Segurança uma piada? Vá lá...

- Política um circo? Tudo certo...

- Cultura um lixo? Beleza...

- Democracia indo pro ralo? Fazer o quê, né?

Agora dificultar minhas escapadas deste buraco, não!!!

Neste ano - e nos próximos - ninguém nos segura na nossa arrancada rumo ao atraso!

Atraso, lá vamos nós!

Crentes

Uma das coisas que me parecem mais poderosas no ser humano é sua necessidade de dar um sentido à vida, de se achar parte de algo maior. Os religiosos suprem essa necessidade através de Deus. Os demais o fazem através de qualquer coisa: duendes, fadas e até mesmo políticos.

Na esfera local, todos nós fomos capazes de observar a fé de muita gente esclarecida e erudita na santidade do metalúrgico de Garanhuns.

Na esfera internacional, temos Obama, o grande. Desta vez, esclarecidos e eruditos de todo o mundo depositam suas esperanças no novo messias. Naquele que irá reconduzir a América ao seu destino grandioso. E levará o mundo a reboque.

Assim como no caso do metalúrgico, cada entrevista de Obama é vista como um exemplo de sobriedade, equilíbrio, sofisticação, inteligência, humildade, prudência, etc. Nunca tive a oportunidade de estar ao lado de um "crente" quando este assiste a um discurso ou entrevista de Obama, mas seria capaz de apostar que a sua expressão é exatamente igual a de um evangélico ouvindo seu pastor, ou de um católico ouvindo o Papa: aquele ar meio abobalhado de quem está diante de algo que não é deste mundo.

Daí minha conclusão de que isso só pode se dar devido a algum mecanismo psicológico muito poderoso. Ora, eu sou incapaz de determinar, com precisão, o caráter de muita gente com quem convivo boa parte da minha vida, o que dirá de um político que só vejo através de entrevistas e discursos cuidadosamente preparados?