Há um tipo muito comum nas redações e, principalmente, na - digamos assim - blogosfera nacionais (pode haver em outros cantos mas me atenho ao que vejo aqui neste momento): vamos chamá-lo de em-cima-do-muro-mas-não-cai-para-direita-nem-a-pau ou, resumidamente, "O equilibrado." Raramente você verá "O equilibrado" espumando em fóruns como o Social Mundial ou em palanques de políticos esquerdistas, mas tampouco ouvirá algo de sua boquinha criticando o movimento. "O equilibrado" é um esquerdista que não ousa dizer seu nome. Ele sabe que tudo em que a esquerda se meteu no mundo até hoje deu merda, mas ele sente que, no fundo, as boas intenções é que contam. Embora ele nunca critique movimentos, militantes e políticos de esquerda, basta um direitoba abrir o bico para ser chamado de hidrófobo, raivoso, pregador de ódio. Os "equilibrados" mais talentosos escrevem textos engraçados que, resumindo, querem dizer "Olha lá o direitista falando suas asneiras! Ah! Ah! Ah! Não se enxergam mesmo." Para "O equilibrado" a esquerda (que para ele é o centro) é o único mundo possível e a direita, que fique no seu cantinho "desprezando os pobres e zelando pelos bons costumes", mas caladinha.
O direitista é o leproso dos nossos tempos.