Um dos personagens que eu mais gosto é o Dilbert, do Scott Adams. A leitura das suas tiras fazem parte da minha rotina. O forte do Dilbert é a verossimilhança das situações absurdas vividas num ambiente corporativo.
Por várias vezes, ao ler uma tirinha, tive a sensação de que Scott Adams, na verdade, seria a identidade secreta de algum colega de trabalho.
Outra coisa que faz com que eu me identifique muito com o Dilbert, é sua resistência em aceitar o
non-sense que inunda o ambiente das grandes empresas.
São tantos absurdos que, após algum tempo nesse meio, posso afirmar: o sucesso de um projeto não passa de um mero acidente, um efeito colateral.
Chega um momento na sua carreira em que você tem que escolher: (A) manter um mínimo de dignidade ou (B) se tornar uma
corporative bitch. Se optar pelo primeiro, é aconselhável que você seja muito competente, a ponto de a empresa ter que te aturar mesmo que você não babe o ovo dos seus chefes. A maioria, entretanto, opta pelo segundo, o que torna seu
career path muito mais fácil, embora muito mais humilhante.
Como
corporative bitch, ao longo de sua carreira, seu chefe lhe dará todos os cargos inúteis mas de nomes pomposos onde sua incompetência não ofereça riscos ao projeto. Project Director, por exemplo.
Tive o desprazer de ver um profissional extremamente competente ceder aos encantos do
corporative bitchness. Em vez excelência técnica, chopinho com os chefes (é assim que uma
corporative bitch define
Networking). Em vez de atualização, estaginação adornada com doses e doses de
meaningless bullshit. Foi como ver Anakin Skywalker se entregar ao lado negro da Força.