13 março 2008

Pária

[Este post não é mas pode soar como uma defesa da defesa da tortura. F***-se!]

Uma premissa presente em 9 entre 10 posts nos blogs "esquerdista eu?" (aquele cara que odeia a direita reacionária, é simpático à agenda esquerdista mas jura de pé junto que não é nem de esquerda nem de direita, muito pelo contrário) é a de que, na selva que se tornou o Bananão, a classes média e alta têm que aturar tudo caladinhas, caladinhas.

Quando um pobrinho age de forma pouco ética, sem ética nenhuma ou ainda e forma completamente vil, logo surgem as explicações socio-econômicas, as justificativas e tudo mais.

Quando alguém da classe média defende a selvageria que é a tortura, nínguém tenta elaborar teorias mirabolantes para entender o fenômeno. O diagnóstico é previamente conhecido: o infeliz da classe média defende a tortura pelo simples fato de ser um feladaputa.

Não que isso justifique, mas se o assunto é classe média, ninguém se dá o trabalho de pensar no pai de família de classe média que é extorquido sistematicamente pelo governo, que tem que rebolar para dar um mínimo de conforto para a sua família e ainda rezar para que ela não seja vítima de algum excluído. Já pararam para pensar na sensação de abandono, de desespero, que alguém sente ao ver sua casa invadida, sua família violentada e a polícia nada podendo ou querendo fazer?

A classe média se tornou um verdadeiro pária nesta sociedade de modernosos. Ela deve aturar sua condição de vítima, de caça, resignadamente e, nunca, jamais, se deixar contaminar pela selvageria que a rodeia. Este direito só é concedido aos pobres.