13 outubro 2007

Carro a ar

Outro dia no trabalho pintou a discussão sobre o brasileiro que tinha desenvolvido um motor que funcionava à base de ar comprimido. Bastava um cilindro de ar comprimido e o carro andava alguns bons qulômetros todo serelepe por aí.

É nestas horas que a deficiência da nossa educação econômica se mostra flagrante.

Quase todos estavam maravilhados com a possibilidade de poder andar para lá e para cá pagando o precinho de um cilindro de ar comprimido.

Vejamos: o preço do cilindro de ar comprimido (ou da recarga, como queiram) é X porque o cruzamento da demanda com a oferta atuais assim o determina. Numa eventualidade de todos os carros do planeta migrarem para ar comprimido, duvido muito que o ar comprimido continue baratinho como é hoje. Talvez realmente seja economicamente mais interessante que usar gasolina mas é difícil dizer se terá o mesmo preço que tem atualmente. Me parece erro grave pensar que um determinado bem ou serviço terá o mesmo preço se alteradas as condições de oferta e/ou demanda, a não ser que ambas mudem de forma a manter o ponto de equilíbrio no mesmo patamar, o que não podemos dizer com antecedência. E não podemos tampouco desconsiderar a intromissão estatal que viria a galope, com as regulamentações e burocracia de praxe.

Provavelmente aconteceria algo parecido com o que há hoje: aqui os cilindros de ar comprimido automotivos seriam regulamentados e taxados até o osso e a concorrência seria mínima (talvez tivéssemos inclusive uma Arbrás para "garantir acesso ao ar comprimido de qualidade a todos os brasileiros"), enquanto outros países pagariam bem menos por causa da maior competição ou menor taxação sobre o produto.