15 março 2007

Quem lê jornal sabe mais

Apesar da minha irreversível posição de não assinar o jornal, O Globo me deu uma semana de assinatura grátis pois, segundo a promotora de vendas, "ler jornal é uma coisa muito importante". Realmente é muito importante ler bobagens como esta:


Percorrer este interior, que o pessoal gosta de definir como "Brasil profundo", sempre me comove. Entra-se em outra dimensão do tempo, num mundo mais simples, menos consumista, mais apegado aos valores da terra.

Chega lá no Acre oferecendo iPod por "dez real" e vê se os "pobrinhos" apegados aos valores da terra não irão cair dentro.

Dentre todos os esquerdistas, o que mais me irrita é o esquerdista-chique que idealiza a pobreza como um estilo de vida quando esta nada mais é do que falta de dinheiro.

É fácil - e reconfortante - elogiar "casinhas modestas de madeira" no Acre mas depois voltar pro seu big apartamento num dos pontos mais nobres do Rio de Janeiro (que já tem um mercado imobiliário fora da realidade).

É fácil admirar a falta de ímpeto consumista (que na verdade não passa de incapacidade de consumir) e ter todo tipo de aparelhinho eletrônico que existe no mercado.

Bem, deve ser um mecanismo eficiente para tocar a vida: olhar para a pobreza e imaginar que trata-se de um estilo de vida. Em uma outra vida, talvez, eu venha desprovido de empatia e consiga fazer o mesmo.

Até lá eu gostaria que todos meus conterrâneos pudessem escolher usufruir ou não dos mesmos bens de consumo que eu usufruo.