Mas existe um segundo pormenor que importa relembrar. Disse no início que a Suíça legou ao mundo relógios e Rousseau. Deixando de parte os relógios, fiquemos com Rousseau. Sobretudo com a sua particular concepção de "democracia direta" (e referendária) que constitui uma das vacas sagradas da esquerda clássica. Se os estados justos são aqueles onde prevalece a "vontade geral", não se percebe por que motivo a "vontade geral" dos suíços horroriza assim tanto os seus herdeiros.
Para quem sempre divinizou a soberania popular, criticar os suíços é coisa de reacionário.
Parece que são os países minúsculos que ficaram com a responsabilidade de "desotariar" o resto do mundo.