14 março 2010

Nunca me enganou

Parece que o mundo agora "descobre" que Lula é mau-mau-mau. Não é bem assim. Ainda mais na política, as pessoas batem somente quando todos já estão batendo. E se limitam a aplaudir quando todos estão aplaudindo. No mundo de hoje ninguém quer ser o radical que vai contra a maré.

Acreditar que Lula é/era um "grande estadista" é de uma ingenuidade incompatível com os requisitos para ocupar um alto cargo no cenário político internacional. Na minha visão, Lula, inofensivo em termos internacionais, dada a insignificância do Brasil, foi adotado pelos grandes players mundiais como o mascote do grupo. Bastava que lhe dirigissem uma ou duas palavras elogiosas e o ex-sindicalista se arreganhava todo, como o meu cachorro atrás de um cafuné. E a reboque ia a imprensa local e muitos intelectuais, movidos pelo complexto de vira-lata, nossa marca registrada.

Mas talk is cheap, já diz o velho ditado. Na hora de decidir questões relevantes, o mascote era levado para o seu cercadinho.

Aconteceu que o mascote foi ficando abusado e passou a acreditar nos elogios fáceis que lhe chegavam aos ouvidos. Impulsionado pelos constantemente altos índices de aprovação no Brasil, passou a dizer o que lhe dava na telha, o que sabemos não ser nada bom. Assim como o mascote que encoxa as visitas ou ameaça morder a todos, Lula vai lentamente sendo colocado no seu devido lugar.

E como alguém já começou a bater, alguns, que certamente já tinham má idéia do presidente brasileiro, se sentem mais a vontade para dar seus socos e pontapés também, incluside lembrando-se quem foi o fundador do Foro de São Paulo, essa entidade, até então, secreta.

De onde vem essa militância radical? A hipótese de um presidente latino-americano que o conhece bem, também decepcionado, aponta para sua ignorância: "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar a atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicaram a realidade como um combate entre bons e maus." Sua frase final, dita com tristeza, foi lapidar: "Parecia que Lula, com sua simpatia e pelo bom momento que seu país atravessa, converteria o Brasil na grande potência latino-americana. Falso. Ele destruiu essa possibilidade ao se alinhar com os Castro, Chávez e Ahmadinejad. Nenhum país sério confia mais no Brasil". Muito lamentável.

Lamentável mesmo é imaginar que possa haver alguém no cenário político internacional tão idiota a ponto de ser enrolado por alguém como Lula. Ou que ninguém teve coragem bastante para confrontá-lo quando ele era o mascote queridinho do "primeiro mundo."